Chazz Surratt é realmente um reforço para os LBs?

Depois de adicionar Derion Kendrick, os Seahakws trouxeram mais um peça para seu grupo de 53 oriunda de um dos seus rivais. O time adicionou o LB Chazz Surratt que havia sido cortado pelos 49ers após um preseason com certo destaque.

Recebemos muitas perguntas sobre “o jogador que chegou presta?” e para responder essa pergunta, temos esse artigo.

Quem é Chazz Surratt?

Eu me recordo bastante de Surratt no ano do Draft em 2021. Sua história era bem interessante, tendo ele começado sua carreira como QB em North Carolina e fazendo a transição, não convencional, para linebacker. Em dois anos na nova posição ele acumulou mais de 200 tackles e 12 sacks.

Chazz também tinha um irmão mais novo indo para o Draft, o WR Sage Surratt, que apesar de ter sido dominante em Wake Forest, foi apenas UDFA e nunca se firmou na NFL, tendo passado seu tempo em times de treinos e na USFL e XFL.

O ex-UNC foi draftado na terceira rodada pelos Vikings, jogando apenas nos times especiais, mas na preseason seguinte, foi cortado. Indo para o time de treinos dos Jets, onde no ano passado conseguiu 137 snaps defensivos e seguiu contribuindo bastante nos times especiais.

Surratt assinou com os 49ers nessa offseason e teve algum destaque na preaseason. Recebeu boas notas principalmente no run defense e tackling com 6 e 9 tackles nas semanas 2 e 3, respectivamente.

Como foi seu desempenho?

Acho que seu tempo como QB faz com que ele tente compensar com agressividade, seja no jogo corrido ou no jogo aéreo. Aqui ele morde a isca do QB e corre para o checkdown. Esse seu deslocamento livra a linha de passe para um lançamento mais profundo (que acaba não sendo completo).

Ele tem como atribuição (aparentemente) defender o gap A (espaço entre o center e guard). Mas, ele percebe o cutback (corte) do RB para o gap C (espaço entre o OT e o TE). Então, ele “desliza” e vai defender esse outro gap na corrida. Esse movimento é chamado de fall back.

O LB percebe a rota se desenvolvendo nas suas costas, tem bons instintos e vai fazendo a cobertura com os olhos fixos no QB. O adversário acaba errando e lançando uma interceptação. Os LBs são muito atacados com digs e crossings routes em suas costas, esse nível de diagnóstico é fundamental para sobreviver na NFL. Esse processamento, como já disse algumas vezes nesse texto, com certeza foi desenvolvido por seu tempo como QB, em que você precisa perceber conceitos, tendências e processar tudo rapidamente.

Surratt não é muito forte, nem tem vários movimentos de pass rusher. Contudo, ele é muito veloz e processa muito rápido o que acontece no backfield adversário. Isso faz dele uma ótima peça no esquema de pressões simuladas de Mike Macdonald. Ele ataca o RG, mas depois, num stunt é enviado para o espaço deixado pelo LG. O ângulo foi um pouco mais aberto do que o ideal e foi a diferença entre a pressão e o sack. Mas, de fato, a velocidade está lá.

Ele é um jogador muito inteligente (provavelmente seu tempo como QB ajudou nisso). Também tem excelente visão periférica para processar o que acontece ao seu redor. Identifica muito rápido quem ficou com a bola no zone read que tinha um lead blocker para o QB e dispara para o backfield ao mesmo tempo que foge do crack block do WR.

Essa habilidade de se mover rapidamente de forma lateral é muito importante para um LB. Isso permite que Ernest Jones e Tyrice Knight brilhem no esquema de MM. Surratt navega entre os gaps com velocidade e fluidez.

Veredito

Surratt recebeu muitos elogios sobre seu desempenho como ST. É nesse setor que ele pode contribuir com o time no curto prazo. Surratt sempre teve potencial, tanto atlético como em processamento de jogo, mas nunca conseguiu colocá-lo em campo. Não chega para ameaçar a titularidade dos LBs, mas sim, para tentar reforçar um pouco a profundidade do setor que só contava com Drake Thomas. Na minha visão, é no mínimo uma opção melhor que Patrick O’Connell, Josh Ross, D’Eryk Jackson.

Forever a 12s

Deixe um comentário