Seattle precisa rotacionar melhor seu elenco

Os Seahawks estão em processo de reestruturação, por mais estranho que isso seja, tendo no comando o técnico mais velho da NFL, Pete Carroll. Então esse ano e muito provavelmente os próximos, servirão para lapidar os reais talento do time, para finalmente voltarmos a ser competitivos.

Para isso é necessário que os talentos em potencial que temos, sejam usados de forma correta. Não é interessante que eles sejam jogados no fogo, numa pressão desnecessária, nem que fiquem apenas no banco. Esse é o nosso real problema, porque há muito tempo não temos gerido de forma correta os talentos.

O caso Stone Forsythe

Ano passado escolhemos o OT de Florida. Todos sabíamos que ele não estava pronto para ser o LT titular. No entanto, era necessário que ele tivesse mais tempo de jogo. Forsythe em 2021 era uma incerteza, em 2022 ele segue sem ser uma certeza para ninguém.

O time poderia ter dado tempo de jogo a ele em partidas mais fáceis. Jaguars, Texans, Lions ele não teve nenhum snap nessas partidas controladas, nem um drive sequer. Isso porque não estou nem contando com os jogos que vieram quando já estávamos matematicamente eliminados.

A falta de tempo denota incompetência da comissão, ou que ele esteja muito mal nos treinos. Novamente, não precisava se pleitear uma titularidade para ele, mas que ao menos tivesse algumas jogadas para vermos o seu nível.

2022 vai ser o ano de Stone Forsythe?

O Caso Alton Robinson

Esse é o caso que mais me irrita. Robinson fez uma boa preseason de novato, ainda assim ficou inativo nos dois primeiros jogos da temporada. Ele teve uma bela partida na semana 3, inclusive com um sack para basicamente nos dar a vitória. Mesmo assim, houve pouquíssima paciência com ele. De forma semelhante ao que se fez com Ugo Amadi.

As coisas não mudaram em 2021.

Segunda semana contra os Titans: Rasheem Green e Benson Mayowa jogam 78% dos snaps na defesa, enquanto Carlos Dunlap e Darrell Taylor recebem 30% e 26% respectivamente. Alton Robinson faz uma jogada fantástica com um strip-sack em Ryan Tannehill, e duas jogadas depois, os Seahawks marcaram um touchdown.

Ele mereceu mais snaps?

Sim.

Ele recebeu mais snaps?

Não.

Ele joga um total de 18 snaps no jogo, e a defesa cansada é destruída no segundo tempo pelo jogo corrido, inclusive. Após o jogo, Pete Carroll culpou a questão dos ‘desafios de substituição’ que, se verdadeiros, é uma admissão de incompetência embaraçosa para um time de NFL.

Semana sete contra o Steelers: os Seahawks estão desesperados por pass rush. Darrell Taylor teve uma lesão séria e saiu de campo preocupando todos. Então agora seria a chance de Alton Robinson, certo?

Não.

Robinson registra um mísero snap defesa. Novamente, os Seahawks se voltam para Rasheem Green e Benson Mayowa para a maior parte dos snaps. Eles registram uma pressão, SOMADOS. Ben Roethlisberger – provavelmente o quarterback menos móvel na NFL – tem um pocket limpo e os Seahawks não tiveram respostas defensivas, apesar de levar o jogo para a prorrogação.

Semana oito contra os Saints: Darrell Taylor está de fora por precaução. Novamente, Benson Mayowa registra 78% dos snaps, enquanto Robinson e Dunlap recebem apenas metade desse valor em 39% cada. Mayowa tem muito pouco impacto com zero pressões ou sacks, pois os Seahawks pressionam apenas Jameis Winston em 17% das jogadas.

Você está sentindo um padrão aqui? Veteranos que não estão produzindo estão sendo colocados à frente de jovens talentosos, em busca de se provarem.

O que Benson Mayowa fez para garantir um papel tão proeminente na defesa? O vulgo: “jogou onde?”

Um jogador que foi reserva a carreira inteira está de repente jogando muito acima de 70% dos snaps da equipe no trecho mais crítico da temporada.

Todos esses snaps forneceram bons resultados? Ele terminou 2021 com um sack, seis pressões e uma nota de 59,4 PFF, levando a ser corta depois da temporada e atualmente é um agente livre sem time. Ele é a personificação viva de um jogador de nível de rotação.

Cuidado com a classe de 2022

Para este ano, a questão é: a defesa pode encontrar uma boa mistura com os veteranos experientes e dando tempo de desenvolvimento para os jovens jogadores? Ou testemunharemos novamente veteranos registrando snaps, enquanto possíveis pilares defensivos como Boye Mafe, Darrell Taylor e Alton Robinson têm snaps subtraídos?

Boye Mafe conseguirá elevar o pass rush de Seattle?

Quinton Jefferson pode ser a versão deste ano de Benson Mayowa, fornecendo um jogo meramente adequado enquanto, ao mesmo tempo, impede os jogadores mais jovens do desenvolvimento?

Os Seahawks montaram um impressionante grupo de jovens cornerbacks talentosos. Eles também sabiamente se cobriram com contratações de agentes livres veteranos para garantir que a profundidade e a experiência sejam fornecidas na posição. Mas testemunharemos Carroll mais uma vez optando pelo conforto da experiência e pelo jogo medíocre, mas previsível, ao invés do desconhecido da juventude e do talento na posição?

Coby Bryant vai reviver os momentos dos seus ídolos?

Até onde as semelhanças entre Tariq Woolen e Richard Sherman chegarão?

Não seria surpreendente ver os veteranos Sidney Jones e Artie Burns nas pontas e Justin Coleman de nickel (titulares no camp) começando como cornerbacks. Mas na semana seis ou sete, se futuras perspectivas como Tre Brown e Coby Bryant (e até o cru, mas imensamente talentoso, Tariq Woolen) não estiverem recebendo algum tempo de jogo, teremos um problema sério. Vamos chegar em 2023 novamente cheio de dúvidas, sem saber o que esses jovens podem oferecer. E lembrando que Artie Burns, Justin Coleman e Sidney Jones estão todos por contratos de um ano.

Justin Coleman pode preencher o espaço do nickel deixado por ele mesmo?

O que Artie Burns pode oferecer a Seattle?

Isso poderia facilmente levar a uma repetição do que vimos nos últimos anos, com os Seahawks gastando cap crucial em jogadores veteranos para contratos de um ano em nome da experiência e da estabilidade, com Pete Carroll justificando-o, raciocinando que é muito arriscado apenas entregar aos jovens o trabalho e com seu mantra de ‘competição’ combinado com um forte desejo de segurança de ter veteranos em campo.

Recap do Draft 2022 do Seattle Seahawks

Go Hawks!

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