Dissecando o colapso do ataque de Seattle em 2020

A primeira grande movimentação da offseason veio quase que de forma imediata, após a eliminação para os Rams nos playoffs. O sonho de muitos se realizou, o coordenador ofensivo foi mandado embora. No entanto, Schottenheimer era UM problema, dos muitos que nosso ataque enfrentou na segunda metade da temporada.

Análise Los Angeles Rams 30 x 20 Seattle Seahawks

Quem sai e quem fica em Seattle?

Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada [3]

Vamos entender essa situação!

Rasocast #57 – Russell Wilson vai ser trocado?

Schottenheimer não era o ÚNICO problema

Sobre a demissão de Schotty, o grande problema foi não se ajustar às defesas, principalmente na segunda metade da temporada, a incapacidade de mesclar conceitos intermediários como passes para TE e slots. Sua saída não dá uma segurança que isso vai mudar, pode, inclusive, ser um passo atrás e a volta de um esquema focado no jogo corrido.

Shane Waldron é o novo Coordenador Ofensivo de Seattle!

Na verdade a demissão veio após o técnico garantir que especificamente o OC não seria demitido. Eles tiveram uma discussão sobre o que fazer numa quarta para um, que acabou indo para o punt porque o ataque não conseguiu se organizar. Isso juntou com a reunião que tiveram em que Schotty quis continuar com o Let Russ Cook e PC queria voltar a usar mais o jogo corrido.

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O MOFO nunca foi o problema

Mofo só é problema quando estão nos móveis ou nas paredes (ba dum tss).

Explicando para quem não conhece o termo, basicamente existem duas aparências de defesa, o MOFO (Middle Of the Field Open), quando há 2 safeties no fundo do campo, como acontece na Cover 2 e Cover 4.

Playbook 13 – Cover 2, um conceito que vem sendo usado cada vez mais em Seattle, na era pós LOB

Playbook 12 – Cover 4 um jeito para defender o fundo do campo

A outra é MOFC (Middle Of the Field Closed), quando há apenas 1 safety no fundo do campo, como acontece na Cover 1 e Cover 3. Em tese, é mais difícil atacar em profundidade conceitos MOFO. Para combater o ataque explosivo de Seattle no começo do ano, as defesas passaram a usar mais isso, e foi um fato levantado sobre a capacidade de Wilson de atacar esse tipo de cobertura.

Playbook 14 – Cover 0 e Cover 1 – É hora da blitz e do caos

Playbook 11 – Como funciona a Cover 3, que fez a defesa de Seattle tão temida?

Números das defesas contra Seattle nas 8 primeiras semanas:

  • C3: 27.1%;
  • C1: 24%;
  • C2: 21.7%;
  • C4: 12.3%;

Nas 8 últimas semanas:

  • C3: 34.8%;
  • C1: 29.1%;
  • C2: 16.8%;
  • C4: 7.7%;

Russell Wilson tem menos problemas contra cover 2 man do que cover 2 zone match. Além disso, as equipes C2 no início da temporada eram simplesmente ruins. Não é o caso na segunda metade.

Isso vai direto ao fundamento do que venho falando. As equipes não estavam jogando Cover 2 contra Seattle. Eles estavam mostrando Cover 2 até que Wilson fizesse sua leitura e verificação de linha, então mudando para MOFC mais tarde. MOFO ou MOFC nunca foram o problema, a questão era o sistema.

Metcalf corre uma rota post que é uma boa forma para atacar a MOFO, ele vence Ramsey, que era um grande duelo. Wilson faz a leitura, tem força no braço, mas o problema é que tem ninguém menos que Aaron Donald aos seus pés. Isso era um TD garantido e não foi Ramsey que salvou, foi Donald.

Análise Los Angeles Rams 30 x 20 Seattle Seahawks

Correr ou não correr, eis a questão…

Pete Carroll: “Francamente, gostaria de não jogar contra looks de dois safeties no fundo do campo no próximo ano durante toda a temporada”. É por isso que quero correr mais com a bola em 2021″.

Com dois safeties no fundo do campo, você tem um jogador a menos no box para combater o jogo corrido. Dessa forma, TEORICAMENTE, é mais atraente correr contra esse tipo de defesa, já que você pode ter uma vantagem numérica. O grande problema, é que Seattle correu de forma estúpida. Um exagero de inside zones para 0-2 jardas e poucas corridas criativas no decorrer do ano.

Playbook 03 – Dissecando a Soft-Sky: a alternativa da cover 3

A questão nunca foi correr ou não correr, passar ou não passar. A questão é ter ajustes, correr na hora de correr e passar na hora de passar. Será que não existe a palavra equilíbrio no dicionário de Pete Carroll?

De nada adianta você ter um dos melhores QBs da liga lançando em profundidade se você não dá ao menos 3 segundos para ele lançar ou achar sua segunda leitura. Isso deixa as coisas muito fáceis para as defesas, ou defendem o jogo corrido, ou defendem o passe longo. Com o jogo corrido indo mal, fica mais fácil ser agressivo, até porque para um passe longo ele vai precisar de tempo para que as rotas se desenvolvam.

Raio-X: Russell Wilson, o rei dos passes longos!

Um exemplo desse problema da linha, é que mesmo no 5×4, sem blitz, a pressão é exercida em cima do QB sem grandes dificuldades. Algo que sempre bati na tecla foi a falta de evolução da OL. Se você assistir o jogo 1 contra Atlanta ou o último contra os Rams os problemas são basicamente os mesmos. Até certa evolução num 5×4, se comparado a outros anos, mas contra blitz era totalmente vulnerável. Mike Solari foi um grande nome da OL, mas precisamos de alguém que consiga evoluir a unidade.

Como a OL vai mudar com Andy Dickerson?

Meu argumento não poderia ficar mais válido do que a última jogada ofensiva da temporada ser um sack. Correr ou deixar de correr, passar ou deixar de passar, a prioridade tem que ser a OL e dar tempo para Wilson lançar.

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Wilson tem sua parcela de culpa

Apesar de atingir records na carreira, ele também teve negativos. Foi o maior número de interceptações, e em sua maioria foram na conta dele. Ele reclamou muito de sacks, e realmente o time precisa corrigir isso, mas o QB também foi o responsável por forçar alguns pelo fato de querer esticar algumas jogadas. No decorrer da offseason teremos análise específica dos sacks e da interceptações e teremos uma visão mais ampla.

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Go Hawks!

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