Playbook 22 – O uso do play action

Uma das grandes mudanças no jogo aéreo de Seattle, é o uso do play action. Sobre a tutela de Bevell, Wilson teve 24% dos seus TDs vindo de play action. Já com Schottenheimer esse número subiu para cerca 40%. Daí você entende um pouco o investimento em jogo corrido, tanto na formação do time, como em chamadas ofensivas. Você precisa correr em boa quantidade para que dê para vender bem o play action.

Por que tanto ódio a Schottenheimer?

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Mas se você ainda não está habituado com esse termo vamos lá! O play action é uma tentativa do ataque de enganar a defesa. O QB finge que vai passar a bola para o RB, como se a jogada fosse uma corrida. Só que aí o QB fica com a bola. Essa simulação pode fazer com que a secundária e os LBs avancem no box para ajudar na corrida e deixem espaços na marcação. Para estabelecer o play action é preciso que o time tenha uma boa quantidade de corridas, ou ao menos uma grande ameaça vindo do backfield, com o intuito da defesa realmente comprar a ideia que pode ser uma corrida e se preparar para isso.

Para fazer o play action, o QB faz o bootleg, que é esse movimento para fora do pocket.

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Existe uma variação, chamada naked. Isso acontece quando o QB faz o bootleg/rollout sem nenhum jogador de linha ofensiva vindo protegê-lo para o lado que ele vai.

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Aconteceu no nosso primeiro snap ofensivo da temporada.

Análise Seattle Seahawks 38 x 25 Atlanta Falcons

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Play Action 

Para Seattle essa combinação tem que ser bastante explorada. Até por isso que a queda de desempenho de Carson, tem sido tão evidenciada. Wilson é um dos melhores QBs da liga lançando no fundo do campo. O play action é justamente uma boa arma nisso, você fragiliza a marcação no fundo do campo e permite ao seu QB explorá-los!

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Esse TD de DK é a exata exemplificação disso. Boa parte da defesa, compra a corrida de Carson para a esquerda do ataque, e deixa Metcalf no 1v1 contra o CB. Além disso dá a Wilson a plena visão do campo e sem nenhuma pressão basicamente. Ele espera o safety se decidir em quem ele irá dobrar a marcação e tchau e bênção! Metcalf e sua capacidade atlética fazem o resto do trabalho.

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Dar tempo no pocket  para Wilson, é fatal.

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Time dos Bengals chama uma Tampa-2 invert, deixando o meio do campo livre para Wilson “cozinhar”.

Play Action Slide

O RB e OL vão simular uma outside zone e o QB vai se mover para o lado contrário da “corrida falsa”, tentando ganhar em velocidade do DE. Fato esse que com a habilidade física natural de Wilson se transforma num excelente matchup. Ninguém fica para ajudar a proteger o QB. Se o DE morder a isca e for no corredor, ele estaria “se bloqueando”. Aí entra a parte slide.

Um WR alinhado do lado para onde a corrida se destina corre na mesma direção que o QB irá se mover. Ele será a leitura principal do QB. Correrá uma flat, a leitura do QB é low to high, se esse WR estiver livre passe, muito provavelmente porque o DE foi com tudo para cima do QB, para ele. Do contrário vai ter outro jogador fazendo a rota para o mesmo lado, só que mais a frente.

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É muito provável que esse esteja livre, então passe para ele. Na jogada em destaque isso ocorre. Vem o play action, Wilson mantém a bola, o DE não acompanha Baldwin e vai para cima de Wilson. Nesse momento tem um jogador dos Raiders entre dois recebedores de Seattle. Um dos dois vai ficar livre, no caso como lemos de “baixo para cima”, passe para Baldwin, belo avanço.

Como defender o play action?

Acho que essa pergunta tenha crescido bastante na mente dos torcedores de Seattle, no jogo contra os Rams do ano passado, onde a defesa foi massacrada nesse tipo de jogada. Não existe um esquema perfeito para combater o play action e sim conceitos. Primeiramente, você com uma linha defensiva que consegue penetração no backfield, principalmente pelo meio, vai causar problemas no movimento do QB. Além disso, se sua DL está fazendo esse bom trabalho, principalmente parando a corrida, os LBs podem ficar “menos” preocupados com a corrida e não avançam tanto.

Seattle Seahawks 12 x 28 Los Angeles Rams

Fora isso, é MUITO talento dos LBs e MUITO treinamento. Eles precisam identificar a corrida o quanto antes, para não avançarem. E um treinamento feito bastante é o de recuperação. Você pode até dar um passo a frente, mas precisa voltar o quanto antes para sua zona de marcação original e impedir que o QB explore.

Go Hawks!

 

One Reply to “Playbook 22 – O uso do play action”

  1. […] quase iguais para ele. Play action slide, um conceito bastante usado na época de Brian […]

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