Bom, o que aconteceu no último SNF foi algo de se assustar: primeiro jogo no ano que Russell Wilson não lança para nenhum TD. Ele tem sofrido com as lesões dos seus recebedores. Até a semana seis, enquanto todos estavam saudáveis, Wilson teve 14 TDs. Da lesão de Dissly até o jogo contra os 49ers, onde Lockett se machucou, foram 9, sendo 5 na partida contra os Bucs. Pós lesão de Lockett, foram apenas 3 TDs, em 3 jogos e 3 interceptações.
Mas quem foi/foram o(s) culpado(s) desse déficit do ataque?
Lesão de Penny?
Não, Penny não é o centro do nosso ataque, mas aí vem dois pontos importantes. O primeiro é que as corridas laterais, juntamente com a formação da dupla complementar Carson/Penny vinha bem e era uma ótima oportunidade para testá-la. Em segundo, é que o time CLARAMENTE não estava preparado para a saída de Penny. Parecia até que nos treinos só Penny e Carson que carregavam a bola. Homer nem cogitado foi e Prosise pouco teve chance de mostrar algo, entrou de gaiato no navio e quase causou um fumble. Logicamente não dá para usar nos treinos todos os jogadores com a mesma intensidade/qualidade, mas precisa haver equilíbrio.
Rashaad Penny injury (ruled out) @ProFootballDoc pic.twitter.com/BGHGeBOhXV
— Ben Baldwin (@benbbaldwin) December 9, 2019
As corridas laterais e passes no flat para a explosão de Penny, eram uma ótima alternativa para o pass rush agressivo dos Rams.
Linha Ofensiva?
Russell Wilson foi sacado 5 vezes e pressionado o jogo inteiro. Isso afeta o QB durante todo o restante do jogo, deixando-o sempre preocupado.
.@AaronDonald97 coming in like a runaway 🚚!#ProBowlVote pic.twitter.com/BrzeGdvQBS
— Los Angeles Rams (@RamsNFL) December 9, 2019
O time só conseguiu lidar com Donald em bloqueios duplos (ás vezes triplos), no mínimo. Isso é um tiro no pé, já que o front seven dos Rams tem talento e conseguiu aproveitar bem as oportunidades.
E 👏 BU 👏 KAM 👏
— Los Angeles Rams (@RamsNFL) December 9, 2019
@samysosa_3 with the third-down sack to hold 'em to three! pic.twitter.com/AlrE7pT3M6
Seja em stunts, blitzes…
https://twitter.com/EnriqueCabezue5/status/1203885923512938496
Ou até em 1 versus 1.
Germain Ifedi cedendo sack para Dante Fowler Jr, posicionamento horrível em relação ao defensor pic.twitter.com/Jc3Kzwy6Cr
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 9, 2019
Mike Solari tinha feito um trabalho de grande evolução se compararmos o péssimo jogo contra os Eagles para o jogo contra os Vikings. No entanto o time não parecia ter se preparado o suficiente para o jogo, bem diferente se voltarmos para a partida da semana 5. Precisamos dar o mínimo de tempo para Wilson conseguir trabalhar e achar nossos recebedores.
Erros de Russell Wilson?
Como já falamos no começo do texto, Wilson vem em declínio nos últimos jogos, desde a partida contra os Eagles, (esses dois próximos jogos são uma ótima oportunidade para se recuperar) e nesse jogo não foi diferente. Ele tomou algumas escolhas erradas aqui.
Wilson perdendo Metcalf no meio do campo pic.twitter.com/7l1EKh3iic
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 11, 2019
Wilson tem Metcalf livre no meio do campo, com um bom potencial para jardas pós recepção. Apesar disso, ele faz um passe para Lockett no fundo do campo, a bola foi mal colocada e ele quase é interceptado. Aqui tivemos um erro de progressão (progressão é a leitura que o QB faz da jogada, por exemplo: lê o recebedor Z, se ele não tiver livre lê o recebedor X e assim por diante).
Wilson perde a possibilidade de Metcalf no meio do campo. A pressão durante todo jogo, forçou ele no passe curto pic.twitter.com/rvQCDB2WzE
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 11, 2019
Nesse lance se ele desse um pouco mais de tempo, teria Metcalf livre mais uma vez pelo meio. Nesse caso, o fator OL pode ter forçado ele a soltar a bola rápido, com o medo de um possível sack na endzone.
Wilson força demais o passe e faltou sincronia na improvisação. Lockett para na rota e Wilson força no fundo do campo. pic.twitter.com/kEXyaEhhqW
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 11, 2019
E por último, no fim do jogo Wilson já tentando arriscar tudo tenta achar Lockett mais uma vez. Apesar de durante a partida o WR parecer um pouco letárgico, o QB forçou demais. Nesse lance faltou a sintonia QB-WR, Lockett quebra rota e Wilson busca a endzone. Resultado? Interceptação!
Brian Schottenheimer?
Por que tanto ódio a Schottenheimer?
Como o trabalho na redzone mudou, de Darrell Bevell para Brian Schottenheimer
Bom, ele sempre é o bode expiatório, mas como falamos no último pod, ele não é o maior dos culpados. (Avisando logo que dizer que não é o maior, não significa que não é culpado). Temos uma OL que não protegeu o QB, que por sua vez não estava numa noite inspirada e que ainda não pôde contar com a melhor partida de seus recebedores. As chamadas interferiram sim, mas analisemos com calma e vamos dar a césar o que é de césar.
“Seattle correu muito com a bola”. Concordo, apesar delas terem sido chamadas por Wilson na linha. Você perdendo da forma que estávamos, não pode terminar chamando 16 corridas. Tentaram usar a estratégia de pegar a defesa desprevenida, já que com um placar tão dilatado a corrida seria menos usada para arrancar grandes avanços. No entanto, isso não seria condizente porque: a OL vinha num desempenho sofrível e Carson não é um RB de grandes corridas, ou corridas explosivas e longas, tendo poucas corridas desse tipo no seu currículo. Nesse ano, talvez tenha tido apenas aquela contra os Bucs, que no final ainda sofreu um fumble.
Abaixo alguns conceitos que Schottenheimer usou:
** Sugestão para facilitar, ler esse playbook falando sobre a árvore de rotas, para uma melhor compreensão**
Seattle Seahawks – Mesh Snag Concept pic.twitter.com/vXetbas2nm
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 11, 2019
Conceito excelente, de passe curto e funciona contra marcação individual e em zona. Neste caso, a defesa dos Rams estava marcando em Zona e as rotas de Carson e Gordon fazem os LBs hesitarem na marcação pelo meio e ficarem atentos a essas rotas, deixando a rota snag de Hollister como passe viável. No entanto, o TE dropa a bola e perdemos uma grande oportunidade.
Seattle Seahawks – Levels Concept pic.twitter.com/pFuVQ30O0P
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 11, 2019
Aqui os dois jogadores externos vão correr rotas in e o mais interno correrá a rota dig. Esse é o conceito no lado direito do campo, ótimo para bater marcações em zona, uma vez que voce terá em diferentes níveis (daí o nome levels) do campo um recebedor. Se você está em marcação individual com recebedores rápidos, também é possível que o jogador fique livre, como é o caso de Lockett. Apesar disso, Wilson nem olha para aquele lado, porque tem uma blitz livre vindo em sua direção. Então ele vai para a rota complementar (rota que não faz parte do conceito, só serve de isca) com Gordon, mas o WR escorrega e perde a primeira descida.
Seattle Seahawks – Mills Concept pic.twitter.com/dTngHILhnF
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 11, 2019
O conceito Mills, majoritarimente é usado para bater cover 4, nesse caso foi usada para bater a cover 3. A rota post de Gordon passa por trás das zonas de marcações intermediárias. A rota de Lockett chama atenção do safety e dá todo o leverage para Gordon, e meu amigo, na fisicalidade, vai ser difícil ganhar de Gordon.
Seattle Seahawks – Divide Concept pic.twitter.com/92WUEoCTtZ
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 11, 2019
Esse conceito é uma rota Go + uma rota Post. Serve muito para bater marcação em zona MOFO (Middle of the Field Open – Cover 2 ou Cover 4). Esse tipo de conceito, além de ajudar em passes longos, usa da liberdade do QB e WR. Normalmente uma chamada para ele vem da leitura do WR. Se ele ver que realmente é MOFO, ele faz a rota post se aproveitando do espaço ou indecisçao entre os safeties, por trás das zonas intermediárias. Se for MOFC (Middle of the Field Closed – Cover 1 ou Cover 3), ele segue a rota Go, porque o safety terá que escolher quem marcar.
Seattle Seahawks – Spacing Concept pic.twitter.com/lWSRCakuv2
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 11, 2019
No lado direito do campo Seattle usa o Spacing. Um conceito de passe rápido que dá três leituras ao QB. Uma rota spot (Hollister), flat (Lockett) e curl (Gordon). O lado direito carregado, move a defesa dos Rams para aquele lado, e a rota de Hollister chama a atenção dos LBs e deixa a rota complementar livre, a rota post de Moore.
Jogada bem desenhada. Motion para o lado direito da linha para puxar a marcação e um Screen para Metcalf pic.twitter.com/NRWL9LJtNS
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 11, 2019
Schottenheimer não é conhecido pela sua grande criatividade. Mas ele usou boas saídas, como screens para Metcalf. Isso vem com o objetivo de desacelerar a DL, que é muito agressiva. Somado a isso ele chama um motion de Moore puxa a atenção da defesa para o lado direito e Metcalf fica livre. O único erro da jogada é que o CB externo fica muito distante de Brown, e ele não consegue chegar em tempo hábil de já abrir aquele espaço. Faltava DK recuar no campo para receber a bola antes e chamar o CB para dentro.
Post Wheel Concept pic.twitter.com/wIED4UOilp
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 11, 2019
Esse conceito é definido como, o recebedor interno correndo uma rota wheel e o externo uma rota post. O motion de Hollister entrega que a marcação é individual, o que é perfeito para esse conceito. A rota de Hollister abre espaço para Turner atacar o meio do campo e marcar o TD. No entanto, ele demora para virar pela bola e acaba perdendo o passe.
Corner – Flat Combo pic.twitter.com/U0kaD3klTV
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) December 11, 2019
Aqui o time usa o conceito Diagonal 7, criando quase que um conceito smash, com uma rota corner do recebedor externo e uma rota flat do recebedor interno. Bom conceito, com rotas saindo do campo para parar o relógio no 2 minute warning. O smash funciona da seguinte forma: dá uma rota curta e uma rota longa no mesmo lando do campo, ficando conhecida como leitura high-low. É melhor usado para isolar o CB em zona. Se ele estiver marcando o flat você passa na rota corner e se ele for marcar o fundo você passa no flat. Como a marcação aqui é individual e muito bem feita por sinal, sobra para Wilson uma janela curta no flat.
Veredito
A linha ofensiva foi a grande vilão dessa partida. Claro que estamos olhando do prisma ofensivo, obviamente que a defesa tomar 21 pontos, faz com que o ataque tenha que se adaptar. E BS e PC demoraram a fazer esses ajustes. Mas em uso de conceitos para vencer a defesa dos Rams, Schotty deu para Wilson, o problema é que o QB teve problemas com proteção e uma noite pouco inspirada dos WRs. Em grau de importância eu listaria nessa ordem (fiquem a vontade para discordar!):
- Linha Ofensiva – cedendo pressões;
- Recebedores com aparente falta de foco;
- Demora nos ajustes da comissão técnica;
- Declínio de Russell Wilson;
Go Hawks!
[…] Quem foi o culpado do desempenho do ataque no SNF? […]
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