Quando comecei a escrever essa prévia, busquei fazer o que faço em todos os jogos: esquecer meu lado torcedor, analisar as fraquezas e as forças dos adversários, buscar uma forma do time explorar essas fraquezas e ver o que podemos vencer. Mas nesse jogo contra os Niners tudo parece não ter saída. Depois das perdas por lesão do time e os problemas que aconteceram em tantos jogos, todos os matchups parecem favorecer os Niners.
Então resolvi esquecer meu lado racional e usar somente o lado emocional para escrever esse texto. Da mesma forma que o maior cronista da história do esporte brasileiro escrevia. Lógico que estou a anos-luz de distância de Nelson Rodrigues, e seria até uma heresia comparar esse texto com o brilhantismo Rodriguesco, mas coloco nesse texto muito sentimento da mesma forma que o nobre tricolor fazia ao falar de futebol.
No início da temporada não esperávamos que chegaríamos na última semana da temporada regular numa final contra os Niners pela NFC West.
Primeiro porque não acreditava que os 49ers seriam um time tão forte nessa temporada e segundo porque não acreditava que nosso time também seria tão forte como mostrou durante toda a temporada.
Porém toda nossa força foi sendo reduzida aos poucos. As lesões ao longo da temporada se tornaram o principal empecilho para que nosso time se tornasse uma grande potência.
Começando pelo ataque, Duane Brown, nosso principal nome da linha ofensiva, não esteve 100% a maior parte dos jogos e ainda assim lutou contra sua lesão e fez um grande ano, mas infelizmente agora no final da temporada acabou sofrendo do joelho também e pode ser que nem volte mais. Justin Britt, nosso center, se lesionou na semana 8 e ficou fora do restante da temporada. O tight end Will Dissly que vinha sendo o alvo de segurança de Russell Wilson em toda o início de temporada também se lesionou na semana 6 ficou de fora. Tyler Lockett se lesionou no primeiro jogo contra os Niners e teve uma notável queda de produção. Em um importante momento da temporada em que Brian Schottenheimer finalmente aprendeu a utilizar em Rashaad Penny da maneira correta, ele se lesiona. Para destruir com o restante da temporada, Chris Carson que há duas temporadas é nosso RB1 também se machuca e está fora do restante da temporada.
Na defesa Ansah nunca esteve perto de seus melhores momentos na NFL, Clowney também sofreu com lesões e ficou de fora dos últimos dois jogos. Quandre Diggs, Bobby Wagner e Shaquill Griffin, Mychal Kendricks, KJ Wright… Todos esses ficaram de fora em algum momento ou não jogaram 100% algumas partidas
Somado a isso, nosso coordenador defensivo era incapaz de fazer ajustes no jogo e um dos poucos da NFL a manter a base defense na grande maioria dos snaps. E um comando de ataque que embora tenha evoluído nos conceitos, ainda está longe de ser um vanguardista na NFL.
A derrota para os Cardinals em casa nos deixou bastante desacreditados principalmente com a forma apática que o time jogou. E mesmo com a chegada do Beast Mode, ele ainda é ainda uma incógnita porque não se sabe como vai estar fisicamente depois desse longo tempo parado.
Tudo parece impossível…
Porém impossível não é uma palavra que existe em Seattle, na nossa história fizemos o impossível!!
Diziam que seria impossível uma franquia isolada na costa noroeste do pacífico ser bem sucedida e que o time jamais venceria um Super Bowl. Provamos que tínhamos um 12º jogador e que era amedrontador pisar no gramado do nosso estádio.
Diziam que era impossível um head coach da “com atitudes de college” ser bem-sucedido na NFL. Pete Carroll provou o contrário.
Na temporada de 2010 fomos um dos poucos times da história um dos poucos a chegar na pós temporada com desempenho negativo, algo que parecia impossível e o era mais impossível ainda era que esse time pudesse vencer o então campeão do Super Bowl: New Orleans Saints. Não só vencemos como causamos um terremoto em Seattle durante a corrida de 67 jardas de Marshawn Lynch!
Um ano depois escolhemos um quarterback que era impossível de dar certo na NFL! Russell Wilson era baixo demais para um QB de NFL. Nunca que um QB de terceira rodada poderia assumir a vaga de titular na primeira semana. Nunca que esse QB calouro de terceira rodada vai conseguir chegar aos playoffs e vencer uma partida. Nunca que essa defesa vai parar o melhor ataque da história liderado por Peyton Manning em 2013! Ainda mais que o Seahawks só joga bem dentro de casa. Vencemos com autoridade, sem dar nenhuma chance para o melhor QB de todos os tempos na minha opinião reagir.
É impossível Seattle chegar de novo ao Super Bowl, eles terão de enfrentar o MVP Aaron Rodgers, em um dos seus melhores anos da carreira!! É impossível que Seattle o vença!
É impossível vencer o Super Bowl duas vezes seguidas. Na verdade, não era impossível, mas as vezes o impossível prega algumas peças. O impossível aconteceu a uma jarda da endzone. Uma interceptação que jamais aconteceria em nenhuma outra circunstância aconteceu e tirou Seattle da chance do tão sonhado segundo Super Bowl…
Os Seahawks se acostumaram a fazer o impossível quando todo mundo achava que seria!! Fomos á pós-temporada no ano passado mesmo quando o time tinha perdido toda a Legion of Boom e a previsão do USA Today para nosso time era de 4 vitórias. Esse ano, mesmo com muitas desconfianças e incertezas, o time cresceu muito em vários aspectos e chegamos de maneira tranquila aos playoffs e agora dependemos do impossível…
Vamos ter em campo no domingo a noite nosso 12º homem! Vamos buscar o impossível novamente para trazer mais uma vez o título da NFC West, mas estamos acostumados a lidar com o impossível e a nossa fé no time nunca vai acabar!