Raio-X: Qual as corridas desenhadas por Solari?

Hoje vamos falar de coisa boa, ou pelo menos teríamos que falar hehe. Vamos de linha ofensiva e como ela vem mudando.

Como maximizar a produção do jogo corrido de Seattle?

Mike Solari ao chegar trouxe uma grande diferença para a OL de Seattle em comparação ao estilo de Tom Cable. Não falo nem tanto em questões de sistema ou técnica, mas sim de atitude. Em nenhum momento da era Cable seus homens da linha ofensiva foram capazes de impor sua fisicalidade em campo, como tem feito na era Solari.

https://twitter.com/i/status/1049043560492937217

Solari defende os princípios de gap e zona, ele também acredita nos fundamentos e na teoria radical de que uma linha ofensiva deve ter jogadores capazes de executar suas tarefas jogo após jogo. Ele ajudou a transição das linhas para mais bloqueios de zona (como fez com os Seahawks em sua passagem anterior por lá) e ajudou os 49ers a gerir os esquemas de Power/ Counter/ Trap. Com este grupo de jogadores, Solari mostrou que ele pode levar uma linha para um nível totalmente diferente.

Muitos pensavam que com Solari iríamos ia sair de um sistema de zona para um somente de gap. Mas o coordenador faz um grande mix dos conceitos, deixando as corridas menos previsíveis. O que realmente mudou foi a composição do da linha. Cable tinha preferência por jogadores majoritariamente mais atléticos, como Pocic e Ifedi. Já com Solari, trouxemos Fluker, Iupati, Haynes e Simmons, que são bem mais pesados e físicos.

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Entre conceitos de zona e gap, há muita discussão sobre o que são as “corridas de zona”. Primeiro, há muito “zoneamento” em uma zona – grande parte ainda está apenas bloqueando o cara na sua frente. Em todas as corridas de zona, os homens da linha devem perguntar: “Estou coberto?” (existe um cara diretamente na minha frente?) Ou estou “descoberto” (não há ninguém diretamente na minha frente)? ​​”

Se “coberto“, há muito pouco “zoneamento“: o trabalho do OL é bloquear o cara na frente dele. O aspecto “zona” vem com os OL “descobertos“. Se “descoberto“, o jogador de linha deve dar um passo para o lado da jogada, e ajudar o companheiro que está “coberto“, com um bloqueio duplo (combo block) no DL. Uma vez que os dois controlem o DL, um dos OLs avança para bloquear no segundo nível. Agora, se  os cinco OLs estão cobertos por DLs. Nesse caso, cada cara apenas bloqueará o cara na frente deles – não há “zoneamento”.

Fica um pouco mais complicado quanto à diferença entre inside e outsides zones, embora isso envolva técnica, não atribuição. E é aí que é o X da questão, pois há um bilhão de tipos de treinamento para fazer isso bem, mas isso é melhor discutido em um Workshop de treinamento, e não num post.

De acordo com o SIS, Seattle chama Under Center24% bloqueios de gap, e 76% corridas em zona. Já em shotgun, a quantidade de corridas de gap sobe para 32% e as corridas em zona caem para 68%.

Inside Zone

Na Inside Zone, o corredor aponta para o quadril externo do OG. Agora, sua leitura pode variar de acordo com a equipe. Algumas equipes fazem com que o o RB leia o jogador que esteja em 3- tech, enquanto outros times pedem para ler o linebacker “Mike”. Normalmente o Center e o Guard (do lado que a jogada se destina), fazem o bloqueio duplo e o center vai buscar o Mike no segundo nível. E NORMALMENTE o OT do lado contrário do que a jogada se desenha vai bloquear o linebacker WILL.

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Perceba que Iupati e Hunt começam no bloqueio duplo, uma vez que o guard controla o defensor, Hunt vai bloquear o Mike e isso gera um grande avanço para Penny.

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Nesse lance, final de jogo e Seattle precisando da primeira descida para garantir a vitória, o time dos Vikings traz todo mundo para o box. A OL consegue “dominar” a forte DL dos Vikings e consegue empurrar todos os jogadores para o lado direito e Hollister consegue criar o espaço empurrando para o lado contrário. Carson faz uma excelente leitura, na sua paciência peculiar e consegue o bom avanço.

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Graças ao alinhamento da linha defensiva dos Vikings, permite que Ifedi avance logo e consiga bloquear o WILL. Fluker faz bem o seu trabalho e cria um gap gigante para Carson.

Outside Zone

Nas jogadas de outside zone, os OLs atacam um pouco mais o primeiro passo lateral e tentam alcançar o defensor na frente deles (reach block). Ele quer colocar seu corpo entre o defensor e a lateral. O running back visa um ponto fora do ombro do tight end, mas ele pode cortar para dentro onde quer que apareça uma espaço.

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Vindo under center, Seattle chama a outside zone, mas o jogador da secundária vem fechar o ombro de fora de Brown, e Carson faz o bom corte para dentro da linha.

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O esquema de seis jogadores de linha que Solari usa em grande quantidade surte o efeito. Fant empurrando o jogador para fora e Ifedi fazendo o down block abrem o alley para Carson doutrinar o safety dos Vikings.

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Um dos maiores trabalhos de Solari, foi a evolução do péssimo jogo contra os Eagles para os Vikings. Falamos um pouco disso nesse vídeo:

Toss

Diferente dos esquemas baseados em zonas que são vistos com maior frequência, as corridas power são projetadas para criar lanes específicas com bloqueadores abrindo o ponto de ataque e indo para o segundo nível de defesa. A corrida toss é uma jogada de alto risco, mas que pode gerar uma grande recompensa. Normalmente, um jogador é deixado sem bloqueio, esperando que ele possa ir agressivamente demais e deixar espaço para o RB.

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Uma das coisas que ajuda a defesa é ler os bloqueios ou pra onde o QB e a OL se move. Hollister que alinha como um fullback, sai para bloquear do lado direito, WIlson faz o movimento para esse lado também, mas solta a bola para Carson no lado esquerdo, enganando totalmente a defesa.

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Jogada parece ser uma carta na manga de Seattle e também foi usada com Homer no backfield.

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Duo

Esse é o esquema Duo, que é uma corrida de gap com mix de conceitos em zona. Chamam de power sem o pultambém. Ela consiste em fazer o máximo de bloqueios duplos e a grande diferença está no papel do center e na leitura do RB. O center diferentemente da inside zone, vai bloquear o WILL ao invés do MIKE. O RB vai ter a responsabilidade de ler o MIKE e correr para o lado em que ele não está alinhado.

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Bela execução de Penny, que com uma leitura mais simples e com sua explosão e velocidade, combina bem com esse conceito Duo.

Para 2020…

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Com a vinda de Finney e Shell, o time mudou um pouco de jogadores físicos para jogadores mais atléticos/técnicos. Isso vai influenciar diretamente no jogo aéreo e por consequência nessa composição e para orquestrar esses conceitos de corridas. Isso pode ser visto nos dois primeiros jogos, já que estamos passando mais a bola e buscando conceitos mais de zona.

Go Hawks!

9 Replies to “Raio-X: Qual as corridas desenhadas por Solari?”

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  5. […] Mais um bom bloqueio em movimento dele. Nos esquemas de corrida de Seattle seria muito bem vindo. O ressurgimento do jogo corrido de Seattle se deu com muitas corridas duo e split-zones. […]

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