Clint Hurtt merece mais um ano como DC?

Todo o torcedor de Seattle deve ter torcido para estar errado sobre a mudança de coordenador defensivo. Não que manter Ken Norton Jr fosse a solução (longe disso), mas o time decidiu dar a chance ao treinador de linha defensiva, Clint Hurtt. Ele nunca chamou ou planejou uma defesa em qualquer nível, seja college ou até High School. Seu trabalho foi apenas como treinador de OLBs em Chicago e como dissemos, treinador de linha defensiva de Seattle.

O desastre era anunciado e com um ataque precisando da defesa, em muitas oportunidades vimos o setor comandado por Hurtt entregar a partida. Muitos apagões, até em jogos que vencemos como contra os Lions por exemplo. Em outros momentos, nos custou vitórias como contra Falcons, Raiders e um péssimo plano de jogo contra os Bucs na Alemanha.

Vamos lá!

Números da defesa de Seattle em 2022

Via PFF

8ª em pontos cedidos;

11ª pior em nota geral;

16ª pior em nota de defesa de corrida (????);

12ª pior em nota de tackle;

6ª pior em nota de pass rush;

13ª pior em nota de cobertura;

Em números brutos, via NFL.com

3ª pior em jardas corridas (2554 jardas);

6ª pior em média de jardas por carregada (4.9);

5ª pior em TDs corridos cedidos (21);

6ª pior em first downs cedidos em corrida (130);

3ª defesa que mais ficou em campo (1117 snaps);

3ª melhor em fumbles forçados (18);

Mudou na hora errada

Normalmente quando um novo comando chega num lugar de terra arrasada, como era a defesa dos Seahawks com Ken Norton Jr, espera-se mudanças grandes, impactantes e imediatas. Contudo, o inexperiente Clint Hurtt se desfez da ÚNICA coisa que os Seahawks fizeram bem no último ano de KNJ no comando, o Bear Front contra o jogo corrido.

Dessa forma, além de herdar todos os problemas antigos, ter perdido peças importantes como Carlos Dunlap, Bobby Wagner e etc, ele tirou o único “pilar” ainda que frágil dos Seahawks. Tudo isso no meio da mudança de nominal de 4-3 para 3-4.

Quais mudanças fizeram a defesa de Seattle melhorar em 2022?

Seattle estava em nickel em 67% de seus snaps defensivos contra o Atlanta. Isso ocorreu apesar dos Falcons serem em grande parte uma equipe pesada, 21 (2 running back, 1 tight end) e 12 (1 running back, 2 tight end) – como evidenciado por TE Parker Hesse obtendo 75% dos snaps, TE Kyle Pitts 67%, FB Keith Smith 40% e TE Anthony Firkser 16%. Em descidas neutras, os Seahawks não tiveram medo de jogar nickel com esses looks.

Atlanta Falcons 27 x 23 Seattle Seahawks

Quando os Seahawks estavam em sua base de 3-4, eles cederam de apenas 3,6 jardas por carregada. É aqui que eles têm dois OLBs e, em seguida, os dois guards e o center cobertos por jogadores de linha defensiva internos. Eles chamaram cover-6 (Tite Will 6) ou 3-deep, 3-under firezone blitzing ambas as bordas (Tite Saw). No entanto, o nickel de Seattle, 2-4-5, viram os Seahawks cederem de 7,6 jardas por carregada.

Playbook 64: Os pacotes ofensivos (Personnel)

Hurtt foi questionado sobre o nickel e o coordenador defensivo apontou para o elenco versátil dos Falcons:

“Bem, o que acontece é que, quando você joga com um time que é múltiplo em diferentes grupos de pacote, certo? Como Atlanta é. E eles variam, geralmente jogo após jogo, eles rodam muitas coisas”, disse Hurtt.

“E você sempre tem que fazer um estudo sobre o que essas formações significam. Você sabe, eles estão jogando com formações pesadas e correndo com a bola como alguns ataques tradicionais? Você sabe, ou são formações quebradas? Você sabe, muito disso, quando eles usam vários tight ends. Como um cara como Kyle Pitts, eles realmente o usam mais como um wide receiver. Portanto, embora possa ser um pacote pesado como 13, ele joga mais como 12 ou como 11. Então, você pode jogar em nickel. E você quer isso, porque quer poder ter, sabe, suas oportunidades de pressão e cobertura, e coisas dessa natureza. Então, sempre varia de acordo com o plano de jogo. Mas essa é a razão pela qual você usa isso, dependendo de quem é o oponente.”

O nickel oferece aos Seahawks mais opções de pressão e cobertura. No entanto, seu desempenho ruim em relação à corrida e o desejo de Hurtt de jogá-lo mesmo nas primeiras descidas carece de uma repaginada.

Sendo assim, no ano que Seattle se disse time de 3-4, foi o ano que o time usou menos esse tipo de formação.

Incapacidade de fazer ajustes

Vimos problemas de tackles errados aos montes. Isso nunca foi consertado de jogo a jogo. Essa incapacidade de ler o jogo só piorava se precisássemos de ajustes para serem feitos dentro do jogo (o que é normal). Tirando a primeira partida contra os Rams, em que no segundo tempo o time conseguiu conter melhor o jogo corrido, não vimos nenhum ajuste feito. Mesmo nos erros mais descarados.

https://twitter.com/i/status/1589432517160890369

Terceira descida importante, timeout pedido. Vendo o pacote que os Cardinals chamam, ele deixa Boye Mafe no 1v1 contra DeAndre Hopkins. Isso é um absurdo.

https://twitter.com/i/status/1614442467637575680

Veja a jogada acima.

https://twitter.com/i/status/1614444777461751809

Agora veja essa…

https://twitter.com/i/status/1614445790977560576

Em todos os lances o recebedor explorou o meio do campo nas costas do LB. O jogo acabou e NADA foi feito para ajustar isso. Nem que fosse algo errado a se fazer, ficar sem fazer nada é algo muito grave para um técnico do nível da NFL.

Veredito

A grande esperança dessa defesa era Sean Desai. Porém, Seattle preferiu manter Hurtt e deixá-lo ir. Ele agora está onde merece, como coordenador defensivo dos Eagles, vice-campeões da temporada passada. Guardem esse nome, Desai vai ser um baita Head Coach no futuro próximo. Sem Desai e seu conhecimento em secundária que ajudou nossos calouros defensivos, não há muito de bom do que se esperar.

Provavelmente, o elenco de 2023 na defesa será mais forte do que foi em 2022. O que nos resta é torcer para que com esse upgrade de talento, ele consiga fazer um trabalho mais decente e consistente no seu segundo ano como DC.

Forever a 12s

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