Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada [2]

seahawks brasil estádio

Tentando esperar a poeira baixar, a cabeça esfriar para falar dessa temporada. A chateação é normal, mas existem alguns pontos que precisamos analisar com mais calma. Quando escrevi o um texto semelhante, no fim da temporada passada, não imaginava que muitos dos pontos iriam se repetir.

Análise Seattle Seahawks 23 x 28 Green Bay Packers

Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada

Estabelecer o jogo corrido nunca foi o problema!

Eis um dos pontos que se repete. A explicação também. Você pode argumentar que o time corre muito, mesmo tendo um dos melhores QB da liga. Até concordo que a quantidade pode ser um pouco acima, mas o jogo terrestre como ameaça serve para deixar Wilson mais livre para fazer o que ele faz de melhor: soltar o braço no fundo do campo. Ser exclusivamente dependente de Wilson iria demandar uma OL bem melhor do que tínhamos e alvos também.

A OL era deficitária e Wilson seguiu correndo pela sua saúde. A diferença é que ela teve uma queda no desempenho no jogo corrido, principalmente na reta final. Claro que houveram lesões (falaremos no próximo ponto) mas foi uma grande queda. Não deixe os números de Carson, que conquista muitas jardas pós contato lhe enganarem. No jogo contra os Packers não houve sequer UMA corrida lateral dos RBs. O time viu que correr pelo meio da linha não estava dando certo e insistiu nisso várias vezes, fazendo o time basicamente perder descidas. Durante a temporada houveram várias corridas criativas, mas faltou muito disso em momentos decisivos.

As lesões e perdas…

Acho que poucos times foram assolados com tantas lesões e suspensões como Seattle. Jarran Reed que teve uma suspensão de seis jogos, sem sequer poder treinar com o time. Depois Gordon que teve poucas chances de se destacar, foi pego mais uma vez com substâncias ilegais e ficou de fora na reta final. E por fim, Al Woods também foi suspenso, um dos poucos valores na defesa ao jogo corrido. Três grandes perdas.

Fora isso, vamos para as lesões e essa lista é bem extensa. Collier se lesiona nos primeiros treinos da temporada e perde toda a preseason. Metcalf também tem uma lesão durante a preseason. Haynes e Christmas tem lesões e não conseguem ficar saudáveis e ficam na PUP list durante um bom tempo e o segundo nem chegou a ser ativado. Will Dissly tem um dos grandes números na recepções e TDs, se lesiona na semana 6 e Wilson perde um dos seus alvos favoritos. Justin Britt que já não vinha tão bem, tem uma lesão e nos força a jogar com Hunt que foi diversas vezes atropelado pelos DLs adversários. e chegamos até a contar com Jordan Ross como center. Ed Dickson e Ethan Pocic foram e voltaram ao IR.

O time perde seu melhor corredor, Carson e seu possível substituto, Rashaad Penny, num espaço de duas semanas. Até o terceiro backup que não havia agregado muito ao time também entrou na maré de lesões e forçou o time a apostar na sua escolha de sexta rodada, que não tinha jogado nenhum snap ofensivo antes da lesão de Penny, Travis Homer. Força também o time a basicamente tirar dois jogadores da aposentadoria, Lynch e Turbin.

Para completar, lembra daquela linha que não protege bem? Seu melhor nome é Duane Brown e ele passa o ano inteiro jogando com lesões e inclusive perdendo a reta final do time, voltando apenas para o Divisional, para jogar no sacrifício. Mike Iupati, que até então só havia mostrado trabalho no jogo corrido, também se machuca na reta final e não retorna mais. Seu reserva imediato, Jamarco Jones sofre uma concussão e terminamos o ano com o terceiro reserva, Phil Haynes.

Do lado defensivo, Ansah teve vários jogos abaixo da média, não foi uma boa contratação. No entanto, não sei em quantas partidas realmente esteve saudável. Jadeveon Clowney, seguiu com seu histórico de lesão e perdeu jogos importantes. Nas duas últimas partidas jogou sem treinar devido a uma hérnia que ele esperou a temporada terminar para operar. Diggs e Griffin também perderam jogos por lesão, até os queimados Flowers e Thompson fizeram parte da lista.

Sim, na NFL temos muitas lesões, os GMs e HCs tem que estar preparado para isso, mas ninguém espera uma hecatombe dessas.

Os projetos de Carroll (Tre Flowers)

O time se orgulha de achar bons nomes para secundária no fim do draft. Richard Sherman e Kam Chancellor no quinto round, montaram uma das grandes defesas da história. O time achou os úteis Jeremy Lane e Byron Maxwell. Até o Shead que veio da UDFA ajudou ao time. PC tem o orgulho de nunca ter escolhido CBs muito cedo no draft. Griffin foi o mais alto da era e veio só no terceiro round. Então no draft de 2018 o time escolhe no quinto round Tre Flowers que nunca havia jogada de cornerback, teve um grande ano na temporada passada. Mas esse ano ele foi exposto desde o começo do ano. Conseguiu se recuperar, mas voltou ao desempenho ruim e como o time não tinha nenhum reserva viável (Akeem King não conta).

As vezes os projetos dão certo, outras vezes não. Uma das coisas que mais me identifico são essas apostas, o que discordo é que seja sua única chance. Apostar num CB para o futuro? Tudo bem, mas se ele não der certo você tem que ter ao menos alguma opção viável de backup. Confiou demais no seu olho e histórico e o resultado foi o desastre que vimos em Green Bay.

Ano passado, Griffin foi tostado contra os Cowboys, altamente explorado e sem resposta. Na última partida tiraram proveito de Flowers e que o time não fez nada para corrigir isso.

O caso Schottenheimer

Ele teve uma temporada MUITO melhor do que teve no ano passado. Um playbook mais aberto, mas seguiu com um grande problema, a falta de ajustes. Ele buscou um jogo mais vertical, teve mais entrosamento com Wilson, mas de nada adianta se demorar demais para ler o jogo. Em várias partidas o time passou o primeiro tempo INTEIRO insistindo num estilo de jogo que não dava respostas e deixando todo uma segunda etapa para correr atrás do prejuízo.

Wilson é um cara que lança muito bem em profundidade, BS tenta usar disso só que aí entra em colapso. Você tem uma linha ofensiva fraca, ou seja, não consegue bloquear por muito tempo. E a progressão (leitura) é da mais longa pra mais curta e deixa o QB exposto a sacks. 

Bons treinadores tiram o melhor dos seus jogadores, colocam eles em situações favoráveis e isso é uma amostra do que ele não pode fazer. Quantas vezes insistimos aqui que era preciso usar Rashaad Penny da maneira correta? Que o jeito dele correr não era insistindo em corridas pelo meio da linha e sim corridas criativas por fora da linha… Ele percebeu isso, porém já tinham sido passadas 10 semanas.

Quer outro exemplo? Depois da catástrofe de perder os Running Backs principais no final da temporada, Schottenheimer foi obrigado a utilizar contra os 49ers Travis Homer, o RB4 do time. Homer superou as expectativas correndo muito bem outside zones e recebendo passes. No jogo seguinte de playoffs contra os Eagles tivemos 11 carregadas para um ganho de 12 jardas!!!

Muitos dizem que em time que está ganhando não se mexe, mas é preciso mexer sim, caso o time queira vencer, tem que entrar para massacrar e colocar medo. Em diversos momentos da temporada, o time começou vencendo, mas quase deixa empatar por causa de falta de ajustes. Em outros o ajuste veio só na segunda metade. As reações precisam ser imediatas. Ele parece preso a alguns esquemas e conceitos, ao invés de enxergar as fraquezas e forças dos seus jogadores.

“Fazendo pouco com muito”, Norton Jr, Ken

O ano acabou da forma que começou…

Eu não consigo entender como um cara pode ter esses números tendo o talento que tem nas mãos.

Não, nossa defesa não é a melhor da liga, mas quantos DEs são melhores que Clowney? Quantos LBs melhores que Wagner? Quais CBs tem números melhores que Griffin? Quantas duplas de safeties melhores que Quandre Diggs e Bradley McDougald?

Não é para ser top1, mas dá para fazer um trabalho bem melhor que isso. As zonas são frouxas, os conceitos não são passados de forma correta,  parece não estudar os adversários, ele não tem resposta para nada que os times tem. Simplesmente não consegue fazer ajustes durante os jogos.

Pesquisem o trabalho dele nos Raiders, foi um trabalho pífio, não conseguiu forçar turnovers, e após esse trabalho falido Seattle cometeu o erro de trazê-lo.

Mas ele não é o único culpado da defesa. Talvez você não conheça todos esses nomes, então irei apresentar:

  • Clint Hurtt: Treinador da linha defensiva;
  • Jethro Frankilin: – Assistente de linha defensiva;
  • John Glenn: Treinador de linebackers;
  • Nick Sorensen: Treinador de defensive backs;

Cada um desses setores mostrou deficiência e precisa ser levado na consideração. A linha defensiva não tinha criatividade nenhuma, tinha vários alinhamentos estranhos e isso não maximizou o grande talento do Clowney. Eu faria um faxinão geral entre os coordenadores e treinadores. Não adianta insitir em quem não tem nada para agregar.

Pete Carroll merece ser demitido?

Gratidão. Ele merece isso, mas não podemos sentar e esperar para sempre por conta disso. Ele precisa estar disposto a mudar, a deixar de lado suas filosofias atrasadas para conseguir tirar o máximo do grande QB da história da franquia. Ele tem uma excelente gestão de grupo, mas tem que ter “humildade” de assumir o que ele não pode fazer e se cercar de pessoas competentes nesse sentido. Nessa temporada teremos muito cap, boa quantidade de escolhas no draft e é a hora de investir com tudo para irmos aos SB, não podemos deixar esse “trem” passar mais uma vez.

Vamos em frente, teremos muito conteúdo de free agencydraft!

Go Hawks!

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