Quais as implicações da demissão de Mike Solari?

Na última sexta-feira, surpreendendo muitos, Seattle comunicou mais uma mudança no seu staff. O time demitiu o veterano Mike Solari, o técnico de linha ofensiva. Solari tem uma vasta história na NFL e é um técnico muito prestigiado. Já teve outra passagem em Seattle (2008-2009) e era o técnico de linha ofensiva do forte jogo corrido dos 49ers (2010-2014) que chegou ao SB em 2012.

 

Depois desse período “áureo”, ele foi assistente nos Packers por um ano e foi contratado pelos Giants. Lá liderou uma OL com muito problemas e que findou na sua demissão ao fim de 2017. Em 2018, Pete Carroll havia demitido quase que todos seus coordenadores e assistentes e com a saída de Tom Cable, ele assumiu o time em 2018.

Depois de um trabalho pífio em 2017, tanto na proteção como no jogo corrido, ano em que só houveram TDs por terra por Russell Wilson e apenas um de RB, J.D. McKissic. O time continuou com problemas para lidar com stunts e blitz, mas o time passou a ser um dos melhores do jogo corrido, voltando a ter um RB com mais de mil jardas em Chris Carson, e uma linha que mostrava muita atitude em campo.

Os números de Solari

Os Seahawks ficaram em 10º lugar na taxa de vitórias em bloqueio de passes da ESPN (60,6%) nas quatro temporadas de Solari como treinador do OL. Vendo ano a ano ele tem os seguintes números.

2018: 3º, 67,4%
2019: 28º, 53,5%
2020: 9º, 61,9%
2021: 15º, 60,7%

De acordo com a PFF, ele se despediu em 2021 com:

  • Proteção ao passe: 26º;
  • Eficiência de bloqueio de passe: 27º;
  • Jogo corrido: 17º;

Ele chegou a ter bons números nos primeiros anos, sempre tendo em vista a forma que Seattle menosprezou a OL ao decorrer dos anos. O time gastou no draft:

  • 2018 – OT, Jamarco Jones – 5ª rodada;
  • 2019 – OG, Phil Haynes- 4ª rodada;
  • 2020 – OG, Damien Lewis- 3ª rodada;
  • 2021 – OT, Stone Forsythe- 6ª rodada;

Nunca houve alto investimento via draft e Solari nunca conseguiu desenvolver talentos. Jones, sua primeira escolha nunca passou de um reserva. Haynes passou boa parte do seu tempo em Seattle machucado. Lewis teve uma baita primeira temporada, mas a mudança de lado e o desempenho em geral foi de dar medo. Já Forsythe, uma jogador que se via bastante potencial, nunca foi cogitado como titular e ao que tudo indicava não parecia se desenvolver nos treinos.

Além do risco que corríamos de perder o futuro de talentos como Lewis e Forysthe, o jogo corrido de Seattle foi um desastre por quase todo o ano. Claro que sofremos com muitas lesões, inclusive do RB1, antes da 5ª semana da temporada. E com o jogo corrido muito fraco, diferente dos últimos anos, deixava o time em situações de passe clara e isso expôs as fraquezas na proteção ao passe.

A promoção de Andy Dickerson

Dickerson foi trazido como pedido por Shane Waldron, quando este último foi contratado como OC. O ex-coach dos Rams passou anos como assistente de OL por lá e aqui em Seattle foi trazido para o cargo de Coordenador do Jogo Corrido. Era esperado uma transição, uma vez que os estilos eram muito diferentes. Talvez isso possa ter sido apressado pela contratação do novo HC dos Vikings, ex-OC dos Rams, que montando sua nova comissão poderia ter ido atrás do ex-companheiro. Isso poderia ser reforçado pelo fato da demissão ter sido “tardia”, bem depois da demissão de Ken Norton Jr, por exemplo.

Como a OL vai mudar com Andy Dickerson?

Com isso, podemos vez uma diferença na abordagem de FA e draft, coisa que já vimos com Forsythe. Este último já dava sinais da diferença, uma vez que tem um perfil mais atlético, do que forte. Lewis, Haynes, DJ Fluker, Mike Iupati, Gabe Jackson, todos era jogadores com mais de 330lbs.

Principalmente por dentro da linha, os Rams tem OLs mais baixos e rápidos, diferente de Seattle em que eles são mais pesados. Vale lembrar que Seattle entra na offseason sem center, LT e RT, todos free agents. A expectativa é que Dickerson tenha aprendido bem durantes os anos de assistente nos Rams, em OLs que sempre foram destaque na liga em pass protection e no jogo corrido.

Numa entrevista de fim de temporada, Ethan Pocic trouxe pontos novos trazidos pelo novo coach:

“Ele trouxe muita coisa. Um novo jeito de ver as coisas. Os conceitos de midzone e como executá-los, bem como suas técnicas. É apenas um jeito diferente de ver as coisas. Tem as coisas que nos fazíamos e o que o Andy trouxe, a ideia é misturá-las. Mas sim, o treinador Andy é um cara inteligente e nos ensina muita coisa, principalmente as coisas relacionadas a midzone.”

Sobre a mudança do jogo corrido na parte final da temporada:

“Não, nós fizemos exatamente as mesmas coisas, apenas em formações diferente e mostrando outas coisas, como motion. Precisávamos simplesmente encaixar as coisas que já fazíamos. E, uma vez que tivemos Penny saudável e bem, nós dominamos e fiquei muito feliz por ele.

Nós tentamos não ficar previsíveis, adicionando os elementos de motion e pacotes diferentes. Mas em termos de esquema, nada de novo. Apenas midzone, tight zone, duo etc. A NFL é assim, as mesmas jogadas mas disfarçadas em formações e aparências diferentes.”

Quais jogadas Shane Waldron vai trazer para Seattle?

Raio-X: Qual as corridas desenhadas por Solari?

Vamos torcer para que ele consiga desenvolver os talentos novos que temos, para que não sejam desperdiçados.

Go Hawks!

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