Dareke Young pode ter mais chances no ano 2?

Normalmente pouca gente se importa com as escolhas de fim de draft. Porém, se você for torcedor de Seattle, é bom ficar de olho, o time tem mais dom em fazer grandes acertos no fim do draft do que no começo (exceção do draft do ano passado que foi um espetáculo completo). Não precisa ir muito longe para se achar jogadores úteis, como foi Freddie Swain na sexta rodada, Travis Homer também da sexta, Jacob Martin no mesmo round, Chris Carson e David Moore com as últimas escolhas do draft.

Dareke Young vai ficar nos 53 finais?

Um cara que vejo com potencial de ter um papel mais importante em 2023, é Dareke Young. O próprio John Schneider em entrevista falou que acredita que ele será o novato que dará o maior salto de qualidade em 2023.

Vamos lá!

Relembrando quem é Dareke Young

Anteriormente um running back no nível da Divisão II, Young correu 653 jardas em suas temporadas de segundo e terceiro ano para Lenoir-Rhyne, com média de 7,5 jardas por carregada. Além disso, ele marcou oito touchdowns no solo e também encontrou a end zone 10 vezes como recebedor, o que abriu caminho para uma mudança de posição antes da temporada afetada pelao COVID-19. Registrando extensos snaps em um esquema Wing T modernizado e pesado, ele também ganhou uma valiosa experiência de bloqueio para companheiros de equipe.

Tentando pular da Divisão II para a NFL, Young enfrentou uma curva de aprendizado íngreme ao chegar ao minicamp de calouro de Seattle, mas o recebedor versátil e atlético nunca pareceu abalado por seu novo ambiente. Na verdade, ele impressionou durante todo o minicamp no ataque e nas equipes especiais, ganhando uma vaga no elenco.

Pode assumir um papel inesperado

Os Rams draftaram o também atlético Ben Skowronek como recebedor. Seu primeiro ano foi escasso em produção, mas chegando ao segundo, Sean McVay achou formas de colocá-lo em campo por mais snaps. Sem um FB de origem no elenco, ele moveu Ben, que é um recebedor forte para a função de FB. Ele tem boas habilidades como bloqueador, e caso o time queira rodar um play action, isso vai criar uma dor de cabeça gigante para as defesas adversárias.

O coordenador ofensivo Shane Waldron encontrou uma maneira fascinante e inesperada de Young causar um impacto positivo sem o a bola nas mãos, replicando o que seu “mestre” Sean McVay fez nos Rams. Além de ver um aumento no tempo de jogo como recebedor na segunda metade de sua campanha de calouro, os Seahawks se apoiaram no histórico anterior de running back, ocasionalmente utilizando o Young de 224 libras como fullback. Na vitória sobre os Jets, Waldron o usou vindo do backfield em três snaps.

Nessas três jogadas, Young moveu-se duas vezes do slot para o backfield, alinhando-se em uma formação I na frente do colega novato Ken Walker III em uma instância e apontando de volta para a direita em uma formação I. Embora nenhuma das três jogadas tenha ganhado mais de quatro jardas, Young fez bloqueios eficazes em todas as três corridas de Walker e os Seahawks ganharam um total de 11 jardas. Com cada jogada indo para pelo menos três jardas, eles evitaram as jogadas negativas nas primeiras descidas que atormentaram o ataque por quase dois meses.

Ele é diretamente responsável por dar essas jardas a mais para Ken Walker nessa corrida duo.

Indo para o final da temporada de domingo no Lumen Field, Young provou ser mais do que capaz de se manter como um bloqueador vindo do backfield. Mesmo em uma jogada negativa contra o Chiefs na Semana 16 que foi amassada pelo All-Pro Chris Jones, ele exibiu excelente técnica e fisicalidade trazendo o  impacto para intimidar um safety no segundo nível em seu único snap no FB, criando um gap que Walker não teve a chance de explorar.

Com base em sua distribuição de snap, fica claro que Seattle valoriza sua capacidade de bloqueio, já que 63 de seus 92 snaps ofensivos este ano foram em jogadas corridas de acordo com o Pro Football Focus. Embora essa discrepância tenha fornecido oportunidades mínimas para ele se tornar um fator como recebedor de passes até este ponto, Waldron e a comissão técnica ofensiva demonstraram grande confiança nele, movendo-o para uma variedade de posições diferentes.

Mas quando se trata de maximizar a mistura de tamanho e dons atléticos de Young – ele correu 4,44 em 40 jardas e 6,88 em seu pro day – bem como sua versatilidade posicional, os Seahawks ainda tem muito o que se explorar. Especificamente, sua capacidade de desempenhar um papel de FB híbrido abre um mundo de possibilidades e cria grande flexibilidade para Waldron, complicando as coisas para a defesa se usado corretamente.

Esquematicamente, os coordenadores adversários provavelmente não vão querer ficar nas defesas de base 4-3 ou 3-4 quando Young está no backfield. Seu atletismo de elite e habilidades de recebedor contra um linebacker maior e mais lento na cobertura criariam um embate muito favorável para Seattle, quando decidir executar o play action e mandá-lo correr uma rota como recebedor (assim como no lance acima dos Rams) ou optar por movê-lo de volta ao slot. Este seria o caso de variantes de formação em I ou split back em shotgun, onde os Seahawks usaram Nick Bellore às vezes.

Mas, considerando o desempenho de Young como lead blocker até agora e sua história anterior de correr a bola em alto nível na faculdade, substituir em conjuntos de nickel ou dime pode criar problemas totalmente diferentes. Conforme ilustrado pelo bloqueio anterior contra os Chiefs, sua fisicalidade pode ser demais para os defensores menores lidarem e no caso de ele receber a bola para correr em algum momento, ele não será derrubado por tackles de braço se chegar ao segundo nível.

Isso não quer dizer que os Seahawks devam fazer a transição repentina para uma equipe pacote 22, com Young jogando 15 ou mais snaps por jogo como FB, como fizeram quando Mike Robinson abriu o caminho para Marshawn Lynch anos atrás. Dado o talento e profundidade no setor de recebedor e tight end, um back set continuará sendo o padrão do ataque.

Mas enquanto Young continua a se desenvolver como recebedor e trabalha para conquistar um papel de longo prazo atrás de DK Metcalf e Tyler Lockett, o novato tem todas as ferramentas físicas para ser uma divertida peça de xadrez para Waldron, alinhando toda a formação e criando preocupações legítimas para os oponentes.

Times Especiais, jogando como Ricardo Lockette 2.0

Seattle já teve um recebedor físico, curiosamente também vestindo a 83, que ajudava muito nos times especiais. O trabalho nessa terceira fase do jogo é muito importante para Pete Carroll, e por vezes jogadores conseguem vagas no elenco por se esforçarem nisso Ricardo Lockette conseguiu se manter no elenco graças a esse trabalho. Uma pena que em uma dessas coberturas de punt ele sofreu um tackle e saiu desacordado de campo, só recuperando a consciência no hospital passando por uma cirurgia de mais de cinco horas, e infelizmente encerrando sua carreira. Ele escreveu um texto sobre o que aconteceu e recomendo muito a leitura.

Antes mesmo de receber seu primeiro passe ou carregada, Young se destacou nas unidades de cobertura de chute e punt, fazendo cinco tackles e pegando alguns punts dentro da linha de 10 jardas adversária.

Tackle fundamental trabalhando principalmente como gunner (para saber mais, clique no link abaixo).

Playbook 01 – Papéis na formação de Punt

Velocidade e determinação para escapar dos bloqueios e fazer o tackle imediato.

Jogada sensacional para salvar o touchback e deixar os Cardinals com as costas na parede.

O melhor ainda está por vir

Cavando seu espaço no time, Young pode fazer muito mais no ano 2. Waldron adora usar motions e fazer jet sweeps. Em tese, quem deveria desempenhar esse papel era Dee Eskridge, mas como sabemos, essa foi uma de nossas piores escolhas no passado recente. Young pode ser o jogador a desempenhar esse papel e ganhar mais importância no nosso esquema.

Capacidade muito boa de conseguir jardas após a recepção, algo em que fomos muito mal no ano passado.

Essa jogada não valeu oficialmente porque houve uma falta da OL. Mas percebam a habilidade de Young de se ajustar e conseguir a recepção se controlando para não pisar fora do campo.

Veredito

Com um ano em seu currículo, nenhum jogador desta classe pode estar melhor equipado para dar um grande salto à frente do que Young em 2023 e ele pode estar na conversa para o papel de recebedor nº 3, atrás de DK Metcalf e Tyler Lockett.

Forever a 12s

11 Replies to “Dareke Young pode ter mais chances no ano 2?”

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