Tory Horton adiciona muita velocidade ao ataque dos Seahawks

Posted on by Alexandre Castro

O começo do dia 3 do Draft de 2025 foi um teste para os ansiosos. A primeira escolha do dia para o Seahawks só seria no final da quarta rodada. O time ainda trocou para baixo antes de escolher Rylie Mills e trocou novamente para baixo antes de escolher Tory Horton.

Horton e Mills são escolhas bem semelhantes. Dois jogadores que seriam escolhidos mais cedo no Draft não fosse as lesões que sofreram. A diferença é que Horton está num estágio bem mais avançado de recuperação e ele faz parte de uma posição em que terá mais chances de lutar pela titularidade.

Será que ele consegue impactar no ano 1?

Quem é Tory Horton?

Horton tem o esporte em seu DNA. Seu irmão, Tyler, chegou a NFL como um DB UDFA que assinou com o Miami Dolphins após o Draft de 2019. Sua irmã, Jeane, é um jogadora de vôlei que já passou por vários países. Horton jogou beisebol, futebol e basquete na época do High School.

Ele chegou ao College como um prospecto de 3 estrelas. Ele sonhava com uma proposta de Fresno State, mas nunca veio. Horton só havia recebido ofertas de times da FCS (Montana, Montana State e Northern Colorado) até Nevada recrutá-lo. Depois de dois anos pelos Wolf Packs ele seguiu Jay Norvell que foi para Colorado State. Depois do primeiro ano extremamente produtivo pelos Rams, ele recebeu ofertas de NIL de outros times da FBS, mas quis se manter leal a Norvell e honrar seus companheiros. Horton foi capitão do time por dois anos.

Ele perdeu os 7 jogos finais de 2024 devido a uma lesão no joelho na partida contra San Jose St. Descobirmos, assim como Mills, que Horton visitou Seattle pré-Draft, justamente para o time avaliar seu joelho. É bom deixar claro que ele não é injury prone, antes dessa lesão ele só havia perdido um jogo na sua carreira.

Horton também adiciona valor como punt returner  3 TDs de 79, 78 e 72 com média de 16.3 por retorno (26 tentativas para 423 jardas e 3 TDs.

Ele faz parte de um seleto grupo:

Os WRs mais produtivos do College nas ultimas 6 temporadas em YPRR (mínimo 300 rotas):

  1. DeVonta Smith: 4.21;
  2. Jordan Addison: 3.29;
  3. Tory Horton: 3.16 (!!!);
  4. Rome Odunze: 2.90;
  5. Tank Dell: 2.90;
  6. Malik Nabers: 2.84;

Throwing a good pass pic.twitter.com/q2bNcw3ehN

— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) May 13, 2025

Além de produzir como recebedor, ainda tem um TD lançado.

Potencial Atlético

De acordo com o Reel Analytics ele recebeu um IGA Score de 90,3. A comparação dos dados atléticos (velocidade máxima, tempo para atingir velocidade máxima, mudança de direção) de Horton, em campo, são similares ao de Chris Olave, velho conhecido de Klint Kubiak.

Horton voltou a correr duas semanas antes do Combine e mesmo medindo 6’2 conseguiu um 4,41 nas 40 jardas no Combine. Ele falou que correu 4,35 nos treinamentos. É impressionante como ele era pouco usado verticalmente pelo ataque dos Rams.

Vindo do slot, toma um inside release no topo da rota ameaça o corte para a direita e faz o DB hesitar criando espaço para um recepção tranquila no lado esquerdo do ataque.

Route Runner

Success por rota:

  • Flat, Screen, Comeback: 100%;
  • Slant: 87.9%;
  • Out: 85,7%;
  • Dig: 83,3%;
  • Post: 73,1%;
  • Curl: 64%
  • Corner: 54,5%;
  • Go: 56,4%;;
  • Outras: 77,8%;

Assim como percebido pelo sucesso das rotas, ele não foi explorado ao seu máximo. Resultado disso é que ele precisa de refino em algumas rotas, assim como acima onde a rota ficou mais arredondada do que o esperado.

Nesse lance podemos ver o potencial dele e como consegue mudar de direção subitamente, criando separação. É bom notar que esse snap foi vencido (apesar do QB não ter passado a bola para ele) contra Travis Hunter, segunda escolha geral do Draft.

Limitações do Esquema

Essa crossing route era uma das mais executadas por Horton. Muito conceito Mesh e suas variações. Porém, como dito acima a verticalidade potencial de Horton jamais foi aproveitada.

Teve snaps como outside receiver, correndo com a bola, usado em motion. Algumas dessas coisas serão úteis na NFL, mas é preciso de mais para ter sucesso. É sempre bom lembrar que os Head Coaches do College estão interessados em ganhar seus jogos e não em desenvolver seus jogadores para a NFL.

Recepções contestadas

Apesar de não conseguir separação ele segue tentando ajudar QB a improvisar no scramble e consegue ter controle para uma recepção no limite da sideline.

É sempre bom salientar que nesse momento do jogo os Longhorns já tinham colocados seus reservas após abrirem ampla vantagem contra os Rams. Mas ele tem uma mudança de direção repentina para conseguir a recepção, além do controle corporal para se manter em campo. Isso é uma das características que me faz acreditar no potencial que Horton pode atingir.

Ele tem um bom trabalho indo buscar os passes longe do seu frame.

Falta de Fisicalidade

Em 2024 teve um Drop rate de 3.8%, em 2023 os números de drop foram maiores, então é algo para se ficar de olho.

Ele não adiciona muito em YAC por não ser bom em quebrar tackles. Nem é muito interessado em brigar fisicamente por isso. Ele consegue jardas adicionadas com juke moves, e isso ele faz muito bem. A mudança de direção é muito boa para alguém do seu tamanho,

Ele não tem o frame para servir como bloqueador e ainda precisa evoluir bastante sua técnica. Isso pode ser um problema na batalha por snaps contra recebedores como Jake Bobo e Dareke Young.

Essa falta de fisicalidade vai ser testada em press coverage na NFL que são muito mais frequentes.

Veredito

Horton tem grandes chances de conseguir a titularidade. Sua briga real é contra MVS e vamos ser honestos, ele foi contratado apenas como um paliativo e por já ter jogado por Klint Kubiak. Ambos tem a capacidade de ser o Z receiver e uma ameaça vertical diferente dos outros jogadores da posição, afim de complementarem Cooper Kupp e Jaxon Smith-Njigba.

Além de termos que esperar a recuperação do seu joelho teremos que ver com Horton vai funcionar num esquema mais complexo. Como dito mais acima, o ataque de Colorado State limitava bastante o potencial dele e dava uma árvore de rotas reduzida que não explorava seu total conjunto de habilidades.

Acredito que era um bom Draft para conseguir um recebedor. Seattle teve chances de ir mais cedo na posição, mas conseguiu bom valor. É bom lembrar que os Seahawks trocaram para baixo antes de escolher Horton logo após os Titans subirem exatamente na frente dos Seahawks para escolher Elic Ayomanor. O recebedor de Stanford era mais bem cotado que Horton e seria um belo fit no nosso ataque.

Por hora ele vestirá a camisa 15. Se ela remete ao fracasso recente de John Ursua, vale lembrar também de Jermaine Kearse e que foi o primeiro número de Doug Baldwin ao chegar em Seattle.

Forever a 12s!

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