Jamar Taylor foi contratado após Ansah. Seu contrato é composto pelo salário de 805k com, 25k de bônus de assinatura (garantido) e um bônus de 65k caso ele esteja no elenco na semana 1. Ou seja, não é um contrato pesado e ele pode muito bem ser cortado, caso não apresente um bom trabalho nos treinos. Ele tem 5-11, 192lb (180cm, 87kg) e veio para trazer alguma profundidade a função de nickel, com a saída de Coleman.
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Começou sua carreira sendo escolhido na segunda rodada do draft de 2013 pelos Dolphins onde ficou até 2015. Para temporada de 2016 foi trocado para os Browns por uma sétima rodada. Esse ano foi o melhor de sua carreira teve uma nota de cobertura de 77.7, ficando em 16º de 132 CBs. Só por comparação ele teve 39.4 na última temporada, ficando em 129º de 131 CBs. Em 2018 ele foi para os Cardinals por uma escolha de sexta rodada e foi cortado e contratado pelos Broncos.
Em sua carreira teve 3 interceptações, 28 passes desviados. 2 fumbles forçados e 6 tackles para perda de jardas. Algo que o ajudou durante sua carreira é sua versatilidade de posicionamento, última temporada ele alinhou 5 snaps na linha defensiva, no box em 36, como slot 10, CB aberto 250 e Free Safety 4.
Vamos a análise das jogadas:
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) June 11, 2019
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Mesmo jogando pelo lado de fora, ele exibe uma boa habilidade em mudança de direção. Jogando em press (marcação apertada) ou não ele tem essa qualidade. Vale salientar que no primeiro lance ele muda de direção várias vezes e se mantém firme na marcação, sem dar espaço para a recepção.
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) June 11, 2019
Nessa jogada ele demonstra conhecer a arte do step-kick. Para quem não conhece, essa técnica foi mais difundida a partir da legion of boom. É uma técnica que não é para qualquer um, exige muita paciência e concentração. A técnica se refere aos cornerbacks que estão pressionando na linha de scrimmage. Concentra-se em proteger o passe profundo e também as jogadas curtas. Forçar os ataques a apostarem em médio alcance. Se eles completarem essas bolas, os jogadores se concentram em atacar, limitando jardas depois da recepção e avançando para a próxima jogada.
O passo (step) sempre vem com o pé externo quando o snap acontece. A paciência é necessária ao permitir que o recebedor faça o primeiro movimento. Os CBs são ensinadas a esperar até que o WR entre em sua esfera (comprimento do braço) antes de fazer o contato. Os olhos ficam nos números do recebedor e o corpo tem que ficar em pé. “Abrir o portão” ou virar os quadris cedo demais é péssimo. Quando eles batem com as mãos, dentro da janela de 5 jardas, eles atacam os músculos peitorais do recebedor. E isso acontece simultaneamente com o chute (kick), quando a “dança” do recebedor acaba ele faz o chute com o pé de trás para correr com o recebedor a rota real dele. Como DBs dos Seahawks colocam, passo para paciência, chute para posição.
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Jogador bastante instintivo, aquele tipo de jogador que quando acerta, gera boas jogadas, mas também, quando ele erra pode gerar grandes avanços.
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Ele joga com bastante agressividade e não tem medo do contato físico, bem no estilo que a secundária de Seattle gosta de jogar, mais um ponto para ele.
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As vezes essa fisicalidade pode gerar interferência defensivas. No lance acima a agressividade dele faz ele acertar o “Tonhão do portão” antes do momento da bola chegar, gerando assim a falta.
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Ele sofreu um pouco quando alinhou contra Hilton, nessas jogadas o recebedor se aproveita totalmente do leverage, deixando Taylor vários passos atrás.
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Ele dá uma separação para Hilton e depois não consegue mais acompanhar. Quando ele abre os quadris fica vendido e Hilton consegue a recepção para muitas jardas. Um dos muitos mantras da defesa de Seattle é o de não ceder jogadas longas, ou seja, precisa evoluir nesse aspecto.
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Ele trabalha muito bem combatendo o jogo corrido, outro ponto importante, e que é característico da secundária de Seattle.
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Outra grande falha de Taylor é seu temperamento. Se mete em confusões desnecessárias, como as dos lances acima, sendo ejetado no primeiro lance e uma falta de violência desnecessária no segundo.
Ele trabalha bem em lances de marcação em zona. Tem uma boa compreensão do seu papel, tanto alinhado na lateral em coberturas longas, como jogando de nickel cobrindo as zonas do meio do campo.
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Essa interceptação é de uma técnica conhecida como “cliff”. Normalmente essa técnica é mais usada em cover-2 e Seattle majoritariamente usa o cover 3, mesmo assim é bom ter jogadores com um repertório mais complexo. O objetivo do DB nesse tipo de jogada é manter a alavancagem (leverage) externa e mover-se lateralmente usando passos curtos e rápidos. Ao espelhar os movimentos do recebedor, os DBs devem estar atentos para não perder terreno. Como se os jogadores estivessem em pé na beira de um precipício. Essa técnica reforça a mentalidade de não dar terreno para adversário em cover-2. Seus pés não devem se cruzar e os calcanhares não devem ser rígidos. Quando o recebedor finalmente for lançado, os DBs usarão as mãos no recebedor, farão a transição para uma técnica de trail e, até que outra ameaça apareça, ele escolta o WR para sua zona.
A técnica Trail é usada em marcação homem-a-homem e é muito utilizada no cover 2-Man. Nessa técnica o o defensor fica atrás do recebedor e vai seguindo os seus passos, como se seguisse o caminho de uma trilha. O jogador vai tentar ficar entre a linha de passe, tentar formar uma barreira atrás do recebedor, evitando que o QB lance para o jogador. Na jogada acima, ele não chegou a precisar fazer o trail, porque o jogador não teve tempo de ultrapassá-lo.
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Todo mundo precisa de um pouco de sorte, baseado no seu posicionamento conseguiu recuperar a bola e fazer a interceptação.
Veredito
Olhando contratualmente, ele pode ser cortado a qualquer momento sem maiores problemas para Seattle. Olhando posicionalmente, ele teria mais experiência que seus concorrentes, Akeem King, Kalan Reed, Neiko Thorpe e o novato Ugo Amadi. Também sabemos que JS e PC, sempre conseguem vez ou outra esses achados, como McDougald e Sweezy. Mas fato é que Jamar Taylor nunca se provou como uma escolha de segunda rodada, tanto que nunca parou em nenhum time, torceremos para que em Seattle ele ache esse futebol.
Go Hawks!
[…] Jamar Taylor, um dos candidatos a vaga de Coleman […]