Bom, há um tempo eu queria escrever um texto sobre a técnica de conseguir separação em corridas. Veio o draft, free agency e o texto acabou ficando para depois, qual foi minha surpresa quando no fim da semana passada, sai a informação que Seattle estava cortando Baldwin, por problemas físicos. Então, tomo a liberdade de fazer uma mistura de análise e de coração de torcedor falando.
A questão física do jogador já vinha sendo colocada em pauta há tempos, teve cirurgia antes da temporada, perdeu jogos na temporada regular por problemas diferentes e no fim da temporada foi encontrado um problema sério de hérnia que colocava em dúvida se ele voltaria a jogar. Até ESTE MOMENTO, não houve um posicionamento oficial, mas acredito que em acordo do clube e o jogador, fizeram o corte uma vez que o jogador deve se aposentar como Chancellor.
Ontem, em seu twitter, Doug publicou a seguinte mensagem: “Porque o final de uma jornada vê o começo de outra. E adivinha o que … será um inferno de uma jornada. Você sentirá uma dor emocional e física que você nunca soube que existia. Você vai falhar uma e outra vez. Mas não se preocupe, tudo isso será o motivo de você ter sucesso.”
O corte dele e Chancellor não livra o time do cap, porque ainda há pendências, uma vez que há uma espécie de seguro por lesão. No caso de Chancellor, por exemplo, os valores foram divulgados, dead money fica em 10.2M (5.2M de dinheiro garantido e 5M de bônus), liberando apenas 2.3 no salary cap.
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Doug Baldwin, acreditem… NÃO FOI DRAFTADO e conseguiu conquistar tudo que conquistou. Veio da Universidade de Stanford, onde teve 96 recepções para 1360 jardas e 13 TDs. Muito subestimado por seu tamanho e não ter uma velocidade fora de série. Após ser draftado, não teve um começo tão atuante, mas encerrou sua carreira com 493 recepções, para 6563 jardas e 49 TDs. Sendo campeão do Super Bowl (XLVIII), duas vezes Pro Bowl (2016, 2017), liderou a NFL em TDs recebidos (2015), duas vezes Campeão da NFC (2013, 2014). Ele é o terceiro em recepções (493), terceiro em jardas recebidas (6.593) e o segundo em touchdowns (49) na história do Seattle Seahawks, atrás apenas da lenda Steve Largent.
Ele sempre foi um líder em campo e sempre teve um espirito de vencedor. Esse estado competitivo já nos proporcionou cenas como uma discussão acalorada com o nosso técnico de OL, Tom Cable.
Além de todo esse espirito vencedor, Baldwin é sensacional fora de campo também, sempre trabalhando em projetos sociais para o benefício da comunidade. Um craque em todos os âmbitos.
https://twitter.com/DougBaldwinJr/status/1123734981040377856
Para começar a falar de Baldwin, é essencial começarmos por sua habilidade de correr rotas. Sem clubismo, EU, nunca assisti nenhum corredor de rotas melhor que Baldwin. Em um entrevista da NFL, ele explica que muito do seu release (técnica para conseguir separação do defensor) vem do basquete. Ele gostava muito do basquete e um dos seus principais movimentos vem do crossover de Allen Iverson. Crossover é o termo do basquete para a finta em que quem tem a bola engana o seu marcador. É aquele vai-não vai-acabou indo para bater o adversário. Quando bem executado, o marcador pode até ir ao chão.
É sensacional essa técnica. Nenhum dos CBs conseguem usar o press contra ele. Sem esse impacto ele fica livre para “dançar” na frente do adversário e depois achar o caminho para ficar livre. Para quem quer ser um slot de elite, deveria estudar todos os movimentos do jogo de Baldwin.
Além disso, Bald é um jogador extremamente inteligente. Tem uma capacidade de atacar o espaço entre as zonas, lendo as coberturas e ajudando seu QB em jogadas de passe. Ele faz todo esse processamento de forma rápida. Sempre percebendo qual lverage irá lhe dar vantagem.
Essa técnica aqui, principalmente no último vídeo, é sensacional. Baldwin não é alto, extremamente rápido ou forte. Dessa forma ele vence os adversários com a inteligência. Ele luta contra Patrick Peterson, excelente CB, ele vê o time de marcação e explora a área vulnerável e faz com que o contato de Peterson, o impulsione para chegar na bola. Poucos WRs teriam esse tipo entendimento do jogo.
Aqui vemos a cereja do bolo. Baldwin diz em entrevista que assiste vídeos de todas as técnicas que cada CB que ele irá enfrentar usa. Daí ele cria um portfólio e a cada partida vai usando. Diz também que faz isso todo ano. Um cara que se dedica muito e tem um “work ethic” sensacional. Sendo assim ele consegue bater grandes CBs, como Jenkins, Davis e Norman. TODOS OS CBs, não tem a menor condição de fazer pressão na linha e acabam quase caindo, inclusive Norman que é extremamente agressivo, fica perdido e deixa Bald totalmente livre. Ele sempre olha para os movimentos do CB e se aproveita, ou seja, as vezes ele inverte o caminho, as vezes ele finta e segue para o mesmo lugar do começo.
Apesar do tamanho, ele tem muita disposição e consegue/conseguia por vezes se livrar de adversários, e ótimas decisões em cortes. Essa motivação também ajudava muito bloqueando no jogo corrido, coisa que Seattle valoriza muito.
Em uma das jogadas mais épicas que assisti dos Seahawks, ele demonstra uma sinergia sensacional com Wilson, uma jogada que tinha tudo para dar errado ele fica sempre atento a posição de Wilson tentando dar uma opção ao QB,o resultado… quase um TD.
Em um momento há 4 marcadores ao redor de Baldwin, a jogada acaba? Não. Ele consegue se livrar de todos os marcadores e marcar o TD no Super Bowl. Apenas Baldwin fazendo coisas de Baldwin.
Nem o colega de faculdade e time ele perdoa. Deixa Sherman no chão e converte uma terceira para VINTE UM.
Esses lances só mostram como ele é subestimado. Recepções dignas de Odell, mas que não fazem tanto “barulho”. Extremamente ágil, determinado e concentrado. Vendo esses lances só faz a ausência ser mais sentida do #89.
Já não bastasse tudo isso que ele fez, quando dá vontade ele ainda vira QB e faz uma excelente jogada, que quando aconteceu no SB, ficou famosa e conhecida como Philly Special, seria isso uma cópia do “Seahawks Special’?
Por todos os serviços prestados, Baldwin vai deixar saudades. Nesses oito anos só temos a agradecer tudo o que nos proporcionou e deixo aqui um pedido, que Baldwin venha trabalhar na comissão técnica de Seattle, todo conhecimento que ele tem seria fantástico para o clube e toda técnica que ele tem pode nos ajudar a encontrar e desenvolver algum slot receiver bom. Além disso, eternizem a 89!
#GoHawks
[…] Doug Baldwin, o recebedor que mudou a arte do route running, vai deixar saudades! […]
[…] a equipe em algum quesito, mas pode ser alvo mais vezes, principalmente porque com a saída de Baldwin, a lesão de Dissly, RW só tem como bola de segurança Lockett. Daí outros nomes devem surgir. O […]
[…] Doug Baldwin, o recebedor que mudou a arte do route running, vai deixar saudades! […]
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