Rylie Mills reforça a linha defensiva dos Seahawks

Os Seahawks tinham apenas uma escolha no final do quarto round para começar o dia 3 do Draft. O time decidiu trocar para baixo e depois subiu cerca de 30 escolhas com a troca de Sam Howell para os Vikings. O time saiu da 172 para a 142 para draftar o DL Rylie Mills.

Ele será capaz de jogar como rookie? Onde ele se encaixa na linha defensiva?

Quem é Rylie Mills?

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Mills é natural do subúrbio de Chicago. No High School ele jogou como TE e na linha defensiva. Ele também competiu no arremesso de peso e disco após entrar no time de atletismo. Rylie foi um recruta quatro estrelas que chamou muita atenção recebendo ofertas. Minnesota, Alabama, Florida, Georgia, Iowa, LSU, Michigan, Northwestern, Oklahoma e Penn State foram alguns dos times que fizeram oferta por ele. Sua escolha final recaiu sobre Notre Dame, Ohio State e Wisconsin, e, por fim, ele se comprometeu com os Fighting Irish.

O DL esteve duas vezes na lista de Freaks atléticos de Bruce Feldman. passou cinco anos em Notre Dame, com um ano adicional recebido devido a COVID. Foi capitão do time em 2024, sendo titular em 13 partidas, registrando 37 tackles no total (19 individuais), nove tackles para perda de jardas e 7,5 sacks (líder do time). Esse desempenho o fez merecedor de receber as honras de Second Team All-American.

Dúvidas sobre a lesão

Quando vou analisar um prospecto eu penso os seguintes pontos a respeito de lesão (tendo em vista que não tenho as informações que os times tem, nem tenho conhecimento de um médico para avaliar):

  • O jogador tem um problema crônico, ou seja, a mesma lesão se repete;
  • O jogador tem um histórico grande de lesões, tal qual Tyler Shough tinha;
  • O jogador tem uma lesão “recente”;

Mills se encaixa apenas no último ponto, que, na minha visão, é o menos problemático. Ele sofreu uma lesão no joelho no primeiro round dos playoffs do CFB no ano passado, contra Indiana. Após a escolha, com a divulgação do vídeo da ligação, foi possível saber que o time o havia trazido para uma visita. Sendo assim, teria uma boa visão sobre o problema de Mills.

Vamos as informações que tivemos da lesão após a escolha:

Nolan Teasley, disse que eles estão obviamente confortáveis ​​com a situação do joelho de Rylie Mills, mas não quis comentar sobre o cronograma de recuperação. Acrescentou que Rylie se encaixa perfeitamente no estilo pass-rush do time e tem flexibilidade para jogar em qualquer posição da linha defensiva.

Segundo o próprio Mills, ele está “muito adiantado” em relação à recuperação da sua lesão de ruptura do ligamento cruzado anterior. Ele espera estar em campo antes do training camp. Ele também passou pelo que descreveu como uma cirurgia de limpeza no ombro.

“Se não o tivéssemos draftado, não tenho certeza se AD (Aden Durde, Coordenador Defensivo) teria aparecido para trabalhar na segunda-feira”, disse o GM John Schneider.

Schneider disse que Mills está indo “muito bem” com a reabilitação após uma ruptura do ligamento cruzado anterior em dezembro, mas parece que ele só estará pronto no meio da temporada. “Esperamos que, no meio ou no final da temporada, ele seja um candidato viável para o nosso grupo. Ele é um jogador muito bom.”

Perdoe-me se posso soar um pouco ranzinza ou pessimista, mas raramente acredito nos cronogramas passados por Seattle em relação a lesão dos seus jogadores. Tivemos informações conflitantes sobre a lesão e status do joelho de Abe Lucas, nas muitas lesões de Chris Carson. Porém o caso que mais me preocupa é outro.

Em 2020 os Seahawks trouxeram para uma visita Darrell Taylor que havia sofrido uma grave lesão e que precisaria passar por um cirurgia para colocar uma haste de titânio na perna. Vários times o cortaram do board por conta disso, mas Seattle, não. O time foi além, subiu no draft para pegá-lo. Segundo o time ele estaria pronto para a temporada, mas Taylor só veio jogar no seu segundo ano.

Se a previsão passada por John Schneider é que ele volta no meio para o fim da temporada, meu entendimento é que fatalmente Mills passará o ano todo na PUP List.

Importância no esquema

Mills tem um perfil que os Seahawks tem procurado há um tempo. Em 2023 os Seahawks escolheram Mike Morris, um DE mais pesado, mais próximo do tradicional defensive end de 3-4. Morris foi bem na preseason, porém, se lesionou no primeiro jogo contra os Rams na temporada regular, perdendo o restante do ano. No ano passado, Morris novamente se destacou na preseason, todavia não teve muitas chances durante a temporada regular. Na verdade, o time trocou por Roy Robertson Harris, um grande movimento de John Schneider.

RRH também executava esse papel de big-end, podendo alinhar em diferentes posições da linha defensiva. Tinha uma mentalidade de lutar em cada snap e que sua postura ajuda os companheiros ao redor. Seattle cortou RRH na offseason por questões de cap, mas, acho que o time tinha interesse em trazê-lo de volta. Os Giants foram mais rápidos e assinaram com o DL dias depois do seu corte.

Mills seria uma reposição para a saída de RRH. Mentalidade similar e trará versatilidade de alinhamentos. Acredito que Robertson-Harris era um jogador melhor contra a corrida, a medida que Mills é um pass rusher melhor.

Impacto como Pass Rusher

Sua nota de 88,4 no Pass Rush desde 2023 o posicionou em 3º entre os DTs.

Ademais, a sua taxa de vitórias no pass rush de 14,3% do último ano o coloca em 4º lugar entre todos os iDL do Draft 2025.

Essa é quase uma de suas assinaturas. Tem um timing muito bom para usar esse armover depois usa um bull rush para colapsar o pocket depois de requerer dois jogadores da OL para bloqueá-lo.

Segundo Nolan Teasley, Mill atingiu 92% de percentil no get-off do snap. Eu não percebi toda essa velocidade saindo do snap. Porém, sua mobilidade lateral é incrível. Ele ameaça o gap interno do Guard, e quase que no mesmo passo ele está mudando do gap A para o B. O OL fica sem reação e a pressão força o QB a um passe ruim.

Seu pad level ruim permite que o OL se recupere e vença o snap. É fácil perceber quando ele está cansado em campo, justamente porque ele começa a jogar cada vez mais vertical.

Mills é extremamente versátil e alinhou em pontos diferentes da DL. Isso facilita muito ser usado no stunt, além dele ter um poderoso bull rush e mobilidade lateral para funcionar como looper ou crasher.

Trabalho como Run Defender

Muitos times utilizavam o double-team para neutralizar Mills. Como ele tem problemas de leverage/pad level, é facilmente movido de lugar.

Se Mills tem problema contra double-teams, ele é muito dominante em situações de 1 versus 1. Aqui ele tem quase um snap perfeito. Domina o leverage e controla o OL para defender dois gaps e fazer o tackle.

Muito forte e inteligente. Ele basicamente joga o LT em cima do RB para fazer um tackle numa situação de jardagem curta.

Joga com um pad level alto, mas seu esforço de lutar até o fim do snap é recompensado. Ele é movido, mas consegue se recuperar e usar o OL para ajudar a parar o RB e fazer o tackle.

Veredito

Um dos problemas de Mills seria sua idade, contudo, não vejo isso como o maior problema. A grande questão para jogadores mais velhos é que seu teto é limitado. Isso não é algo que assombra em relação a Mills. Eu realmente penso que seu teto não é muito alto, mas ele é um jogador de piso alto, extremamente versátil, com bom fit no esquema de Mike Macdonald e várias qualidades extracampo.

Mills não foi uma escolha alta e não foi escolhido com esperanças no que ele pode fazer no futuro. O impacto que ele vai ter com 24 anos, deve ser o mesmo com 25. O que devemos pensar é se ele estará pronto ou não nesse ano para questões de formação de roster.

Vale lembrar que se não fosse a lesão, Mills muito provavelmente teria sido escolhido em algum momento do terceiro round. Então, os Seahawks conseguiram um bom valor e “apostaram” nos testes que fizeram durante sua 30-visit.

Forever a 12s!

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