🏈 Cortez Kennedy: o gigante que moldou a identidade dos Seahawks

A trajetória de um dos maiores defensores da história e a imortalização do número 96 em Seattle

O dia 14 de outubro de 2012 entrou para a história do Seattle Seahawks. Naquela tarde, antes da vitória sobre o New England Patriots, a franquia realizou uma das cerimônias mais emocionantes de sua trajetória: a aposentadoria do número 96, eternizando o legado de Cortez Kennedy, um dos maiores jogadores defensivos que já vestiram o azul e verde de Seattle.

Kennedy, que faleceu em 2017, foi mais do que um atleta dominante — ele foi o alicerce de uma era e o símbolo de lealdade a uma franquia que, por muito tempo, lutou para conquistar respeito dentro da NFL.


Do Arkansas à glória em Seattle

Nascido em 23 de agosto de 1968, em Osceola, Arkansas, Cortez Kennedy trilhou um caminho impressionante até a NFL.
Ele começou no Northwest Mississippi Community College e depois se transferiu para a Universidade de Miami, onde se tornou um dos pilares da poderosa defesa dos Hurricanes — o berço de inúmeras lendas do futebol americano.

No Draft de 1990, o Seattle Seahawks selecionou Kennedy com a 3ª escolha geral, apostando em seu talento bruto e físico dominante. A aposta rapidamente se provou certeira.


O monstro do meio: 11 anos de pura força

Entre 1990 e 2000, Kennedy foi a alma da defesa de Seattle. Ele jogou todas as 11 temporadas de sua carreira na franquia — algo raro em qualquer época da NFL.

Durante esse período, somou 167 jogos, 58 sacks, 3 interceptações, 8 convocações ao Pro Bowl e foi nomeado Defensive Player of the Year em 1992, mesmo em um ano em que os Seahawks tiveram apenas duas vitórias.

Era a prova de que seu talento transcendeu o desempenho coletivo: Kennedy simplesmente dominava as trincheiras. Sua capacidade de absorver bloqueios duplos e ainda pressionar o quarterback o tornava uma força imparável.

Sua liderança e consistência lhe renderam um lugar na All-Decade Team dos anos 1990 e, mais tarde, o levariam ao Pro Football Hall of Fame, em 2012.

Aqui um texto sobre a trajetória de Cortez:
https://rapinasdomar.com.br/cortez-kennedy-um-gigante-de-coracao/


A imortalização do número 96

Poucos meses após sua entrada no Hall da Fama, o Seattle Seahawks organizou uma cerimônia especial para aposentar oficialmente sua camisa #96, antes do jogo contra o New England Patriots, em 14 de outubro de 2012.

O momento foi carregado de emoção. Kennedy, visivelmente tocado, recebeu o anel do Hall of Fame e foi ovacionado pelos mais de 68 mil torcedores no então CenturyLink Field.

No telão, lances de suas atuações lendárias foram exibidos — entre eles, sacks demolidores e paradas em momentos decisivos.
A multidão respondeu com gritos de “Tez! Tez! Tez!”, celebrando não apenas um jogador, mas uma lenda que havia colocado Seattle no mapa defensivo da NFL.

Desde então, nenhum outro jogador voltou a vestir o número 96, agora permanentemente retirado de circulação.


Um legado que ultrapassa o campo

Após se aposentar, Kennedy permaneceu próximo ao esporte. Atuou como consultor do New Orleans Saints e também como embaixador dos Seahawks, participando de ações sociais e programas comunitários.

Sua morte repentina, em 23 de maio de 2017, aos 48 anos, deixou uma profunda lacuna na comunidade esportiva. Em homenagem, os Seahawks usaram adesivos com o número “96” em seus capacetes durante toda a temporada seguinte.

Mais do que estatísticas, Kennedy deixou uma herança moral: o orgulho de vestir o uniforme dos Seahawks e representar a cidade de Seattle com integridade e força.


A força que inspirou gerações

Hoje, o nome de Cortez Kennedy é sinônimo de respeito, dedicação e excelência. Sua trajetória pavimentou o caminho para as grandes defesas que vieram depois — da “Legion of Boom” à nova geração que segue seu exemplo de lealdade e paixão.

No Ring of Honor, nas paredes do Lumen Field e na memória de cada torcedor, o número 96 continua presente.
Um número que não entra mais em campo, mas que nunca sairá da história dos Seahawks.

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