Com o burburinho da troca de Adams, muito se justificou que não haveria problema, pelo fato de Seattle usar mal suas escolhas no draft, principalmente, a primeira. Eu não gosto de me ater muito a essa abordagem. Não dá para justificar um erro com outro.
Prefiro me focar na qualidade de Adams e o impacto dele numa defesa, desempenhando vários papéis, do que dizer que como Seattle usa mal as escolhas valeria a pena.
Até porque, o buraco do problema é ainda mais fundo. Como exemplo disso, temos o Draft de 2019. Por mais que você esteja revoltado com o último draft, ainda não há tempo de julgar, mesmo essa classe não tendo um Metcalf da vida para salvar, mas chegaremos lá.
Jamal Adams quer se aposentar no Seattle
[Vídeo] Análise BSBR – Por que Jamal Adams vale a troca feita por Seattle?
Preço x Impacto de Jamal Adams: Saiu caro?
Raio-X: Como Seattle tem errado no uso da sua primeira rodada?
Abordagem num Draft
Não quero conhecer mais que um GM, minhas maiores peripécias foram apenas no Madden haha. Quem sabe um dia não me vêem pela BFA hahaha?
Mas voltando, eu penso numa estratégia para separar as picks de cada time:
- 1ª Rodada: Aqui o time tem que endereçar um plug and play, um cara que vai já vai impactar no ano 1, nas suas principais necessidades, defensivas ou ofensivas, aí sim você vê qual mais alto no seu board. Necessidade e talento. Por exemplo, você precisa de edge e OT num draft, você vai do melhor jogador disponível entre essas duas posições;
- 2ª Rodada: Se ninguém deixou escapar um Metcalf da vida, você tem a chance de pegar aqui um titular sem grandes problemas, nas suas necessidades secundárias. Pode não ter o mesmo impacto de uma primeira rodada, mas alguém que está no mínimo em condições para lutar pela titularidade;
- 3ª Rodada: Se ninguém deixou escapar um Russell Wilson da vida, você pode pegar aqui um titular sem grandes problemas. Pode não ter o mesmo impacto de uma primeira rodada, mas alguém que está no mínimo em condições para lutar pela titularidade;
- 4ª Rodada: Acho que aqui ainda dá para pegar um cara para lutar por uma vaga, mas caso não esteja, você olha jogadores de nota de 2º e 3º round que acabaram escapando ;
- 5ª Rodada: Sempre em draft tem grandes caras que acabam escapando. Charles Omenihu, Curtis Weaver, Bryce Hall, são exemplos. Aqui você pode arriscar, porque caso não dê certo, o máximo que você gastou foi uma quinta rodada que não muda o preço do dólar. A não que você consiga usar uma para trocar por um Quandre Diggs ou Quinton Dunbar;
- 6ª Rodada: Se ainda tiver nomes que escaparam da quarta e quinta rodada você aproveita. Do contrário, você arrisca em jogadores atléticos, que podem acabar surpreendendo no camp ou preseason;
- 7ª Rodada:
- Se ainda tiver nomes que escaparam da quarta e quinta rodada você aproveita. Do contrário, você arrisca em jogadores atléticos, que podem acabar surpreendendo no camp ou preseason;
Últimas Primeiras Escolhas de Seattle
Vamos ver como Seattle gastou as últimas quatro escolhas.
Germain Ifedi, OT (2016):
O time realmente precisava de reforço na linha ofensiva. No entanto, apesar de um monstro fisicamente, Ifedi tinha várias red-flags saindo de Texas A&M. Inclusive, seu antecessor, não fez grandes coisas por lá, e hoje está em Seattle, o grande Cedric Ogbuehi. Essas preocupações foram evidenciadas na mudança de nível. Problemas de processamento e faltas cometidas.
Cedric Ogbuehi e o fantasma de Ifedi
A única coisa que não tivemos foi problemas de durabilidade. Tirando seu ano de novato, em que perdeu o começo da temporada, Ifedi ficou fora de menos de cinco jogos nos outros anos. O time tentou usá-lo como guard e depois moveu para RT, onde ele evoluiu absurdamente, mesmo que isso não significasse de longe um valor de primeira rodada, que foi investido.
Seattle acertou em não exercer o direito de quinto ano em Ifedi?
Veredito: Endereçou uma posição necessária, mas com um jogador que não passaria de uma terceira rodada. Ao menos (ou não), foi titular desde que foi draftado.
Rashaad Penny, RB (2018):
Uma das escolhas que me irritou muito. Eu era muito fã do Penny, quando veio para o draft. Mas o time estraga tudo ao escolher Penny tão alto. Isso coloca uma pressão absurda nele. Como falei acima, para mim a primeira escolha tem que começar em campo. Penny veio para o time para ser RB2, quem gasta uma primeira escolha num RB2? Ele tinha muito potencial, mas ainda assim, foi muito “ousado”, para não usar outra palavra.
Jogador da semana: Rashaad Penny
O que esperar de Rashaad Penny, depois de uma temporada bem longe do nível de primeiro round?
Veredito: O time realmente endereçou uma posição que precisava, tínhamos dado adeus ao beast mode e Rawls e Lacy ficaram longe de demonstrar alguma esperança. No que tange ao ponto importância até daria para entender, mas erraram feio no talento. Sony Michel, Nick Chubb, RoJo, Derrius Guice tinham MUITO mais talento que Penny. Os dois primeiros nem se discutem, mesmo a produção de Penny tendo sido amplamente prejudicada pelas chamadas ofensivas.
Como maximizar a produção do jogo corrido de Seattle?
L.J. Collier, DE (2019):
Essa disparado é a pior escolha de Seattle nesses últimos tempos. Eu sei que muitos tem ódio de Ifedi e Penny, mas esses ainda tinham algum espaço para crescimento. Collier é mais velho que Jamal Adams que já vai para seu segundo contrato na NFL haha. Ele é um cara muito forte, que poderia ser uma bela peça na rotação, mas sendo escolhido na quinta rodada.
A grande questão é que ninguém conhecia Collier, até chegar o bendito Senior Bowl. Ele foi fantástico no 1v1 e durante o jogo. O time se deixou levar pelo frenesi disso e trouxe esse jogador que teve apenas 2 tackles solo e 3 combinados. Mas falaremos mais a frente.
Veredito: O time endereçou a posição que precisava, mas errou FEIO no nome. Pensando só na mesma posição, tinham vários nomes a frente dele. Em ordem que saíram no draft:
- Zach Allen;
- Chase Winovich;
- Jaylon Fergunson;
- Oshane Ximines;
- Maxx Crosby;
- Austin Bryant;
- Charles Omenihu;
Jordyn Brooks, LB (2020):
Aqui o time faz o inverso. Não estou dizendo que a nota do Brooks era de primeira rodada. Mas ele tem ao menos um teto mais alto, provavelmente, o mais alto de TODAS essas escolhas listadas aqui. A classe tirando Simmons, não tinham tantos talentos, mas o time acabou errando aqui, ainda mais pelo fato de necessidade. Você paga o LB mais caro (Wagner), paga quase 10 no parceiro dele (Wright), e no draft de 2018, gasta 2 escolhas em LB.
Avaliação da classes do draft 2020
Por que Seattle escolheu o Jordyn Brooks?
Como LBs atuais serão fundamentais para os LBs do futuro?
Não vale dizer que o time tinha ele alto, que amava ele. O time tentou trocar, e já tinha um acerto fechado com os Packers, que acabou dando para trás nos 47 do segundo tempo, trocando com os Dolphins. Segundo informações, os Ravens iriam pegá-lo, tanto que na 28 escolheram o Murray, e os Bengals já tinham dito que iriam pegá-lo na 33, inclusive lamentaram muito.
Veredito: Sendo assim, não faria muito sentido ir com sua primeira rodada, num jogador que não tinha nota de primeira, que não vai ser titular imediato e que não era a principal need do time nesse ano. Tendo EDGE e OT GRITANDO POR AJUDA, o time deixa passar.
Recap do Draft 2020 de Seattle
O Fatídico Draft de 2019
Depois de quase mil palavras de introdução, vamos falar do que aconteceu nesse draft. O time tinha feito uma baita troca, já que Clark queria um contrato novo e não tinha grana, com as renovações de Wilson e Wagner, JS consegue uma primeira rodada e uma segunda do ano posterior.
Tirando o DK, o draft se baseou apenas em escolhas de dia 3.
Primeira rodada, L.J. Collier, DE:
Segundo um insider que já conseguiu dispor de informações bem exclusivas, dando “furos” de escolhas anteriores, mesmo que inesperadas, como Carpenter, Irvin e Bobby Wagner, o time tinhas suas preferências no draft, eram elas, EDGE e Safety. Inclusive segundo esse insider, no draft de 2010, o time esperava por Trent Williams e Eric Berry, mas saiu com Okung e Thomas II depois que Berry saiu na 5 e Williams na 4, para nossa sorte. Voltando ou indo para 2019, o time tinha como preferências: Rashan Gary ou Brian Burns para a linha defensiva e Johnathan Abram, para a posição de safety. Aí vem a bronca, Gary e Burns já estavam fora da lista na escolha de 16.
Raio-X: A escolha de Collier foi ruim, mas o quanto?
Collier está em busca de se provar!
Seattle respondeu isso, trocando para baixo com os Packers tendo as picks 29 e 30 da primeira rodada. Penso que o Abram era a opção na 29 e o time iria do melhor edge no board deles na 30. Temos outro problema, Abram saiu na 27, sendo assim, Seattle troca para baixo com a 30 e se desespera, com medo de perder o EDGE e vai com Collier na 29 (mesmo tendo aquela lista grande de jogadores melhores que o jogador de TCU).
Preço: Claro que não vou ser leviano de falar que a lesão que ele teve que o tirou do camp, não atrapalhou. Lógico que atrapalhou, atrapalharia um veterano, quanto mais um rookie. Mas o que é ainda mais óbvio é que Collier não vinha para ser o EDGE1 do time. Depois da burrada, o time foi “forçado” a trazer Ansah e trocar por Clowney. Ou seja, o erro custou a Seattle, uma primeira rodada, uma terceira gasta em Clowney e mais de 8M em Ansah. Hoje, Collier é projetado para ser movido para dentro da linha.
Segunda rodada, Marquise Blair, S:
Aqui vai outro grande erro de Seattle. Nasir Adderley, Taylor Rapp, Juan Thornhill, C. J. Gardner-Johnson, Amani Hooker eram nomes que eu tinha a sua frente. Ele tinha um grande destaque jogando ao lado de Corrion Ballard, pelo fato de alternar as funções de FS/SS. Fez muito bem esse papel, mas o colocaria na quarta rodada, não na segunda. O problema é que além de sair bem mais alto do que deveria, ele teve MUITOS problemas para pegar os conceitos da defesa de Seattle.
Marquise Blair, o assassino silencioso, trará de volta o BOOM para a secundária de Seattle?
O time tentou colocar ele como SS e acabou tendo problemas e foi movido para FS, perdendo vaga para Thompson e Hill, coisa que não existe. O time precisou trocar por Diggs para reforçar a secundária e Blair ficou de longe de ser a resposta para a função.
O impacto de Diggs na defesa de Seattle
Preço: Segunda rodada (escolha), Quinta rodada (Diggs), Primeira rodada (Adams), Terceira rodada (Adams), Primeira rodada (Adams) e Bradley Mcdougald. Perceba então que mais do que a escolha de Collier, para consertar a burrada de Seattle o preço pago foi MUITO mais caro.
Segunda rodada, DK Metcalf, WR:
Aqui não tem o que analisar, tanto que vou ser clubista: “te amo deuskaylin Metcalf, te amo JS!”.
Metcalf provou que os analistas estavam errados?
Terceira rodada, Cody Barton, LB:
O time sobe na terceira rodada para passar a frente dos Colts que acabaram pegando Bobby Orekeke que junto com Drue Tranquil poderiam estar a sua frente. Não sei se valeria o esforço, pegar o cara aqui e ainda pagando uma escolha para subir. Ele tem um belo background em cobertura, gosto do jogador, mas não sei se o time confia nele, já que gastou uma escolha de primeira rodada em Brooks e deu o maior salário da liga para Wagner.
Raio-X: Barton tem uma partida de destaque!
Preço: Custou ao time uma terceira, quinta (usada para trade up) e uma primeira rodada (usada no Brooks, já no ano seguinte).
Quarta rodada, Gary Jennings, WR:
O time investe bem num cara com boa produção, mas que não deu certo. Aqui não estamos nas três primeiras rodadas, mas ainda dava para ter conseguido alguém que ao menos ficasse no elenco, e não alguém que perdesse para o cara de sétima rodada e UDFA, como Ursua e Turner.
Seattle retira o tender e Malik Turner agora é FA
Ursua e Homer empolgaram a torcida na preseason
Raio-X: O que acontece com os WR de 4ºrd em Seattle?
Quarta rodada, Phil Haynes, OG:
Até gostava da escolha, mas por azar se machucou. Tinha no seu segundo ano uma grande chance, mas o time pensa em Iupati a sua frente, impedindo-o de um maior desenvolvimento.
OL de 2019 x OL de 2020: Quem vence?
Mike Iupati renova com Seattle, o que ainda tem a oferecer?
Raio-X: Após a estreia de Phil Haynes, o que podemos esperar?
Quarta rodada, Ugo Amadi, DB:
O time começou o ano de 2019 sem resposta na função de nickel. A maior esperança era Amadi, mas teimaram por não usar isso e ainda deu mais chances a Taylor que a Amadi. Essa estratégia resultou no fato que começamos 2020 ainda sem um jogador para a função definido.
Raio-X: Ugo Amadi merece ser Pro Bowl…nos times especiais
Essa secundária pode voltar a ser temida?
Quinta rodada, Ben Burr-Kirven, LB:
Aqui dava para pegar jogadores que acabam sobrando em cada draft, principalmente a escolha sendo no começo. Eu gostava demais do jogador, sem clubismo a parte. Junto com Barton poderia ser uma baita dupla, inclusive se pensava que ele pudesse ser usado em pacotes defensivos para maximizar sua capacidade de cobertura e marcação com sua capacidade de tackles.
Em 2020, o mundo é difícil para ele que vai ter que lutar para manter sua vaga no elenco.
Ben Burr-Kirven será o steal do draft de Seattle?
Adaptado de:
http://seahawksdraftblog.com/why-seattles-possible-2019-draft-plan-needs-to-be-challenged
[…] – Cody Barton – 6’2, […]
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