Raio-X: Loucura.

Escrever o Raio-X normalmente é uma experiência pensativa. Enquanto eu assisto a partida tento captar suas nuances, extrair todas as narrativas.

Às vezes são coisas mais óbvias, o desempenho de algum jogador, às vezes é algum aspecto tático, ou simplesmente tentar enxergar qualquer coisa que eu possa usar depois para a construção de um bom texto. Durante a última segunda, quando fomos derrotados pelo Detroit Lions por 42×29, no meio do segundo quarto eu já não fazia ideia do que sentir.

Foram tantos acontecimentos, tantos pontos, tantos tackles perdidos, tantas boas jogadas, que no fim… Era apenas caos.

Mas mesmo no caos as coisas podem fazer sentido…

E justamente isso que vamos mostrar nesse Raio-X.

A Teoria do Caos.

Para a fisíca, a teoria do caos é nada mais do que uma forma de se admitir que é impossível de se explicar o caos. Em resumo, ela diz que nós não podemos prever individualmente como um sistema caótico vai evoluir a partir de uma condição inicial, porque pequenas causas podem ter consequências enormes.

Durante praticamente toda a bagunça da partida, quando o Seattle Seahawks se preparava para começar uma drive ofensivo, uma frase sempre vinha a minha mente: “Esse é o drive mais importante da partida”.

No dia seguinte, assistindo o condensado da partida, consegui chegar a uma conclusão bem óbvia sobre o porque essas palavras reverberaram na minha mente. Corremos atrás do resultado praticamente o jogo inteiro, pra piorar, ficamos atrás por duas posses (Mais que 8 pontos) desde do primeiro quarto.

Vamos para uma pequena recapitulação, depois de forçar um three and out na primeira campanha, a defesa sofreu um touchdown, até tudo tranquilo. O ataque volta a campo começa mover as correntes e chega no campo de ataque bem, quando faltando exato um minutos para o fim do primeiro quarto DK Metcalf sofre o fumble. Não vou entrar nos méritos aqui, mas o importante é que depois desse lance só tivemos um drive para empatar a partida.

Jogar atrás deixa os jogadores mais tensos, faz com que fiquem mais pressionados e suscetíveis a erros, eu sei que a defesa poderia ter nos dados mais oportunidades, mas com o ataque desempenhando tão bem, ele poderia ter ganhado o jogo sozinho.

Cenário revelado.

Sempre que você meu caro leitor for procurar assistir um teatro de marionetes perceberá de maneira fácil que a câmera que transmite o espetáculo não é deslocada para um ângulo mais aberto. Tal fato é preciso para não revelar o mestre controlador que comanda os movimentos dos bonecos, pois se o mesmo aparecer, toda a magia da arte acaba e a encenação não faz mais sentido. Mas…. O quê é isso tem haver com Seahawks e Lions?

Se você assistiu a partida, pode observar uma partida quase de manual de nosso Quarterback Geno Smith. Foram nada mais que cinquenta e seis tentativas de passe, repito CINQUENTA E SEIS. E mesmo com essa volume extremamente alto ele conseguiu ter um ótimo jogo, sempre com uma boa postura no pocket, enfim, jogando como um verdadeiro mestre das marionetes.

Porém, o que acontece quando o cenário é revelado? Passes forçados, quase interceptações e uma defesa muito mais preparada para cortar as linhas de passe. Foi exatamente isso que nossa linha ofensiva fez no jogo, expôs o comandante do jogo, em algum momento, a magia acabou.

Sem drama.

Nós somos 12s, não importa se nascemos no extremo noroeste dos Estrados Unidos, no Oiapoque ou no Chuí. Não há torcida mais apaixonada por um time de futebol americano do que nós. No Brasil, quantidade de torcedores costuma variar bastante com a fase do time (Hoje por exemplo os Chiefs são uma das maiores torcidas), mas somos diferentes. São quase 10 anos sem ser realmente competitivos e continuamos fiéis e apaixonados, e é justamente por essa paixão que é muito fácil levar as coisas aos extremos.

Da exata mesma maneira que depois das vitórias contra Denver Broncos, New England Patriots e Miami Dolphins sabíamos que não éramos o melhor time do mundo, campeão antecipado do Super Bowl, também não seremos o primeiro time a selecionar no draft de 2025.

Ainda mais se considerarmos que entramos em campo sem seis titulares e perdermos o sétimo durante a partida. Tivemos o desprazer de assistir nomes como Trevis Gipson, cujo a melhor jogada da partida foi sair na foto enquanto corria atrás de Jared Goff. Quinton Bohanna, um jogador que tenho certeza que foi o madden criou aleatoriamente , principalmente, Stone Forsythe, terceiro right tackle no depth chart que foi jogado para duelar com o favorito para ser defensive player of the year.

Seguiremos firmes, times bons não surgem do nada, não seremos exceção. E quando esse momento chegar estaremos lá e seremos muitos.

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