Seguindo nosso trabalho de tentar ajudar a difundir os conceitos do futebol americano, vamos seguir aqui com um tema bem importante, que é o press. É díficil de ensinar e ainda não vemos com tanta frequência em outros níveis de futebol americano. Dessa forma, vamos tentar ensinar um pouco dos “mandamentos” de Seattle.
Playbook 02 – Técnicas de Cobertura de passe
Introdução
A defesa de Seattle desde 2011, a chegada de PC, exige muita cobertura em press dos cornerbacks, e o jam, contato inicial é um aspecto fundamental para o sucesso. O time tem feito um trabalho bom nesse quesito. É uma jogada em que sabido que, se você acerta, ótimo, mas se erra…pode gerar um grande avanço para o ataque adversário. Aquela máxima de jogada arriscada.
A NFL em si tem trazido um conceito de passes rápidos, principalmente dentro da nossa conferência. Os Niners tem um ataque baseado em outside zones e muita slant, coma avanços curtos, mais precisos e não é muito diferente para os Rams e Cardinals. Esse tipo de conceito de passe de “3 passos” para o QB, é o que o jam pode atacar ou defender, dependendo do seu ponto de vista. A técnica não só atrapalha a rota do recebedor, mas o mais importante: tira ou atrapalha a sincronia com o QB.
Em certos esquemas, Carroll tem seus CBs “colados” nos WR e outros, eles são recuados de 5 a 10 jardas. Realmente depende, mas em situações em que o CB está jogando a cobertura em press na linha com o wide receiver, ele precisa ser forte o suficiente para controlar o leverage e forçar o adversário ao lado que ele deseja. Como Pete Carroll disse: “Não importa qual cobertura você esteja jogando, você deve convencer seus jogadores a ganhar o seu lado de leverage. Se o treinador pedir a um jogador para jogar com leverage externo e reclamar quando um recebedor pega uma bola por dentro e o treinador reclama disso, ele está errado. Quando damos a eles um lado de leverage, estamos dizendo a eles para fazer esse aspecto corretamente, pelo menos “.
Pete Carroll
Em uma situação de Cover-1 / Cover-3 (ambos os esquemas que os Hawks executam muito), Carroll frequentemente pede que seus jogadores usem um leverage interno. Enquanto estava na USC, ele fez uma clínica de treinamento e, como ele disse:
Playbook 11 – Como funciona a Cover 3, que fez a defesa de Seattle tão temida?
Playbook 14 – Cover 0 e Cover 1 – É hora da blitz e do caos
“Dizemos aos nossos CBs para jogar leverage interno (ou seja, no ombro interno do recebedor) nessa defesa. Isso ajuda o CB a não ceder grandes avanços no meio do campo. Se você quiser que eles defender uma rota out, você precisa dar suporte ao seu corner, com a cobertura do safety por cima. Não tem como achar um corner que marque a rota out sem deixar de cuidar do fundo do campo.
Você tem que ser realista quanto ao que seus jogadores podem fazer. A única maneira de um CB jogar com inside leverage e defender uma rota out é se o ataque erra. Ou seja, o QB fazer um passe ruim ou o recebedor corre mal sua rota. Se você não entende isso, está pedindo ao CBpara fazer algo que ele não pode fazer. “
Carroll levou esse estilo de defender em USC para NFL e vemos como sua marca registrada nas defesas em que passou.
“Gostamos de jogar com o estilo agressivo de marcação, de colocar os CBs nos WRs, para desafiar o jogo de passe rápido e os passes fáceis que os ataques podem fazer, e obrigá-los a lançar a bola para o fundo do campo. Essa é a premissa base para o press. Se você recuar, estará permitindo que as equipes joguem num ritmo mais rápido e tenham um tempo mais fácil de concluí-las, e por isso as levamos a um nível diferente.
Quando os CBs são realmente bons, fica mais difícil para o ataque. Não há quarterback que queira jogar contra esses caras quando eles estão bem, bem equipados e bem versados. Se você é péssimo em jogar em press, eles jogam a bola sobre sua cabeça e isso não é bom. Temos que ser muito bons nisso e adotar a filosofia e, à medida que crescemos, teremos mais oportunidades de conseguir jogadores que tornem um pouco mais fácil para eles jogar esse estilo, e veremos como esses caras contribuem para isso. isto.”
Apesar de eu particularmente gostar muito da marcação em press, é como o HC disse, se você não tem jogadores que SAIBAM fazer isso, NÃO PEÇA a eles que o façam, porque você deverá ser queimado. É aí que jogadores como Richard Sherman, Byron Maxwell e até Brandon Browner entram em cena. São todos grandes cornerbacks físicos especializados em cobertura press, jam e redirecionamento de recebedores. Quando Richard Sherman foi draftado, ele notou que Pete Carroll lhe disse que estava chegando para jogar em press e que ele deveria estar pronto para isso.
Vamos aos pontos necessários para fazer bem o jam.
Playbook 04 – Tre Flowers, o aluno aplicado das técnicas da secundária de Seattle
Postura (Stance)
Aqui vemos Flowers mantendo a posição Square. Os quadris baixos e ombros alinhados verticalmente com os joelhos, formando um quadrado. Essa postura facilita a mudança de direção por partes dos jogadores que estão em cobertura de passe. pic.twitter.com/xNeiOjmiT3
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) June 28, 2019
Algo fundamental é sempre manter o bom pad level. Sempre esteja “low” e se mantenha assim para conseguir mudar de direção mais facilmente. Isso permite que você possa ir para esquerda, direita, ir para cima ou para o fundo do campo.
Mãos
Route tree is limited near the goal line. Press coverage vs Fade. Know your opponent @K_DILLON20 is🔒⬇️ #DBuniversity pic.twitter.com/bfadJCqihd
— Everything DB's (@_DBuniversity) May 29, 2016
Tenha as mãos prontas para o trabalho! Elas tem que ir rapidamente para cima do adversário para atrapalhar sua rota. O ideal é colocar as duas mãos no recebedor, mas se ele for muito ágil e você estiver receoso de ir no vácuo, use apenas uma mão.
Pés
#ARTWORK CBs this is real press coverage! Take notes from the 🐐 technician. 📓📓📓 pic.twitter.com/gOYjdOG3OM
— ALLGAS TRNG™️⛽️⛽️⛽️ (@ALLGASTRNG) March 6, 2019
Os pés também tem que estar prontos. Assim que vier o snap, nunca finque seus pés no chão. Eles tem que estar em movimento o tempo inteiro, nunca pare! Outro ponto interessante, se for atacar com uma mão, não vá com o pé do mesmo lado por que você pode acabar caindo com o impacto. Você deve firmar o pé do lado contrário.
Mãos e Pés
É fundamental para executar bem o trabalho de press, saber que técnica com os pés você vai usar, e também com as mãos.
Video proof pic.twitter.com/ZDMIcpx5Aw
— Tyvis Powell (@1Tyvis) August 18, 2021
Pés
White often hops toward the LOS or "kicksteps" towards it when in press (did in college too); typically seen as a big no-no. DBs are taught to remain patient. If you are using the kickstep tech to step horizontally. His balance & feet are so good he can still mirror/cut guys off pic.twitter.com/A3a5AEEmVn
— Cover 1 (@Cover1) June 30, 2019
Read-step press/Kick-step press -> Técnica empregada no vídeo acima. O DB deve dar um passo para o lado ou para trás, que é chamado de passo de leitura, para ver/esperar o real release do WR antes de começar a prossegui-lo.
Seattle Seahawks CB Quinton Dunbar step-kick/mirror drill (courtesy of Dunbar's IG) pic.twitter.com/kZEZdwx5fu
— Ultra Rare Tape (@UltraRareTape) May 2, 2020
Mirror-step press-> Nome bem sugestivo (mirror = espelho) se o WR se move para um lado você também se move, espelhando os movimentos dele.
Mãos
Elas devem se mover junto com os pés se não o defensor correr o risco de perder o equilíbrio. Basicamente temos 3 situações:
- Sem mãos;
- Uma mão;
- Duas mãos;
Usar duas mãos lhe ajuda a atrapalhar mais a rota do WR. Entretanto, muita agressividade ou contra WRs que saibam lidar com isso, o feitiço pode virar contra o feiticeiro e o adversário usar isso para ganhar vantagem. Então, se treina muito o movimento: 2-to-1-to-none. Você começa com duas mãos, enquanto faz a transição usa uma e enquanto persegue o WR não encosta mais nele para não cometer falta. É fundamental a sincronia de pés com as mãos, isso ajuda a negar separação e se manter junto ao WR.
Texto adaptado de:
https://www.fieldgulls.com/2011/8/3/2274600/fundamentals-how-to-jam-a-receiver
Go Hawks!
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