Carlos Dunlap pode resolver os problemas da defesa?

Algo que já nos preocupava desde a offseason era a nossa linha defensiva. Com as perdas de Irvin e Taylor, aí que as coisas pioraram de vez. Isso ainda ficou mais claro, com o último jogo contra os Cardinals em que não tivemos nenhum hit ou sack no QB. Para chegar longe na pós temporada e até mesmo garantir a vaga lá numa divisão tão forte, o time precisava ajustar essa linha defensiva.

Vamos a análise!

A troca

Se haviam discussões sobre o preço do Adams, nossa última troca, por Dunlap não tem nem o que pensar. Seattle enviou uma sétima rodada (preço baixo) e B.J. Finney, um cara que tem a mesma quantidade que eu de snaps ofensivos em Seattle. Isso liberou cerca de 4.5M no cap e nos livrou de um jogador sem utilidade atualmente no elenco. Sobre Finney, pelo menos o time não cometeu o erro de querer empurrar o C/G na OL mesmo ele tendo problemas para pegar o novo esquema.

O time trocou Nick Vannett por uma quinta rodada, usou essa quinta em Quandre Diggs + 7ª rodada. Essa sétima rodada foi usada para trocar por Dunlap. No frigir dos ovos o time na movimentação conseguiu: Vannett por Quandre Diggs + Carlos Dunlap + Luke Willson, EXCELENTE NEGÓCIO.

Seattle faz troca com o Pittsburgh Steelers

Faz sentido antecipar a renovação de Quandre Diggs?

Vale lembrar que essa troca foi quase cravada pelo BSBR no texto anterior:

Trocas e Alvos que podem acontecer em Seattle antes do prazo final

B.J. Finney vai ser protagonista em Seattle?

Em questão de cap, além de se livrar de parte do cap hit de Finney, Seattle assume 4.8M (basicamente o mesmo preço) para esse ano e no ano que vem, com 32 anos, Dunlap terá um hit de 11.25M, mas sem nada garantido. Dessa forma, o time poderia cortá-lo ou reestruturar para mais um ano ou algo assim, dependendo do seu desempenho nessa reta final. Enquanto isso, os Bengals pagarão 6.18M e 2.25M em 2020 e 2021, respectivamente.

Os Bengals pegam um iOL que eles precisavam depois das lesões e se “livram” de um cara que estava querendo sair a todo custo da franquia, depois de problemas internos. EU particularmente não curto jogadores que forçam a saída, mas vamos ver se Carroll coloca ele nos trilhos, já que não é nenhum garoto.

Um ponto importante é que para o jogo contra os 49ers ele não pode jogar devido as novas regras de COVID. A estreia deve acontecer contra os Bills.

Quem é Carlos Dunlap?

Carlos Dunlap está na NFL desde 2010 vindo de Florida, sendo escolhido pelos Bengals na segunda rodada do draft. Ele tem 6’6 (1.98 m) e 285 lb (129 kg) e absurdos 34⅝” de braço. O ano de 2015 foi seu breakout year e de 2016-2019 ele teve: 55.5 pressões, 32.5 QB hits, e ao menos 8 sacks por ano. Ele foi Pro Bowler em 2015 e 2016 para corroborar a grande fase. Desde 2010, Dunlap tem, segundo o PFF, nota de 89.9 como rusher (16º) e 86.3 contra a corrida (10º).

Seattle hoje, é o 25º lugar em taxa de pressão nesta temporada (22,0%). Dunlap tem 183 pressões desde 2016 (20º na NFL), incluindo 11 que causaram um turnover (T-8º).

Em que ele muda nossa defesa?

Como dito mais acima, ele estava forçando uma saída do time porque estava tendo pouca oportunidade esse ano, em nenhuma partida teve mais que 23% dos snaps. Isso deixou ele com apenas 1 sack no ano. Mas ele vem de um bom 2019, com 9 sacks e 13 TFLs.

Fisicalidade

Você já deve ter visto no mundo do futebol, aquele centroavante alto e forte que não sabe usar o corpo para proteger a bola. Dunlap é exatamente o contrário disso. Ele conhece bem as armas que tem, e sabe usá-las da melhor forma possível.

Carlos Dunlap sabe usar toda a sua envergadura para power rush e bull rush combinado com o long arm. Bom combo com Mayowapic.twitter.com/zHrvLxPgoj

— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) October 28, 2020

Movimentação sempre com força e buscando o braço esticado, para lhe dar vantagem em relação ao OL. Além disso, ele tem peso e altura para usar a força pura e consegue mesclar conceitos de puxar e empurrar para se desvencilhar do adversário.

Outro ponto do jogo do Dunlap são os instintos para fechar as linhas de passe na DLpic.twitter.com/BFINv5bHHm

— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) October 28, 2020

Ele tem boa inteligência para levantar os braços nos momentos certos. Isso já lhe rendeu 15 passes desviados em uma temporada e 60 em sua carreira. As vezes por enfrentar marcação dupla, ou um passe rápido, o DL não pode ajudar chegando ao QB, mas pode tentar bloquear o passe e fazer a jogada para a defesa da mesma forma.

Jogo Corrido

Um fator de jogo fundamental para nossa divisão, é o trabalho no jogo corrido. Ele é disciplinado e consegue identificar bem o ball-carrier e setar o edge.pic.twitter.com/yIeTGYReIm

— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) October 28, 2020

Esse foi um dos fatores que mais me fez gostar da contratação. Além do trabalho como pass rusher, ele consegue fechar e selar o edge. Fora isso, tem boa capacidade de infiltração, vontade de parar o jogo corrido e o mais importante, é disciplinado. Enfrentamos Cardinals com um QB móvel, 49ers com um ataque corrido bem variado, assim como os Rams, com muitos motions e jet sweeps. Essa disciplina pode ajudar a forçar esses times a diminuírem a quantidade de corridas, que sempre atrapalham nossa defesa.

Counter Moves

A essa altura da carreira ele ainda tem problemas para executar alguns counter moves, quando os movimentos de força não correm tão bempic.twitter.com/TZ1VcprOKU

— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) October 28, 2020

O aspecto negativo dele é que falta agilidade em alguns momentos e maior variedade de counter moves quando seu plano inicial não dá certo.

Veredito

Como falei nos textos, pods e redes sociais, Dunlap não resolve todos os nossos problemas, na verdade, nenhum jogador sozinho conseguiria isso. A troca por ele foi uma evolução sem sombras de dúvidas para nossa DL. Ademais, gastamos apenas uma sétima e um jogador que nem usávamos, sendo basicamente de graça. Foi uma troca a lá Schneider dessa vez. E que inclusive nos permitiria de fazer outra troca ainda para melhorar o time, já que não gastamos mais picks e ainda temos Moore, Hollister e Reed que poderiam ser trocados. O risco foi baixo, se der certo, temos o reforço que precisamos, se der errado, gastamos apenas uma sétima e um reserva.

As mágicas das trocas de Schneider! – Parte 1

As mágicas das trocas de Schneider! Parte 2

Go Hawks!