Já vimos todas as coberturas mais convencionais do FA. Cover 0 e Cover 1, Cover 2, Cover 3 e Cover 4. As defesas da NFL, muito raramente rodam esses conceitos fechados. Normalmente são sempre adaptações ou modelos híbridos. E talvez a cobertura que esteja no meio disso, entre as tradicionais e as híbridas, seja a Cover 6. Mais a frente veremos todos os tipos dessas formações híbridas, que em sua maioria vem das mentes brilhantes do college, vide Nick Saban.
Playbook 14 – Cover 0 e Cover 1 – É hora da blitz e do caos
Playbook 11 – Como funciona a Cover 3, que fez a defesa de Seattle tão temida?
Playbook 12 – Cover 4 um jeito para defender o fundo do campo
Princípios
Essa defesa é uma mistura, assim como dissemos. Um lado irá rodar a Cover 4 e o outro vai rodar uma Cover 2, daí o nome Cover 6. Também é conhecido como querter, quarter, half.
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É mais utilizada em situações de passe longo. Vai ainda melhor contra formações desbalanceadas, com mais recebedores em um lado do que de outro. Neste caso, o strong safety divide uma metade do fundo do campo com um cornerback, deixando a outra metade para o outro safety cobrir sozinho.
Playbook 16: Entenda as posições do futebol americano
Uma das grandes vantagens deste tipo de marcação é que o wide receiver do weak side (que normalmente é o melhor do ataque) pode sofrer o bump-and-run, visto que o cornerback não tem responsabilidades no fundo do campo, ele pode ser tão agressivo quanto ele desejar. A marcação também é mais segura no fundo, principalmente no lado que possui uma quantidade maior de recebedores.
Playbook 02 – Técnicas de Cobertura de passe
- 3 ou 4 jogadores da defesa fazem o pass rush;
- 3 ou 4 jogadores fazem a cobertura underneath;
- 3 jogadores cobrem o fundo campo;
A “armadilha” como é conhecida consiste no seguinte ponto. O QB lê o lado da cover 4 e acredita que pode explorar uma rota out com o recebedor #2, por exemplo, no outro lado, uma vez que o recebedor passe do nickel ou LB. No entanto o CB não irá seguir o #1, ele vai encaixotar o recebedor #2 juntamente com o defensor do hook. Mesma coisa ao inverso, vendo a movimentação do lado da C2, o time pode esperar que o fundo do campo estará desprotegido e tentar lançar longe do safety, mas terá o CB cobrindo um quarto do campo lá.
Além disso, em algumas variações o CB pode seguir o #1 verticalmente se o #2 também for de forma vertical, transformando a Cover 6 em cover 4. Esse mesmo CB fica em técnica squat, ou seja, fazendo o bump and run para atrasar o recebedor e ficar de olho para cortar qualquer rota intermediária.
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Aqui o lado explorado ainda é o lado “forte”, que conta com o free safety, finado Tedric Thompson, e o CB Tre Flowers, na sua pior fase na carreira. A jogada foi arriscada, não fosse a “furada” de T2 e o erro de Flowers, muito provavelmente teríamos uma INT (pelo menos!). Mas você pode estar se perguntando qual o erro do Flowers, não é? Um, ele foi batido, dois ele deveria ter passado do Tedric, para fazer a cobertura, caso algo desse errado, como deu.
Fraquezas
Do mesmo jeito que a Cover 6 traz consigo as forças da C2 e C4, ela também tem as mesmas fraquezas que abordamos lá, principalmente em rotas intermediárias.
Variações
Essa formação permite muitas variações, como até dito anteriormente. Pode se transformar em outras coberturas dependendo do que o ataque mostre. E é uma das melhores coberturas para enganar os ataques, “cabendo” em vários disfarces.
Para o lado fechado da formação, o cornerback (C) vai na blitz, juntamente com o LB (S). Isso permite que o FS crie a “armadilha”, com o jogador ao invés de dropar, avance na marcação, cobrindo a zona do flat e o SS que está do outro lado vá cobrir a zona que era do FS. Do outro lado da formação, o nickelback (N) aparece sobre o slot, mas vai marcar lá o fundo do campo. Enquanto isso o CB vai ler a rota do #2, se for para o fundo do campo ele marca o fundo do campo. Se ele cortar ele aparece de surpresa. As duas zonas do meio são marcadas pelo LB que sobra e um dos DLs que dropa na marcação.
Mas nada disso irá funcionar se a pressão não vier, então grande responsabilidade para o pass rusher. Também é fundamental a velocidade do SS para cobrir a área do lado oposto e a capacidade do FS de tacklear em campo aberto. A versatilidade também virá da capacidade de leitura e velocidade de reação do CB que não vai na blitz.
Go Hawks!