Seja bem vindo se é a primeira vez que você acompanha nosso site. Bem vindo de volta, se está aqui há um bom tempo. Normalmente nos Pós Jogos e nas Análises dos jogadores, eu prezo mais pela parte tática, cap e outras implicações, do que emitir minha opinião de forma mais holística. Esse texto me dá a chance de fazer isso. Inclusive, convido vocês a lerem as outras edições, nem acredito que chegamos ao ano 7.
Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada
Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada [2]
Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada [3]
Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada [4]
Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada [5]
Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada [6]
Vamos lá!
O que é sucesso?
A definição e sucesso é variável. Para alguns times, o sonho seria terminar o ano positivo, mas para um time que é considerado um contender, terminar apenas com campanha positiva seria visto como um fracasso. Então, tome cuidado com a régua que você mede a primeira temporada de Mike Macdonald.
Um técnico novato, várias peças diferentes na defesa, era preciso ser comedido nas expectativas. Comparem aos outros técnicos novatos, Panthers, Titans, Raiders e Patriots. Todos com campanhas negativas. Apenas os Falcons disputaram sua divisão.
É claro que quando olhamos jogo a jogo, a forma como algumas derrotas se deram, o sentimento de insatisfação cresce. As críticas são válidas e é preciso, com calma, melhorar para o ano 2. Mas, antes de tudo, precisamos saber que campeonato estamos disputando.
Medriocridade
Com Geno Smith, os Seahawks estão 13-0 contra times que terminaram 5-12 ou pior e 14-26 contra todos os outros times. Se você quiser isso de uma forma mais detalhada, temos:
15-2: 0-2*
14-3: 0-2*
13-4: 0-5
12-5: 1-4*
11-6: 1-1*
10-7: 2-3*
9-8: 3-2*
9-7-1: 1-1
8-9: 2-1*
7-10: 2-4*
6-11: 2-1
5-12: 4-0*
4-13: 7-0*
3-14: 1-0
2-15: 1-0
Em forma resumida, os Seahawks são incapazes de ganhar de times fortes, times que chegam aos playoffs. Isso é um problema novo. Lembrem quando os Seahawks venceram os Chiefs pouco antes do Natal de 2018. Ou quando o time derrotou os Eagles que viriam a ser os Campeões de 2017 com um Carson Wentz que estava jogando num nível de MVP. Ainda me lembro da vitória fantástica no Gillette Stadium contra Tom Brady em 2016. Ou seja, mesmo com times com problemas, como eram esses de 2016, 2017 e 2018, os Seahawks eram capazes de disputar (e até vencer) jogos contra equipes fortes.
Vejam o desempenho em 2024.
Seattle perdeu para os Lions sem forçar um mísero passe incompleto. Perderam para os Rams sendo interceptados 3 vezes, foram dominados pelos Bills, em casa, tomaram duas posses imediatamente contra os Packers. O único jogo realmente disputado contra uma equipe forte foi contra os Vikings na antepenúltima semana da temporada regular. Isso inclui vencer os Patriots de Jacoby Brissett apenas na prorrogação, perder para os Giants em casa (que custou os playoffs). Além da partida contra os Dolphins ficou mais apertada do que deveria.
Ano passado os Seahawks foram varridos pelos Rams e 49ers. O time, na verdade, vinha numa sequência de derrotas contra os rivais de Santa Clara sendo amplamente dominados desde que Geno assumiu a titularidade.
Seattle teve 10 vitórias, porém, apenas 2 contra times de playoffs. Os Rams com time reserva, e os Broncos na semana 1, quando estavam perdidos. Essas também foram as ÚNICAS vitórias de Seattle contra times de campanha positiva.
Entenda, isso não é uma crítica apenas para Geno. Isso é resultado de montagens de elencos terríveis no Draft e na Free Agency. Porém, falaremos disso mais a frente.
Chegou a hora de John Schneider ir…
Esse foi o primeiro ano em que John Schneider foi absoluto nas decisões da franquia. Se era algum tipo de experiência, saber o que era “culpa” de John e o que era de “Pete”, o resultado foi longe de ser satisfatório.
A pior Free Agency de todos os tempos
John Schneider nunca foi um gênio na Free Agency. Seattle sempre trouxe jogadores medíocres, pagando mais caro e nunca resolvendo real o problema. Contudo, o time conseguia com alguma frequência um jogador útil/barato em alguns desses anos, um Al Woods, por exemplo.
É claro que recentemente Uchenna Nwosu e Julian Love, foram acertos e lá nos primórdios, Michael Bennett e Cliff Avril, também. O time gastou um caminhão de dinheiro em Dre’Mont Jones e ele não correspondeu.
Nessa offseason de 2024, ele levou isso a um outro nível, infelizmente, de forma negativa. Vejam abaixo as contratações do time:
- TE Pharaoh Brown – backup;
- C Nick Harris – traded;
- S Rayshawn Jenkins – backup;
- OT George Fant – IR (2x);
- LB Tyrel Dodson (CUT);
- Jerome Baker – traded;
- OL Tremayne Anchrum Jr (CUT);
- DB K’Von Wallace – IR;
- NT Jonathan Hankins – backup;
- WR Laviska Shenault (CUT);
- Connor Williams – retired;
Jenkins chegou para ser titular e foi um dos piores da defesa. Acabou voltando depois da IR e atuando como Dimebacker uma vez que não conseguiu ganhar a vaga de Coby Bryant. J. Hankins deveria ajudar na rotação contra o jogo corrido, mas nunca foi grande parte positiva nisso. Você pode atribuir ao azar George Fant ser colocado duas vezes na IR e Connor Williams se aposentar no meio da temporada, mas não há muito o que justificar fora isso.
Ele renovou com Noah Fant depois de um ano sem TDs. Isso não mudou em 2024, ele serviu apenas como checkdown, não fazia sentido a renovação mas ele o fez. Ainda na posição de TE Pharaoh Brown foi uma negação como bloqueador tendo as mesmas 4 seguradas que 3 jogadores de OL combinados (Charles Cross, Abe Lucas, e Laken Tomlinson) sem trazer nada de positivo no jogo aéreo, apenas tirando alvos e snaps do calouro AJ Barner.
Seattle decidiu ir com Baker e Dodson de LB. Essa escolha custou a Seattle várias partidas ruins contra o jogo corrido a demora de colocar Tyrice Knight no time titular e resultaram em Seattle precisar gastar uma quarta rodada para trocar por Ernest Jones.
A renovação de Leo Williams foi o único ponto positivo de toda a offseason.
Escolhas ruins no Coaching Staff
O principal problema do time foi o ataque desequilibrado e isso foi uma decisão 100% de JS. Assistam as entrevistas de Mike Macdonald ao chegar em Seattle. Em todas elas, o HC fala sobre ser físico nos dois lados da bola.
Isso não seria algo que ele teria com Ryan Grubb. Basta assistir um dúzia dos jogos de Washington. Um ataque totalmente focado no passe que resultou em Michael Penix atingindo várias marcas em jardas passadas. Ou seja, a contratação foi responsabilidade da GM.
Inclusive, Grubb deve ser demitido a qualquer momento (se é que já não foi no intervalo em que esse texto foi escrito para a data de publicação). Um movimento para colocar ele como bode expiatório da negligência do GM com a linha ofensiva. Sendo assim, com o intuito de salvar seu emprego, John irá demiti-lo. Acho que Grubb é um cara promissor, apenas não tinha condição de sair do College direto para OC na NFL. Precisava passar um tempo se adaptando em outra função como Passing Game Coordinator, QB Coach ou algo do tipo.
Existiram boas escolhas no Coaching Staff, como Leslie Frazier, Jake Peetz, Kirk Olivadotti. Contudo outras posições importantes não tiveram o mesmo sucesso. Charles London, QB Coach, chegou depois de treinar Will Levis e seus turnovers. Mack Brown virou técnico de TEs sem nunca ter trabalhado com a posição.
Você confiaria em John Schneider para escolher o QB do futuro da franquia?
Trabalho em trades
Como dito num tópico acima, JS nunca foi destaque em free agency. Onde ele construiu seu nome foram em trocas, mesmo que algumas tenham dado errado no caminho (Percy Harvin, Jimmy Graham, JAMAL YIKES ADAMS). Duas dessas trocas salvaram sua temporada, Ernest Jones e Roy Robertson-Harris.
Contudo, ele cometeu erros nas trocas que fez em 2024.
Tudo começa com uma troca sem a mínima explicação por Sam Howell. O time gastou:
– Gráfico Jimmy Johnson: 96ª escolha (final da rodada 3);
– Gráfico Football Perspective: 148ª escolha (meio da Rodada 5);
Por um QB que consegue lançar mais interceptações que Geno Smith e faz isso:
1.5 Quarters of Playing Sam Howell https://t.co/i7jeRhffIt pic.twitter.com/ec3DKiF8Tf
— Chickens and Mentals Caretaker (@_danchu) December 22, 2024
Em mais um movimento questionável, Seattle troca por Sam Howell
Trocou Mike Jackson por Michael Barrett. Um jogador tão importante que nem conseguiu fazer o elenco. Eu sei que muitos vão argumentar que MJ seria cortado, então conseguir qualquer coisa por ele já seria positivo. No entanto, os Panthers estavam desesperados por um CB já que haviam perdido o seu titular e Jackson preencheu a vaga. Seattle poderia ter se aproveitado da situação e conseguido algo mais.
Nick Harris foi trocado após lesão de Luke Wypler. O máximo que Seattle conseguiu foi um swap de picks do Draft de 2026. O time trocou Darrell Taylor pelo mesmo valor de Trevis Gipson, que tem mais jogos inativos do que tackles.
Até a troca do Ernest Jones, se você analisar detalhadamente, Seattle pagou mais do que os Titans pagaram e ainda mandou um jogador pagando basicamente todo o contrato (Jerome Baker).
Negligência com a linha ofensiva
“Guys get overdrafted at guard position and, in my opinion, they get overpaid.”
O center contratado foi Nick Harris, que mais tarde foi trocado por uma escolha de sexta rodada em dois anos (como falamos acima). Foi apenas perto do início da temporada que o time contratou Connor Williams, um veterano de qualidade que estava se recuperando de uma lesão séria e acabou se aposentando no meio do ano.
Para os guards, eles trouxeram apenas o veterano Laken Tomlinson, que estava saindo de duas temporadas sombrias com os Jets. Ademais, o time gastou uma escolha de terceira rodada em Christian Haynes, que não conseguiu superar o pior OG da liga em vários aspectos, Anthony Bradford. E quando este foi colocado na IR, Haynes foi incapaz de vencer Sataoa Laumea que havia passado a temporada inteira inativo.
A OL deve ser o foco principal nessa offseason!
Forever a 12s!
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