Damien Lewis foi a melhor escolha de OL de John Schneider?

Essa foi uma escolha que dividiu opiniões. Teve gente que gostou e deixou se levar pelo prêmio de All-Rookie Team e pelos números do PFF que deixaram Damien Lewis até como o 10º melhor guard da liga em dado momento do ano, e como o rookie da posição melhor classificado. Entretanto, teve gente que cobrou o valor de uma terceira alta, em cima do ex-jogador de LSU.

Damien Lewis, vai substituir Fluker a altura?

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Explicando o título

Juro para vocês que o título não é/foi uma tentativa de click bait. Vamos jogar os nomes da era (desde 2010) Pete Carroll e John Schneider para ver o que temos, excluindo da lista os que não tiveram impacto no time:

Raio-X: As melhores escolhas de draft da história de Seattle, em cada round

Russell Okung, LT, 2010, 1ª rodada (6ª geral):

Russell Okung foi um bom OT enquanto esteve saudável em Seattle. Contudo, nem em questão de talento, nem em questão de disponibilidade, ele valeria uma 6ª geral, só para lembrar que já foi 6ª geral de Seattle, foi o mito, o deus, a lenda: Walter Jones.

Walter Jones, o maior da história!

James Carpenter, OG, 2011, 1ª rodada (25ª geral):

Uma daquelas escolhas inesperadas, ele era OT em Alabama e chamou a atenção de JS e PC indo bem no Senior Bowl. O time ainda o moveu para dentro da linha a fim de ajudar as suas limitações, mas nunca foi sólido e também sofreu muito com lesões.

Senior Bowl e East-West Shrine Game na história de Seattle

O Senior Bowl e sua importância para Seattle.

J.R. Sweezy, OG, 2012, 7ª rodada:

Ele era um DT em NC State, e foi um dos grandes achados de Tom Cable, que o converteu num sólido OG. Claro que teve suas dificuldades, mas para uma sétima rodada, saímos MUITO no lucro. Também teve problemas de se manter saudável e saiu para os Bucs por muita grana, mas o futebol ficou em Seattle.

Teremos uma linha ofensiva de respeito novamente? Parte 1 – (2012)

Justin Britt, OT, 2014, 2ª rodada:

Era OT em Missouri e passou seus primeiros anos da carreira sendo movido por toda a linha. Jogou de RT, LT, LG e RG e sempre dando problemas. Quando  a escolha já tinha tudo para se definir como uma péssima aposta, Cable colocou ele como center e ele finalmente se achou. Passou vários jogos sem ceder pressões e apesar da falta de burburinho em cima dele, tinha excelentes números se comparado a companheiros de posição.

Conheça nosso “QB” da OL, Justin Britt, e a falta que ele fará!

Mark Glowinski, 2014, OG, 4ª rodada:

Se você é torcedor dos Colts ou torce para Seattle há pouco tempo, Glow deve ser uma das maiores provas do fracasso de Cable. Ele nunca passou segurança na posição e teve muitos problemas numa OL disfuncional. Foi cortado e assinou com os Colts, onde virou um cara sólido, bem diferente do que apresentou em Seattle.

Germain Ifedi, 2016, OT, 1ª rodada (escolha 31ª geral):

Enquanto você lia isso, Germai Ifedi comete segurada em algum universo paralelo. Ele era um cara com muitas ferramentas físicas e que seria um projeto a longo prazo, mas nunca foi desenvolvido. Jogou como RG e foi um COMPLETO desastre. Quando foi movido para RT, evoluiu seu futebol, mas veio a chuva de faltas, sendo um dos jogadores mais faltosos de 2017.

Solari conseguiu diminuir a sangria, mas o estrago já estava feito. Esse é o problema de dar reach na primeira rodada, a pressão vai vir pesada por resultados, assim como Penny, Collier e cia.

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Por que Seattle comete tantas faltas?

Seattle acertou em não exercer o direito de quinto ano em Ifedi?

Rees Odhiambo, 2016, OT, 3ª rodada:

Chegou a ser nosso LT pós lesão de George Fant e antes de trocarmos por Brown. Acho que o lance acima exemplifica bem, o quão boa foi a troca para nós. Ele era guard em Boise State e nunca correspondeu a uma terceira rodada. Gostei de uma analogia que o nosso querido Paulinho fez, Seattle tentou criar uma LOB na OL e o resultado não foi bom. Sempre vale lembrar que a única primeira rodada que esteve na LOB foi Earl Thomas, de resto foram escolhas de quinta rodada para baixo.

Raio-X: O interminável Duane Brown

Ethan Pocic, 2017, C, 2ª rodada:

Sofreu do mesmo problema que Britt, só que com um agravante, ele já era center em LSU e o experimentaram em todas as posições, menos na sua de origem. Quando teve a chance, não deu oportunidade nenhuma sequer para B.J. Finney que chegou com contrato para ser o titular, vindo da FA. A grande questão foi sua falta de força e falta de boa vontade com ele. Nosso queridão Sweezy foi titular naquele jogo de playoffs contra os Cowboys mesmo estando com o dedo quebrado.

Pocic vai se firmando como titular na OL de Seattle

Jamarco Jones, 2018, OT, 5ª rodada:

Era um cara muito bem quisto, vindo de Ohio State, mas depois de um combine deplorável, caiu bastante. Chegou a ser cogitado como RT titular, mas teve uma lesão e depois quando teve a chance, foi um dos piores jogos de um OT em Seattle. Fizeram uma transição para guard, mesmo sem ele nunca ter jogado e conseguiu se encaixar um pouco melhor mas ainda sem grande destaque. Sua falta de velocidade e força foram colocados a prova.

Raio-X: A OL e Jones tem solução?

Phil Haynes, 2019, OG, 4ª rodada:

Talvez ele seja o Lewis que deu errado, ou Lewis seja o Haynes que deu certo. Existem muitas semelhanças no estilo de jogo dos dois. Haynes teria grandes chances de lutar pela vaga de LG, mas ele simplesmente não consegue deixar o DM, perdendo vaga até para Jordan Simmons, que nunca foi conhecido por ser um cara saudável. Recebeu muitos elogios de Duane Brown e foi um dos destaques no TEF, critério que Seattle usa para avaliar os OLs. Porém dois anos de carreira e apenas meio jogo no currículo.

Seattle assina com o velho conhecido Jordan Simmons

Raio-X: Após a estreia de Phil Haynes, o que podemos esperar?

Stone Forsythe, 2021, OT, 6ª rodada

Com 6’8 (2,03m) de altura e pesando 307 libras (140kg), Forsythe possui longos braços de 34 3/8 polegadas e uma envergadura de 83 1/4 polegadas que o torna o arquétipo ideal para um LT na NFL. Ele usa esse comprimento com excelente eficácia na proteção de passes para manter os pass rushers afastados e é ridiculamente leve em seus pés espelhando os defensores para um jogador de seu tamanho enorme, bem como se movimentando no jogo corrido.

Em duas temporadas como titular, ele permitiu 21 apressamentos, 5 sacks e 10 qb hits, provando ser um dos melhores da SEC em manter seu QB protegido. Mas enquanto o comprimento de Forsythe permite que ele coloque as mãos nos defensores rapidamente, sua altura pode criar grandes problemas para ele, especialmente no jogo corrido. Mesmo quando ele está jogando baixo para seus padrões, os defensores muitas vezes ainda podem ficar por baixo dele e ele terá que ficar mais forte para compensar. Vencer a luta por cima sempre será um problema para caras com o tamanho dele.

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Stone Forsythe vai conseguir proteger Russell Wilson?

Essa avaliação fica pendente até o fim da temporada, isso se Forsythe jogar esse ano, o que HOJE, parece pouco provável.

A temporada de Damien Lewis

Tendo em vista um pequeno resumo sobre seus concorrentes, vamos analisar Lewis.

O lado ruim:

O rookie sendo rookie:

É esperado problemas na transição de College para NFL, e apesar de Lewis ter sido muito elogiado na sua chegada ele demonstrou problemas de leitura. Nessa jogada, numa terceira descida, momento importante que podia ter dado a vitória, ele está em qualquer lugar, menos na órbita terrestre e erra a leitura.

Outra questão que sempre ficou em voga é a comunicação que principalmente no lado direito contra blitzstunts deu muitas dores de cabeça.

O que aconteceu com a defesa e o ataque de Seattle?

Não fosse a temporada de calouro e suas dificuldades, ainda tiveram a brilhante ideia de colocá-lo como center e o resultado não foi dos melhores nos 66 snaps que teve. Carroll deu algumas indicativas de colocá-lo mais vezes nessa posição para o futuro, mas prefiro ele ainda como center.

O que o experimento de Damien Lewis como center pode indicar?

Mobilidade Lateral (a falta dela)

Algo que era um dos seus principais problemas vindo do college, não conseguiu ser ajustado. Ele demora demais para chegar no defensor e por um detalhe não cede o TFL.

Aqui ele tenta compensar a falta de mobilidade e acaba deixando a lane livre para o defensor.

Base/Contato abertos demais

Ele permitiu 28 pressões totais e 3 sacks ao quarterback em 633 snaps de passe, segundo o PFF.

Outro dos seus grande problemas. Ele tende a abrir demais a base e não reestabelecer contra bull rushes. Alguém do seu tamanho tem que impor mais a ancoragem dentro do jogo.

Acaba perdendo o equilíbrio com certa frequência.

Braços MUITO abertos. Ele veio da JUCO (Junior College), ou seja, não era um cara ranqueado e não foi escolhido saindo do high school, até LSU lhe dar uma chance. Então alguns fundamentos dele são bem problemáticos.

Faltas e mais faltas:

Para quem criticava tanto Germain Ifedi…Lewis terminou o ano com 12 faltas cometidas e 9 aceitas, o maior número entre os guards da liga.

Por que Seattle comete tantas faltas?

Playbook 15: Caiu na área é penâlti! Conheça as faltas do jogo

A pegada do jogador sempre está aberta, isso é pedir para ser marcado holding.

Aqui ele não comete falta, mas aos juízes observarem ele fazer o contato tão aberto assim, vão acabar imaginando a segurada e marcarão.

Até para rasteira ele já apelou.

O bom e o ruim, ele pega bem a movimentação, mas cede a segurada.

Quando ele perde no primeiro contato, ele não consegue se recuperar.

O lado bom:

Vamos ao lado bom, começando pela disponibilidade. Foi titular em todos os jogos e com 967 snaps.

Ancoragem

Se quando erra o contato, é derrota certa, quando acerta a vitória é eminente. Impõe bem sua fisicalidade.

Ele passa o ferrolho na OL aqui e deixa o mar vermelho aberto para Moisés Hyde passar.

Apesar de comedido, Hyde quer lutar pela titularidade!

Bloqueios em segundo nível

Teve 81,5 pontuação geral no jogo corrido do Pro Football Focus, ele terminou com a segunda melhor nota atrás apenas de Quenton Nelson para guards qualificados com 900 ou mais snaps ofensivos.

Apesar do tamanho, ele não tem problemas em ajudar os amiguinhos no segundo nível.

Uma das melhores jogadas dele nesse quesito. Ele vai 20 jardas depois e consegue um bloqueio para dar basicamente 10 jardas adicionais.

Bom bloqueio e ângulo (que é algo que ele precisa ajustar no segundo nível) para o TD.

Reconhecimento de Stunt

Uma coisa difícil para um novato na OL é se acostumar para pegar stunts, que é quando os defensores se cruzam para justamente confundir. Ele tem boa habilidade de identificar isso, apesar de nem sempre conter e teve como ponto alto nesse quesito justamente o jogo contra os Rams que tem uma baita DL.

Los Angeles Rams 9 x 20 Seattle Seahawks

“O que eu disse? E como é que é?” Del Ocho, El Chavo

Ele tem as mãos fortes, ele tem que parar de abrir a base e buscar mais o punch, a pancada agressiva que normalmente se usa. Isso combina bem mais com seu estilo, esse contato aberto contra DLs mais fortes vai deixar ele vulnerável a long arms e aumentar a probabilidade de faltas marcadas.

Bom espelhamento, mãos por dentro, punch para o contato e aí você empurra o adversário e finaliza. Potencial ele tem, agora falta quem molde e consiga extrair tudo. Quando ele acerta o uso das mãos… é óbito, óbito, óbito.

Veredito

Ser o melhor OL draftado na era PC/JS não é lá um grande título. Eu vejo em Lewis um potencial para ser titular nessa linha por bons anos. Se conseguirem trabalhar o fundamento de base e mãos dele, ele pode buscar até mais. Não dá para um cara desse tamanho e com esse estilo de jogo, ser atropelado com frequência. Ele teve uma certa evolução, mas Mike Solari não conseguiu endereçar esse problema grande, de sua proteção ao passe.

Eu via ele como talento de quarta rodada, mas até então tem feito valer a terceira rodada investida nele mostrando boa evolução e teto, inclusive estando em muitos All-Rookie First Team, apesar de Pocic também ter ganhando a honra e ter sido esquecido depois. Sua evolução foi tamanha que ele desenvolveu o moonwalk block técnica nova que será explicada no BSBR quando conseguirmos entender.

Como os novatos de Seattle tem jogado até agora?

Justin Britt (depois de muito tempo), Ethan Pocic (depois de muito tempo), J.R. Sweezy, Russell Okung (quando saudável) podem ser considerados as boas escolhas, ou seja, nem em uma mão podemos contar as escolhas aceitáveis. Primeiro passo para Lewis, é passar o nível desses caras, vamos ver o que ele tira de lição do seu primeiro ano e evolui para o segundo, mas fez mais que o suficiente para se manter como titular e é uma das minhas esperanças para o futuro. Vamos ver o que 2021 aguarda e o que ele aprenderá com Mike Solari, Shane Waldron e Landon Dickerson.

Como a OL vai mudar com Andy Dickerson?

Go Hawks!

12 Replies to “Damien Lewis foi a melhor escolha de OL de John Schneider?”

  1. […] – Damien Lewis – 6’2, […]

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  7. […] Quem leu esse texto aqui, sabe que minha maior crítica ao Damien Lewis de 2020 era sua base ruim e trabalho de pés. Ele não conseguiu melhorar em 0.0000001 nesse quesito. […]

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