Ugo Amadi, o canivete suíço da defesa de Seattle

Posted on by Alexandre Castro

Quando foi draftado, foi dito que prioritariamente Amadi jogaria de FS, entretanto no camp ele passou a maior parte do tempo jogando como nickel (é onde particularmente eu acho que ele renderá mais na NFL). Uma das maiores qualidades de Amadi é sua versatilidade, que o permitiu jogar como safety, cornerback e nickel, Então não é nenhuma surpresa o time estar pensando em usá-lo na cobertura de slot com a saída de Coleman.

“Ele é um safety e vamos começar a jogar no meio, ele vai jogar de free safety para começar”, disse Carroll. “Ele é um jogador muito versátil. Ele foi reconhecido e foi premiado com algumas coisas através do reconhecimento de ser um jogador versátil”, comentou Carroll. “Ele vai ser um cara muito funcional na área dos times especiais, também porque ele é um corredor e um hitter. Mas eu não quero exagerar os jovens com muitas obrigações além de ele estar nos times especiais, ele vai estar jogando de safety”, continuou Carroll.

Mas no começo do minicamp Carroll falou: “Ele jogou como nickel e safety. Jogou muitos snaps como nickel no camp, o que foi muito bom. Melhor do que eu achava que seria. E ele ficou muito confortável jogando lá.”

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Amadi quando entrevistado disse: “Eu sei da minha versatilidade, que eu podia esperar jogar em qualquer posição nesse camp. Para mim está tudo ótimo, eu entendo muito o esquema, ele é um pouco mais rápido do esquema que eu joguei em Oregon, eu terei facilidade para me adaptar. Joguei dois anos de corner, dois anos de safety e dois anos de nickel. E quatro anos nos times especiais.”.

Ugo Amadi jogou 628 snaps como slot e 136 snaps como safety na última temporada.
Em 2016, Ugo Amadi jogou 651 snaps dos 700 como CB no outside. Ele permitiu um a passer rating de 67.1 quando estava como nickel, sendo o 23º de 132 slot CBs.
Ele também terminou empatado em 4º com mais interceptações (3) no último ano. Em 13 rotas Go em que ele foi acionado ele permitiu um passer rating de apenas 14.9, permitindo apenas 2 recepções para 62 jardas, nenhum TD e conquistando uma interceptação.

Ele é uma arma com a bola nas mãos, com 3 retornos para TDs defensivos. Fora isso, teve 165 tackles, 8.5 para perda, 3 sacks, 9 interceptações, 25 passes desviados e 3 fumbles forçados. Isso porque apesar do 5’9” (1,75m) e 201lbs (91kg) ele tem quase os 32′ de comprimento de braço, disputando muitas vezes as bolas difíceis.

“Pete e eu conversamos com um técnico da Pac-12 esta semana porque ele é um cara mais baixo que o normal. Você tem algumas perguntas sobre a tamanho e todo esse tipo de coisa, mas ele falou sobre a presença que você sente dele no campo. Ele é um alpha total, então fomos em frente.”, disse Schneider. Ele foi capitão do time em TODOS os anos que jogou lá, essa liderança é fundamental numa defesa.

Vamos para algumas jogadas de Amadi:

Começaremos pelo seu trabalho nos times especiais. Seja retornando punts ou em coberturas, apesar de não ter uma velocidade de elite ele faz bons diagnósticos e tem disciplina para manter a integridade da raia e não desistir das jogadas, que é fundamental na cobertura de chutes.

 

Além dessa visão e disciplina, ele ainda faz bons cortes e é um bom retornador.

Apesar do tamanho, ele é ativo e efetivo no jogo corrido. Veloz e enxerga bem o espaço. Na jogada contra Stanford, apesar dele errar o primeiro tackle, ele fechou totalmente o lado de corte do corredor, forçando ele voltar para o meio do campo e Amadi ajuda no tackle.

Ainda apesar do tamanho ele não foge da pancada. Nas jogadas acima os passes dos QBs deixaram os recebedores expostos, daí Amadi se aproveita e dá seu cartão de visitas no tackle preciso.

Apesar de toda a vontade e determinação, um 5’9” ainda é um 5’9″, então algumas jogadas isso fica em evidência. Ele tenta entrar em blitz mas a disputa no corpo a corpo contra os OT fica complicada.

O mantra de defesa em Seattle é sempre jogar com competitividade, jogar com afinco e buscar turnovers e não permitir grandes avanços. Ele faz um bom trabalho forçando fumbles com excelente técnica, é agressivo e sabe usar os braços, que como dito anteriormente são quase de 32 de comprimento e as vezes tem caras 6’1, 6’2 que tem braços do tamanho dos de Amadi. Detalhe da última jogada que ele prevê a jogada, sai do cutblock (coisa que ele faz muito bem), chega no adversário com agressividade, força o fumble e retorna para TD.

Ele faz um excelente trabalho antecipando as jogadas e localizando a bola, sabendo atacar no momento certo, quando o recebedor faz menção que a bola está próxima. Além de fazer o reconhecimento ele tem um excelente tempo de reação para cortar as jogadas.

Além do reconhecimento ele tem uma técnica semelhante ao step-kick de Seattle. Essa técnica consiste em tentar não espelhar o adversário no começo da jogada, perceba que o recebedor vai em linha reta demonstra o release na frente de Amadi, ele permanece paciente e só quando o WR parte para sua rota real, ele faz a ação correta ao diagnosticar a rota slant rápida. Para ficar exatamente igual, faltou o uso das mãos no peito do adversário.

Como dissemos anteriormente ele faz um bom trabalho localizando a bola até quando ela cai de graça no seu colo, por um bom posicionamento. E com a bola nas mãos é um perigo. Na segunda jogada ele vem na marcação do slot e ataca a bola no ponto alto, assim como deve ser. Na terceira jogada ele identifica o padrão de rotas, antecipa e faz a interceptação.

Outro ponto forte dele é a blitz. Em sua maioria são sempre produtivas, ele gera sacks com sua velocidade e identificação de caminhos para chegar ao QB. Na última jogada contra Stanford ele cai na finta de passe do QB, mas permanece concentrado e faz o sack.

Vemos a jogada acima por dois ângulos, ele vai na blitz bate de frente com o RB, o afasta e ainda identifica a hora de fazer o desvio do passe, uma das minhas jogadas favoritas de Amadi.

Bom, nem tudo são flores. Ele tem uma tendência grande, pela facilidade que tem de identificar a bola e ler os movimentos do WR, de não virar para disputar a bola. Na jogada acima(e até em algumas jogadas que falamos sobre sua técnica de desviar passes) ele não vira e desvia o passe, certamente na NFL isso seria falta.

E aqui minha principal questão com ele. Ele algumas vezes é batido em velocidade por slots rápidos, quando ele dá muito espaço. Ele confia no seu instinto para antecipar a jogada, quando ele exita ou faz o diagnóstico errado, fica em apuros. No segundo lance apesar de se recuperar rápido das transições do recebedor ele dá espaço pela velocidade e se o QB fosse um pouco melhor eles teriam conquistado a primeira descida.

Como nickel, ele terá que acompanhar TE algumas vezes e nesses momentos ele enfrentará uma grande diferença de tamanho. Na jogada abaixo ele marcou o TE de forma perfeita, inclusive ao tentar atacar a bola. No entanto o TE usa seu corpo como escudo e Amadi fica impossibilitado de fazer qualquer defesa do passe.

Veredito

Talvez a vaga que ele terá mais chance de conquistar no time titular é a de nickel, até porque ele é um excelente blitzer e trabalha muito bem no box e temos poucas peças do elenco nessa função. Só que, com falamos no último ponto ele poderá enfrentar problemas pelo seu tamanho e velocidade, o que complica o fit no slot. Na posição de free safety seu tamanho vai ficar menos evidenciado e suas balls skills e velocidade de reação podem ajudar bastante. No entanto ele tem pouco tempo de jogo como single high (jogador que cobre sozinho o fundo do campo) então de imediato deve ser complicado assumir a vaga de FS.

Sendo assim, no primeiro ano, deve ser usado em subpacotes como um segundo nickel ou jogadas para usá-lo como blitzer ou ainda como um terceiro safety. Só que assim como Flowers, ele pode nos surpreender com sua evolução de um tempo de reação mais rápido para tentar diminuir a questão da velocidade e tamanho, vamos torcer por isso nos treinamentos.

Go Hawks!

 

 

 

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4 Replies to “Ugo Amadi, o canivete suíço da defesa de Seattle”

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