O que esperar de Christian Haynes depois de um ano decepcionante?

O termo “decepcionante” pode ser um pouco exagerado. Um ano é muito pouco para avaliar um jogador, principalmente um novato. No entanto, essa palavra foi para ilustrar mais a narrativa do primeiro ano de Christian Haynes do que seu desempenho em campo.

Christian Haynes é mais um pilar para a OL de Seattle

Mike Macdonald revela motivo pelo qual Christian Haynes ficou inativo

Seattle teve que esperar bastante depois do primeiro round. O time esperou pacientemente e conseguiu escolher um dos melhores guards da classe. A expectativa era que Haynes pudesse ser o novo RG, mas, ele terminou o ano como reserva da escolha de sexta rodada, Sataoa Laumea.

Seria possível esperar algum salto de produção no seu segundo ano?

O 2024 de Christian Haynes

Anthony Bradford começa o Trainning Camp como titular. Muitos Head Coaches preferem manter os jogadores que já estavam no grupo, por uma questão de “respeito”. Contudo, Bradford se machuca e o que parecia ser a hora perfeita para Haynes assumir a posição e não perder mais, não acontece. Quem se torna o titular é McClendon Curtis. Se você assistiu os jogos de Seattle na preseason, percebe a preocupação pelo fato de Haynes não ser capaz de vencê-lo.

Começa a temporada e Haynes começa a dividir snaps com Bradford. Mesmo Laken Tomlinson e Bradford formando uma das piores duplas de guards da liga, Haynes não consegue a titularidade. Até o momento em que Ryan Grubb e Mike Macdonald dizem que Haynes estava perdendo snaps por problemas de força e de técnica.

Bradford se lesiona e é colocado na IR. Outra vez, parece o momento perfeito para ele assumir a função de starter, mas não é o que acontece. O time prefere usar Sataoa Laumea, um jogador que esteve inativo o ano todo. Isso traduz bem o que o Coaching Staff pensava dele e, por isso preocupa para seu futuro.

Ele terminou sua temporada de calouro com 167 snaps, 6 pressões cedidas, sendo 5 hurries e 1 sack, além de 2 faltas cometidas. Seu Pass Block Grade foi de 51,9 e o Run Block Grade de 49,8.

Por que Haynes não teve chances?

Esse jogo na semana 2 os Seahawks venceram de forma apertada. Esse lance seria um TD para DK Metcalf em profundidade, mas Geno Smith não teve tempo e para piorar, isso quase virou uma interceptação. O probelma é todo do ponto de vista técnico. Haynes para de movimentar seus pés e tenta fazer o contato com apenas uma das mãos.

Novamente a pressão cedida por ele tem impacto no passe. Dessa vez Geno não tinha janela, mas a pressão fez o passe sair ruim. Haynes está com a cabeça levantada mas simplesmente demora muito para sair de um defensor para outro e não consegue se recuperar.

Alinhar contra Dexter Lawrence não é uma tarefa fácil para ninguém. Ele tenta vencer no leverage com uma técnica similar ao forklift, mas o DT é muito forte. Haynes não consegue estabelecer a base e é jogado em cima de Geno Smtih.

Chega a ser vergonhoso como ele perde contra esse hump move e comete a segurada. Ele perde o equilíbrio muito fácil para alguém do seu peso/tamanho.

Bloquear Fred Warner é uma tarefa árdua, mas Haynes toma um péssimo ângulo, facilitando a vida do LB. É valido notar que ele também não recebe ajudar de Laken Tomlinson que termina a jogada sem bloquear ninguém.

É possível ter esperança no seu futuro?

O primeiro motivo está na chegada de Klint Kubiak e John Benton. Seu esquema de wide-zone é muito similar ao que ele executava em UConn e foi onde teve grande destaque.

Ele dá o punch saindo da linha de scrimmage para ajudar o RT e avança para o segundo nível e toma o ângulo perfeito para anular o LB na corrida.

Esse é um perfeito exemplo de como executar o reach block. É o bloqueio fundamental no esquema de zona de Kubiak. No college, Haynes executava com maestria.

Como dito acima, a capacidade de tomar ângulos favoráveis é muito boa. Essa foi sua habilidade que mais me chamou atenção vindo no college.

Olu Oluwatimi acaba redirecionando ele durante o snap, mas ele tem boa mobilidade para alternar entre o crasher e o looper.

Ele vai ajudar o OT se movimentando bastante lateralmente para executar o bloqueio, mas mantém os olhos atentos e pega o edge na tentativa de stunt.

A jogada começa e ele está de olho em Alexander Anzalone como potencial blitzer. Enquanto faz o bloqueio no DL, ele fica de olho no LB, percebe que ele está como uma espécie de spy e na verdade o outro LB, #44 que vem na blitz com stunt, mas Haynes bloqueia bem.


Esse snap mostra alguns pontos positivos e negativos de Haynes. Boa mobilidade lateral para espelhar o pass rusher, porém as mãos estão do lado de fora dos pads (o que poderia causar uma penalidade de holding) e em dado momento sua base fica muito curta e ele quase perde o equilíbrio.

Veredito

Desde que foi draftado que havia uma esperança que Haynes também tivesse snaps como center. Ele sempre foi RG em UConn mas, foi testado como center no Senior Bowl. Uma vez que Seattle não draftou nem trouxe ninguém na free agency, eu achava que seria onde Haynes teria mais chances. Nos OTAs ele teve no máximo drills posicionais de center, no entanto jamais alinhou como tal em nenhuma das unidades.

A favor dele tem o fit com o esquema de John Benton, mas a competição é grande. Além de Bradford, Sataoa Laumea que nos OTAs tem alinhado como LG reserva, foi titular no ano passado. Ademais, Bryce Cabeldue, que é um dos melhores reach blockers dessa classe e uma de minhas apostas, também compõe o grupo que disputa a função de RG.

Haynes é um prospecto mais velho e Seattle o escolheu pelo seu piso e não pelo teto. A mudança de esquema favorece suas qualidades e é sua chance de ser titular. Caso ele não consiga, novamente, sua continuidade em Seattle estará ameaçada.

Forever a 12s!

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