Como bem sabem, não somos técnico de futebol americano. No entanto, ao tentar se aventurar nesse mundo, escolhi algumas jogadas que Seattle poderia utilizar nesse ano de 2022, com o intuito de melhorar seu ataque e defesa.
Vamos lá!
Usar Jamal Adams como blitzer da forma certa
Um dos melhores atributos de Jamal Adams é caçar os QBs adversários. No entanto, depois de quebrar o record de sacks por um DB, isso não se repetiu no segundo ano. Muito disso por conta da previsibilidade e de onde ele era colocado. Neste tópico vamos sugerir alguns ajustes. Entretanto, o primeiro ajuste a se fazer é no número de vezes que ele é usado em blitz. Nem pode ser snap sim, snap também, nem passar o jogo todo sem ser mandado atrás do QB. Clint Hurtt elencou como uma de suas prioridades usar melhor o safety, vejamos como ele o fará.
A mudança de DC vai ajudar Jamal Adams?
Usá-lo vindo do EDGE
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Seattle faz um bom trabalho de forçar o ataque a uma confusão no bloqueio de Adams. Ao aglomerar a linha de scrimmage e ter mais defensores no lado da blitz da linha de Adams, em vez de dropar na cobertura, o OT não pode deslizar direto para Adams, uma vez que tem que cuidar do jogador alinhado a frente dele. Como resultado, isso força a ofensa a bloquear Adams com um running back e isso é complicado. Jamal Adams vindo com toda versatilidade pela ponta é uma tarefa difícil de se fazer.
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Aqui o time mistura o conceito com zone blitz. Tem várias pessoas na linha e o sistema de bloqueios não sabe quem vai atacar e quem vai dropar na marcação. O RB todd Gurley acha que vai haver pressão no meio, mas KJ Wright dropa na marcação deixando ele sem função e longe para tentar bloquear Adams que vem como uma locomotiva da lateral.
Slot blitz
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Usá-lo como um blitzer vindo no slot é sem dúvida a melhor maneira de utilizar o atletismo de Adams. Ele tem um primeiro passo muito rápido e faz um bom trabalho de disfarçar o que ele fará na jogada. Graças à sua velocidade de processamento, ele pode esperar até o último segundo antes do snap para descer a colina em uma blitz. Adams também pode manter sua velocidade durante toda a jogada, incluindo quando tiver bloqueadores a sua frente.
Green Dog/Viper/Delayed Blitzer
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Jamal Adams é um jogador de futebol inteligente que pode fazer um ótimo trabalho ao disfarçar o que ele fará na jogada. Neste lance, o vemos dar um passo de lado para defender um passe rápido. Ele então surge lentamente como se estivesse cobrindo a corrida de volta na jogada e depois que a parte de trás se limpa em sua rota, Adams vai ladeira abaixo com toda a velocidade. A pressão aplicada por K.J. Wright na jogada forçou Carson Wentz a sair do pocket direto no colo de Adams. Se ele mostrasse sua intenção muito cedo, Wentz poderia ter reconhecido-o como um blitzer e, em vez de tentar evitar Wright ele poderia ter tentado escapar à sua esquerda.
Playbook 22: Funções específicas, o Rover, Rat, Green Dog e Viper
Usar Jordyn Brooks como blitzer
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Se você for procurar os melhores momentos de Brooks no college você verá vários sacks e tackles para perda de jardas. Em Texas Tech, ele conseguiu 6.5 sacks e 32 tackles para perda de jardas. Em Seattle, tem apenas 1 sack e 12 TFLs. Seus números de blitz são até altos, mas de forma não projetada.
Teve 46 blitzes no último ano, e apenas 6 pressões. No lance acima vemos Brooks disfarçar bem o que vai fazer (um ponto que ele precisa melhorar) e a jogada bem desenhada executada com Robert Nkemdiche chamando a atenção e abrindo espaço para Brooks voar. E sim, digo voar porque esse foi um dos sacks mais rápidos da temporada passada, ficando no top-10.
Com altos e baixos, Jodyn Brooks dá mais um passo na carreira
Versatilidade de Dee Eskridge
Sempre falamos sobre Eskridge ser uma pedida perfeita no ataque de Shane Waldron. Faltou só Waldron utilizar mais e Eskridge ficar saudável.
Dee Eskridge segue a sina das primeiras escolhas de Seattle
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Pelas indicações de antes do snap, podemos inferir que a defesa aqui está jogando em zona, devido a reação pós movimento do running back. Isso é fundamental nesta jogada, pois reduz o número de defensores com responsabilidades com o que seria o lado de Eskridge. Veríamos Seattle isolar Metcalf como o recebedor “X” de um lado do campo, e o que provavelmente seria Fant, Lockett e Eskridge como os recebedores do outro lado.
Playbook 26 – Geração Z, X, ou Y que WR você tem no time?
A verdadeira beleza desse design de jogada é quanto espaço ele criará contra uma defesa de zona. Como visto no vídeo, o safety do lado aberto do campo está de olho no backfield, o que significa que ele não está reagindo ao passe até que o recebedor quase o pegue. Com a jogada sendo executada para o lado aberto do campo, ele imediatamente coloca o recebedor e o safety num 1v1 e seria uma disputa de velocidade que Eskridge deveria ganhar.
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Com o quanto provavelmente vamos ver os Seahawks se apoiarem no jogo de corrida deste ano, esse estilo de RPO pode ser mortal se usado corretamente. É uma olhada que eles podem mostrar de forma consistente a uma defesa com Metcalf como o “X”, Lockett como “Z” e Eskridge alinhado no slot. Waldron pode chamar uma inside/outside zone com esta mesma formação de 3 a 4 vezes e, em seguida, ele pode acertar uma defesa com esse estilo de RPO assim que a defesa começar a tentar defender mais a corrida que o passe.
Como visto na jogada, os Miami Dolphins têm seis defensores alinhados no box a três jardas da linha de scrimmage. Isso significa que, se o primeiro passo do linebacker for contra a corrida, Eskridge estará num 1v1 contra um safety ou corner que não terá ajuda por dentro. Se ele conseguir um bom release ele pode conseguir muitas jardas após a recepção.
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Nesta jogada, vemos algum motion que alerta Matthew Stafford que a defesa está man-to-man. Se a defesa estivesse em zona, o flat defender (jogador responsável por defender o flat, independente da posição. Pode ser LB, CB ou S) para o lado que Cooper Kupp faz a recepção eliminaria a rota. No entanto, como eles estão na cobertura individual, o jet sweep antes do snap dá uma vantagem para Kupp, já que para defender aqui o DB precisaria marcar o lado externo do passe.
Uma rota como essa seria uma ótima maneira de utilizar a velocidade de Eskridge, que correu um 4,4 nas 40 jardas. Qualquer defensor que seja forçado a ganhar profundidade na jogada terá dificuldades.
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Um recebedor saindo do backfield é uma das coisas mais difíceis para as defesas marcarem, pois as obriga a colocar um CB no box (o que é improvável) ou marcar o recebedor com um linebacker ou safety. Vemos as mentes ofensivas mais criativas da liga usarem isso com alguma regularidade – Sean McVay utilizando Kupp dessa maneira e Kyle Shanahan usando Deebo Samuel e Brandon Aiyuk vindo do backfield.
Eskridge obviamente não é nem de perto o corredor de rota que Cooper Kupp é, mas para que esse estilo de jogo seja eficaz, ele não precisa ser. Se o recebedor”X”, que provavelmente seria Metcalf, fizer um bom trabalho de atrair os defensores e Eskridge faz o suficiente para ameaçar um double-move, é extremamente difícil para qualquer defensor parar a jogada.
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Mesmo que um recebedor não toque a bola em uma jogada, ele ainda poderá causar um impacto significativo na defesa, se não o maior impacto. Colocar um jogador em movimento engana uma defesa, especialmente um jogador tão atlético quanto se espera de Eskridge.
Esta jogada já está no ataque de Shane Waldron. Aqui, vemos Lockett se mover perante a formação em um motion de jet sweep com Seattle chamando um play action com um guard fazendo um pull. Como resultado, vemos o #59 dar alguns passos de à sua esquerda, o que elimina sua capacidade de colocar as mãos no TE no início da rota. Emparelhado com o play action, que faz com que o #54 Eric Kendricks vá para frente, o que, por sua vez, deixa uma grande quantidade de espaço por trás.
Screen para DK Metcalf
Um dos pontos que me incomodou sobre o ataque dos Seahawks ano passado foi não ter usado DK em lances em que o recebedor pudesse conquistar jardas após a recepção.
DK Metcalf acerta sua renovação com os Seahawks
DK Metcalf não se encaixa no esquema de Shane Waldron?
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Aqui vemos um screen para ele e como ele pode ganhar na força e na explosão da velocidade.
DK Metcalf acerta sua renovação com os Seahawks
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E alinhado a isso, podemos preparar o terreno para a defesa pensar que seria um screen, mas aí sim de fato usá-lo verticalmente.
Pacote Redzone
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Desconsiderem algumas nuances aqui, como dito no começo do texto, não sou nem DC e nem OC. Contudo, dado as armas que temos em mãos pensei nessa jogada. Antes da explicação queria exaltar as características dos jogadores que me fizeram pensar nisso.
Como foi o primeiro ano de Shane Waldron?
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A capacidade de conseguir jardas após a recepção de Noah Fant.
Noah Fant se encaixa no esquema de Waldron?
O trabalho em jump-balls para Colby Parkinson (fator que NUNCA foi explorado no ataque de Seattle)
Colby Parkinson é uma arma na redzone!
Agora vamos para explicação. Só como sugestão, coloquei a defesa num cover 2, uma das mais chamadas na para defender dentro da redzone. Vamos a leitura:
- Ler o CB lado esquerdo do campo. Leitura simples de high-low num conceito Smash, se ele recuar para marcar o DK, você passa para Fant e castiga pós a recepção no espaço deixado por ele. Se o CB ficar com Fant, você lança para DK, o mais próximo possível da linha lateral, para fazer com que o recebedor possa usar seu corpo como escudo e ficar entre a bola e o defensor.
- Caso essa progressão esteja bem marcada, vamos para o outro lado do campo. Nesse lado, deixamos Colby Parkinson de mais de 2 metros isolado contra um defensor. Aí é lançar a bola no alto, semelhante a jogada que trouxemos acima dele em Stanford.
- O trabalho de Dissly aqui seria a terceira leitura. Na verdade, ele funciona como um boi de piranha. Seu objetivo é ameaçar o meio dos safeties para que eles hesitem e demorem para ajudar a cobrir os lados do campo, com o intuito de facilitar o passe para as laterais. Mas caso esteja livre, seja feliz.
- Por último tempos o checkdown, ou passe de segurança, para o RB. Se todas as opções estiverem bem marcadas, provavelmente a defesa recuou bastante e o RB terá alguma chance de conquistar jardas após a recepção.
A beleza dessa jogada está na formação. Vamos com 3 TEs e apenas 1 WR. Dentro da redzone, isso pode dar ideia a defesa que iremos correr com a bola. Daí começaria a jogada com todos junto a linha e depois mudaria para a formação final, o que poderia fazer até com que a defesa tirasse o nickel para colocar mais um LB e facilitar o matchup.
Go Hawks!