Quem assumirá a vaga de nickel deixada por Coleman?

Com a ida de Coleman para os Lions, saída essa que tornou o CB o slot mais bem pago da liga e que pode render a Seattle uma escolha de quarta rodada compensatória no ano que vem, deixou um vazio na secundária da equipe na posição de nickel. Explicando para quem não é habituado com o termo, nickel/slot é o cornerback que alinha entre a linha defensiva e o cornerback da lateral. Jogar nessa função requer características diferentes de um CB que joga na lateral, mais a frente no post traremos esses requisitos.

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Com a renovação de King, muitos estão atribuindo diretamente a ele a ocupação dessa vaga, no entanto, não acredito que ele seja apropriado para essa função. King pouco ajudou Seattle esse ano, e o estilo dele seria mais para um CB que joga nas laterais do que um nickel/slot. Ainda assim, jogando nas laterais King não foi bem, nem quando substituiu Flowers no jogo 2, nem Griffin no decorrer do jogo 17.

Aqui é batido facilmente na mudança de direção e acaba cedendo o TD.

Nesse lance faz uma péssima leitura, caindo no play action e cedeu mais um TD.

Com o passar do tempo, Ken Norton desenvolveu um pacote situacional com mais defensive backs (grupo de safeties+cornerbacks), utilizando King em situações de blitz e marcação individual em tight ends, e foi assim que ele conseguiu um pouco de destaque.

No jogo contra o Vikings apareceu na blitz forçando um passe incompleto.

No jogo contra os Chiefs, fez sua melhor partida, marcando ninguém menos que Travis Kelce.

Voltando a falar da posição de nickel, Seattle sempre achou bons valores para posição. Walter Thurmond na quarta rodada em 2010, participante da Legion of Boom, Jeremy Lane na quinta rodada, e que antes das lesões era um grande nome da posição (nickel, não na lateral onde sempre foi mal), Marcus Burley que foi adquirido por uma sexta rodada, e por fim Coleman que foi espetacular no tempo que esteve em Seattle e custou apenas uma SÉTIMA RODADA.

Dentre as opções que Seattle tem HOJE no elenco, um nome passa despercebido, Kalan Reed, que fez parte do time de treino durante essa temporada. Ele tem 5’11” (1,80m) e 199lbs (90kg), demonstrou muita capacidade atlética na época que jogou em Southern Mississippi. No tempo que jogou lá teve 152 tackles mais 8 para perda de jardas, 8 interceptações, das quais 3 foram retornadas para TD, 30 passes desviados e 3 fumbles forçados. Na sua última temporada, ele impediu mais da metade dos passes lançados em sua direção.

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Reed demonstra ótimas características para a posição de um slot corner, velocidade, mobilidade lateral, bom trabalho de pés, agilidade, jogar com agressividade e determinação, além de ball skills. Ou seja, jogar de nickel é muito diferente de jogar na lateral (outside). A posição de nickel/slot, nada mas é que o CB que joga entre a linha defensiva e o CB que joga na lateral, como vocês podem ver na imagem abaixo. Em tese ele entra no lugar de um linebacker, então é de sua responsabilidade ajudar a marcar o jogo corrido, para que o time não fique desguarnecido nessa área. Ele precisa também, ser bastante inteligente e gostar de estudar os vídeos, ter um entendimento de conceitos ofensivo e defensivos, rotas e o playbook defensivo em geral. Além disso precisa ter uma mudança de direção muito boa, para patrulhar as zonas médias do campo, principalmente porque o slot receiver, normalmente é a bola de segurança do QB.

Resultado de imagem para nickel corner

Vamos ver algumas das características do nickel/slot CB:

Já começando mostrando a agressividade desse jogador, nesse lance, que foi uma quarta para o gol, no fim do jogo, Reed garante a vitória do time.

Aqui, bela leitura fazendo um tackle para perda de jardas, no lance de corrida.

Uma amostra de ball skills, consegue uma interceptação com apenas UMA das mãos.

Aqui uma das minhas jogadas preferidas de Reed. Jogando justamente no slot, no jogo da semana 17 da temporada regular de 2017, ele faz o contato com o recebedor (do jeito que Pete Carroll gosta), muda rapidamente de direção e consegue desviar o passe. Excelente jogada.

Aqui num lance da preseason de 2017 podemos perceber um conceito importantíssimo para um CB: o leverage. Você pode estranhar o termo, então explico. O leverage nada mais é que espaço. Sendo mais claro, o que acontece numa jogada é o CB pode alinhar do lado externo ou interno, ou seja, forçar o recebedor ficar entre o CB e linha lateral ou ficar entre o CB e o meio do campo. Cada tipo de cobertura tem um leverage específico, nessa jogada por exemplo, ele sabia que tinha ajuda do safety para uma rota mais longa, daí ele fica livre para quebrar a linha de passe, deixando o QB confuso e conseguindo a interceptação.

 

Aqui mais um exemplo do leverage numa jogada de redzone ele força o recebedor a ir por fora deixando um espaço apertado entre ele e a linha lateral, permitindo que ele consiga fazer o desvio do passe.

Com um ano aprendendo as técnicas de Seattle e uma boa preseason, Reed pode beliscar essa posição que está vaga.

Como BÔNUS trago aqui outro jogador que passou o ano no time de treino e pode se beneficiar muito desse ano de experiência, e tem todo o protótipo de CB de Seattle, inclusive prefiro ele na equipe a King, maaaaas… Ele é Simeon Thomas, foi draftado na sexta rodada por Cleveland e foi cortado, Seattle contratou e manteve no time de treino. Tem 6’4” (1.93m) e 190lbs(86kg) com 35” de comprimento de braço, no seu pro day pulou 39 e correu as 40 jardas em 4.46 segundos. Um CB atlético e extremamente longo, muitos diziam que Seattle o draftaria se estivesse disponível.

Aqui demonstra sua habilidade de ajudar no jogo corrido, conquistando um tackle para perda de jardas.

Belo lance aqui, mantendo o recebedor ao seu alcance e faz o uso dos braços longos para cortar o passe.

Aqui temos a execução do step-kick, técnica FUNDAMENTAL para qualquer CB de Seattle. Essa técnica consiste em tentar não espelhar o adversário no começo da jogada, perceba que recebedor “dança” na frente de Thomas e ele permanece paciente e só quando o WR parte para sua rota real, ele executa a jogada fazendo o corte do passe.

Go Hawks!

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