Qual o impacto de Klint Kubiak no ataque dos Seahawks em 2025?

20 dias depois de demitir Ryan Grubb, Seattle finalmente encontrou seu novo Coordenador Ofensivo para 2025, o escolhido foi Klint Kubiak. O cargo é fundamental para o sucesso do time, uma vez que o ataque acabou sendo um dos grandes motivos para as derrotas do time e, consequentemente, resultando no fracasso de chegar aos playoffs.

BREAKING NEWS: SEAHAWKS CONTRATA COORDENADOR OFENSIVO

Opções para o novo Coordenador Ofensivo de Seattle

Vamos analisar o impacto de Kubiak como novo OC do time!

Quem é Klint Kubiak?

Kubiak é filho do antigo técnico da NFL Gary, começou sua carreira de técnico na NFL em 2013 como técnico de controle de qualidade ofensiva para o Minnesota Vikings depois de dois anos como Assistente Ofensivo de Texas A&M.

Após uma breve parada no College como Wide Receiver Coach do Kansas Jayhawks em 2015, ele esteve com o Denver Broncos como assistente ofensivo de 2016 a 2018. Ele retornou aos Vikings de 2019 a 2021, onde foi QB Coach e coordenador ofensivo em sua última temporada com o time. Quando Kubiak assumiu como treinador de quarterbacks dos Vikings em 2019, ajudando o veterano Kirk Cousins ​​a ter uma das melhores temporadas de sua carreira, lançando 26 touchdowns em comparação com oito interceptações enquanto o time avançava para a Rodada Divisional da pós-temporada.

Mike Zimmer promoveu Kubiak a coordenador ofensivo em 2021. Sob sua direção, Cousins ​​​​quase atingiu seu recorde de touchdowns na carreira novamente, terminando em nono na NFL com 33 deles. Mas Minnesota terminou 8-9 e perdeu os playoffs, levando à demissão de toda a equipe técnica e a um novo regime entrando a bordo.

Em 2022, Kubiak retornou aos Broncos como coordenador de jogo de passes sob Nathaniel Hackett, mas não retornou após ser demitido. Ele esteve na mesma função com o San Francisco 49ers em 2023 antes de assumir a função de coordenador ofensivo com o Saints em 2024.

Kubiak era a melhor opção?

Seattle trouxe três opções para duas entrevistas: Grant Udinski, Hank Fraley e Kubiak. Na última sexta-feira Seattle entrevistou Fraley pela segunda vez. Ainda na sexta-feira sua esposa informou que ele voltaria para Detroit e que o acerto com Seattle tinha ficado bem próximo de acontecer.

Com isso, o que podemos inferir é que Fraley seria a primeira opção de Seattle para OC, e depois de não conseguir trazê-lo o time foi em busca da segunda opção. No processo o time ainda entrevistou Byron Leftwich, Adam Stenavich, OC dos Packers e por fim o run-game coordinator dos Ravens, Travis Switzer.

Acredito que das opções restantes, Stenavich, que tinha também o título de Run Game Coordinator, era a melhor opção juntamente com Kubiak. Klint era o único com experiência como play caller e dessa forma um OC propriamente dito. Udinski parecia muito promissor, mas Seattle teria paciência para esperar ele se adaptar ao cargo? O time acabou de demitir Ryan Grubb, um OC que obviamente precisaria de mais de um ano para se adaptar a NFL vindo do College.

Nenhuma opção era avassaladoramente boa ou ruim. O processo de procura de nomes foi bem feito. Seattle fez, talvez, a escolha mais segura.

Esquema

Kubiak tem uma visão esquemática semelhante aos de Kyle Shanahan e Sean McVay. Os elementos do seu ataque são: motions, misdirections, wide zone, play action e deep shots, principalmente atacando o meio do campo.

Os Saints usa o pacote 12 (1 RB e 2 TEs) a uma taxa de 30% e o 21 (2 RBs e 1 TE) em 16% do tempo, juntando-se aos Ravens como o único time entre os seis primeiros usando ambos personnel.

Wide Zone + Run Game


Sendo simplista, o conceito de Wide Zone é uma corrida em zona que tem como alvo o ombro externo do offensive tackle. A linha ofensiva se move lateralmente no snap, visando alcançar o ombro externo dos defensores designados, visando esticar a defesa horizontalmente. Com isso, lanes para cutbacks serão abertas e cabe ao RB fazer essa leitura.

É um conceito eficaz contra várias frentes defensivas, pode ser usado com jet sweeps e reverses, além de preparar o play action e o bootleg. Uma vez que a defesa é estressada horizontalmente os LBs precisam cobrir mais espaço e ser mais agressivos, podendo atacar o espaço em suas costas.

Nessa jogada temos um exemplo da Wide Zone. Kubiak adiciona o WR em motion e Kamara faz as leituras para chegar a endzone adversária. Detalhe para os bons bloqueios dos WRs, algo que JSN vai precisar melhorar.

Mais uma jogada de Wide Zone. Dessa vez ele chama a corrida no pacote 21, com fullback. O FB é o lead blocker na jogada, servindo para abrir caminho para o RB, que faz a leitura correta e entra na ednzone.


Essa é uma jogada criativa de Kubiak. Um Reverse com vários elementos adicionados. Formação I Offset, a OL simula uma corrida Counter. Percebam o LG fazendo o pull para o lado direito e como isso também leva a defesa dos Cowboys para esse lado.

O outro ponto interessante da jogada é Taysom Hill como FB, ele parece que irá bloquear para o mesmo lado do LG, mas ele volta para o lado esquerdo e serve como lead blocker para Rashid Shaheed no Reverse. Percebam como o EDGE do playside também foi enganado.

Outra corrida que ele usa bastante é o conceito de Pin and Pull. É uma corrida que cria down blocks favoráveis e permite colocar outros bloqueadores em espaço aberto. Nesse caso, o TE que vem em motion no começo da jogada faz o down block no EDGE e cria espaço para o LT em campo aberto como lead blocker.

Novamente no pacote 21 ele chama uma Split Zone com Fake Reverse. Ele usa o FB como o bloqueador do edge no backside, ao invés do TE.

Screen Game

O Screen também é um elemento recorrente no seu playbook.

Acredito que essa jogada tenha sido mudada por Derek Carr depois de ler a defesa. É um Bubble Screen com os TEs abrindo espaço para o bom avanço do WR.

Aqui temos um HB Slip Screen. Percebam como a OL é bem treinada e o LG convida o rusher a vencê-lo internamente para ir ao segundo nível e fazer um bloqueio fundamental. Kamara é incrível e consegue o TD longo.

Outra grande jogada desenhada. O motion do WR e o movimento do TE (Taysom Hill) levam a defesa a acreditar na jogada fluindo para o lado direito. Mas, na verdade é um conceito Leak. O TE do outro lado escapa e Carr consegue o TD em profundidade.

Condensed Formations


Um conceito muito usado por Sean McVay para ajudar no jogo corrido. Kubiak também usa para ajudar na proteção ao QB.

Aqui temos uma situação de Max Protect com apenas dois WRs correndo rotas. Não é o ideal deixar seu RB com o melhor EDGE do outro time, mas deu tempo para Carr fazer a conexão.

Yankee Concept


Yankee é uma jogada de desenvolvimento mais longo. Geralmente é executado a partir de um play action com proteção de oito ou nove homens. As formações pesadas de corrida forçam a defesa a trazer os caras para a caixa e garantir uma única aparência de alta segurança.

O conceito Yankee consiste em duas rotas principais. Às vezes, há rotas de checkdown com running backs ou TEs escapando para os flats. Essas rotas principais são:

Uma rota Dig de 16-18 jardas;
Um rota Post do lado oposto;


Primeiramente a proteção. O FB alinhado como TE vem em motion e bloqueia o EDGE juntamente com outro TE. A ameaça de jogo corrido faz o CB permitir um release livre do WR na parte de baixo da tela. Shaheed ameaça o safety verticalmente e quando ele abre os quadris ele muda para a rota post.

Agora vamos para a progressão de Carr. Ele lê o safety do lado da rota Dig. Se ele dropar verticalmente, o passe vai na rota dig. Se ele decidir marcar a dig, o passe deve ir na post. O safety não chega a se comprometer com a dig, mas hesita o suficiente para que Carr possa usar a força do seu braço e a velocidade de Shaheed para o TD.


Aqui temos a segunda leitura do conceito Yankee. O safety single-high marca a rota post e Carr passa na rota dig que tem espaço para avançar após a recepção.

Fit

Acredito que Seattle tem as ferramentas necessárias para o esquema de Kubiak. JSN pode emular de forma ainda melhor o que Chris Olave fazia, além de ser usado em screen e explorar o meio do campo. Os Seahawks não tem um speedster como Shaheed, mas DK Metcalf é uma ameaça vertical que pode ser adaptada para tal.

O combo Zach Charbonnet e Ken Walker tem talento para jogar de forma similar ao que Kamara fazia. Walker, apesar das lesões vem de uma temporada em alta no quesito receber passes. O que deve ser muito bem vindo em screen.

Kubiak trabalhou com Brock Purdy na sua temporada de calouro e Spencer Rattler. Mas, também tem no currículo o trabalho com veteranos como Carr e Cousins. Ou seja, independente de seguir com Geno Smith ou com um calouro, Kubiak tem experiência nisso.

Veredito

Como dito no começo do artigo, Seattle fez a opção mais segura dentre as disponíveis. Vale lembrar que os Bucs e Texans tem o cargo de OC a disposição e poderiam ser uma concorrência mais atrativa para os candidatos. Quero ver como Kubiak vai se adaptar no decorrer da temporada. Ele deve ter papel similar ao que fez nos Saints, onde o Head Coach era defensivo e deu a ele as chaves do ataque.

Ademais, é interessante ver quem será o novo OL Coach e o Passing Game Coordinator que complementarão o ataque de Kubiak.

Forever a 12s!

One Reply to “Qual o impacto de Klint Kubiak no ataque dos Seahawks em 2025?”

  1. […] Qual o impacto de Klint Kubiak no ataque dos Seahawks em 2025? […]

Deixe um comentário