Marquise Blair consegue jogar de nickel?

O time entrou em 2019 sem nickel e saiu dessa forma também. Mas passado é passado, vamos pensar daqui pra frente. Após a FA e draft continuamos com a lacuna no elenco. Depois de jogar basicamente o tempo inteiro em base defense o time tinha demonstrado que iria parar de usar esse tipo de formação, mas a resposta disso, foi fazer uma movimentação bem arriscada.

2020 OFFSEASON TRACKER

A defesa finalmente jogará em nickel?

Blair teve 3 jogos como titular, apesar de ficar 2 inativos mesmo estando saudável. Teve um passe desviado, 2 fumbles forçados e 32 tackles combinados.. Ele foi inicialmente lançado como SS na preseason, mas ficou várias vezes perdido em fakes na linha de scrimmage, desocupando sua atribuição de cobertura. Na temporada regular, depois que Tedric Thompson ficou sem chances, o próprio Blair admitiu que estava tendo dificuldades para pegar o papel de buzz contra os Falcons.

Preço x Impacto de Jamal Adams: Saiu caro?

Como free safety contra os Ravens, Blair parecia promissor. No entanto, ele perdeu algumas verificações defensivas e jogou com a cautela que você esperaria de um novato inseguro. Logo Diggs chegou. Foi frustrante que os Seahawks escolheram jogar com o medíocre Lano Hill ao invés de Blair depois que Diggs se machucou. Com a troca por Adams, as coisas pareciam ter piorado para Blair, que só veria o campo como reserva. E em tese, nem reserva imediato. Mas as coisas mudaram, e a “solução” para a função de nickel fica sob a responsabilidade dele.

O impacto de Diggs na defesa de Seattle

A transição para o slot dependeria de coisas que Blair já aprendeu com suas funções de safety. O nickel dos Seahawks ou joga um “buzz” ou homem a homem. Isso é uma concentração de atribuições, uma simplificação se comparado as funções de safety (alô Gregg Williams). A principal diferença seria jogar contra WR e não tight ends. Blair também precisaria aprender a técnica de jam/press de Seattle. Ele se saiu bem enfrentando o tight end Mark Andrews, no jogo contra os Ravens.

Playbook 02 – Técnicas de Cobertura de passe

Playbook 05 – Quais tipos de nickel existem?

A primeira entrevista de Blair como Nickel

Quando perguntado se já teve alguma experiência como nickel, diz que NUNCA, jogou apenas como safety durante toda sua carreira. Sobre a transição, Marquise Blair disse: “Eu posso cobrir, posso executar blitz e posso combater o jogo corrido”. Ele treinou com Chancellor durante a offseason, disse que o foco principal era em aprender o playbook e não se movimentar tanto antes dos snaps.

A hora de Chancellor doutrinar fora do campo?

Processamento/Adaptação

A chamada base aqui é a Red 2 (LA). No entanto, dado a forração ofensiva o time faz ajustes e Shead e Barton passam para o time. Blair fica totalmente perdido. Ele deveria ficar cobrindo o meio ou o #3. Contudo, ele acaba dobrando a marcação em um recebedor e deixando um BURACO e cedendo o TD.

Red 2 (LA) – Defendendo na Redzone

A volta de um integrante da Legion of Boom, Deshawn Shead

Você consegue perceber que algo é muito mal feito, quando o deus Tedric Thompson lhe dá uma bronca. No começo da jogada o FS faz o ajuste, avisa para Blair cobrir as costas e o fundo do campo e ele fica perdido novamente, cedendo a conversão de 2 pontos.

Ball Skills

Em seu tempo no college, ele teve apenas 4 passes desviados e 2 interceptações. Acho que dá para entender como isso acontece, vendo essa jogada. Claro que foi muito azar, mas faltou MUITA TÉCNICA.

Blitz

Por mais que o tópico seja blitz o que na verdade vemos aqui, é INSTINTO. Ele com toda sua agressividade, entende/sente que conseguirá chegar ao QB. Com isso, ele deixa sua tarefa de marcar o TE e cede um BAITA AVANÇO. Graças a Tebow, era apenas um jogo de preseason.

Jogo Corrido/Tackles

Quando draftado, algo que foi altamente elogiado foi sua capacidade de distribuir pancadas em humanos. Jogando como nickel ele tem mais atribuições de combater o jogo corrido, que um CB da lateral. Seu background como safety, pode ajudar.

Marquise Blair, o assassino silencioso, trará de volta o BOOM para a secundária de Seattle?

Ele faz bem identificando a corrida e consegue se desvencilhar bem do WR para fazer o tackle.

Análise Seattle Seahawks 27 x 20 Atlanta Falcons

Ele fica atento ao motion e se mantém atento a corrida, com os olhos bem treinados para corrida e impedindo o avanço.

Ele faz algo que ainda não achei uma tradução exata para o português (momento Luciana Gimenez). É muito agressivo e acaba várias vezes fazendo o overun. Passando da conta do ângulo do tackle e perdendo a jogada.

Outro ponto é que ele abaixa a cabeça cedo demais e não usa a técnica de pé mais próximo, ombro mais próximo. É na direção mais perto do jogador que você deve iniciar o contato, do contrário, ao ter que girar o corpo, a chance de você perder a jogada é imensa.

Marcando em zona

Aqui ele vindo para marcar a zona buzz/flat. Esse nome buzz, vem de backer, de linebacker. Em tese, quando um DB, cai para fazer essa função, Seattle chama uma cover 3 e ele fica cobrindo a zona flat  e faz o tackle imediato.

Playbook 11 – Como funciona a Cover 3, que fez a defesa de Seattle tão temida?

Mais uma vez ele tinha a função de buzz. Aqui ele morde o play action, com sua agressividade peculiar e deixa uma zona muito aberta nas costas, cedendo o passe.

Aqui ele deveria ter atacado a flat, mas decide impedir o TE primeiro. Instinto (ou falta dele). A recepção acontece, mas ele luta até o fim e força o fumble.

Marcando Individualmente

Tivemos poucos snaps dele cobrindo WRs. Nesse aqui, não é muito encorajador e inexplicavelmente ele desliga e permite o touchdown.

Análise Tampa Bay Buccaneers 34 x 40 Seattle Seahawks

Ele aqui marca individualmente o TE e em press. Faz um trabalho bom, com muito contato, permitido dentro das cinco primeiras jardas e não cedendo separação.

Playbook 15: Caiu na área é penâlti! Conheça as faltas do jogo

Por que Seattle comete tantas faltas?

Outro bom trabalho dele marcando TE. Dessa vez ele está em off-coverage, fica esperando tranquilamente o TE correr sua rota e consegue se antecipar para fazer o corte.

Análise Baltimore Ravens 30 x Seattle Seahawks 16

Veredito

Tem 6’1 e 195lbs, correndo as 40 jardas em 4.48s, Salto Vertical: 35, Salto em distância: 105, 3 cone: 4.49, Short Shuttle: 6.84. São números bons de pro day/combine. Os braços não chegam aos 32′ desejados, sendo apenas 30 3/4. Vale lembrar que os números dos exercícios, nem sempre se traduzem em campo e a capacidade de mudança de direção de Blair é bem precária. Não vejo essa transição com bons olhos, mas, nos resta torcer.

Go Hawks!

Referências:

https://www.si.com/nfl/seahawks/news/how-jamal-adams-trade-impacts-seahawks-nickel-position

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