A nova secundária dos Seahawks – Parte 2 – Safeties

Continuando a análise da nossa secundária (você pode ver a primeira parte aqui), seguiremos hoje analisando os Safeties da equipe.

Bradley McDougald

Começou sua carreira em Kansas City, como undrafted free agent no draft de 2013. Teve várias idas e vindas e por fim foi cortado. Dois dias depois foi contratado pelos Buccaneers. 

Em 2017 chegou sem fazer muito alarde nos Seahawks, para ser o reserva de Chancellor e Thomas, devido a sua versatilidade de jogar de SS e FS, a um custo extremamente baixo. Com as lesões de Thomas e Chancellor foi titular em 9 jogos. Terminou o ano com 67 tackles e 4 passes defendidos.

Apesar de não ter toda a força de Chancellor (o que é quase impossível), ele tem uma capacidade de cobertura, principalmente em zona, que era uma deficiência de Kam, além de demonstrar mais fluidez nas mudanças de direção e velocidade lateral.  Ele é um híbrido, tanto consegue jogar no box, parando as corridas, como ajudando nas marcações. Ano passado antes da lesão de Chancellor, jogou em alguns pacotes como um terceiro safety (vejam o jogo contra os Rams). No jogo contra os Jaguars, chegou até a alinhar como linebacker com as lesões de Wright e Wagner.

Nesse ano já se esperava que ele tomaria um papel de maior destaque, com a aposentadoria de Chancellor e sua capacidade de jogar no box e capacidade de tacklear que evoluiu bastante do ano passado para cá(Amari Cooper que o diga), seria fundamental. Então veio a lesão de Thomas, e assim acabou se tornando nosso jogador mais experiente da secundária, aumentando assim sua importância.

Com a ausência de Wright e Kendricks, o time continua usando pacotes com 3 safeties trazendo ele para o box. Está fazendo uma grande temporada, muito mais adaptado ao esquema single-high e parece muito mais a vontade para seguir seus instintos e leituras. Chegou a estar liderando os rankings entre os safeties. Até hoje (semana 7) vem fazendo muito bem seu papel, mesmo com a tarefa difícil de substituir Chancellor, vem suprindo essa ausência, somou 36 tackles, 2 fumbles forçados, 1 recuperado, 2 interceptações e 5 passes defendidos.

Tedric Thompson

Jogador de 6’0 e 204 lb, escolhido na quarta rodada do draft de 2017 vindo da Universidade de Colorado onde registrou 157 tackles solo, 7.5 para perda de jardas, 13 interceptações e 26 passes defendidos.

Foi uma das escolhas que mais gostei do draft de Seattle. Apesar de ser claro que não iria ser titular imediato, a sua capacidade de rastrear a bola, combinado a seus instintos e noção de posicionamento eram um encaixe perfeito para os Seahawks, que costuma jogar com apenas um safety na cobertura. A sua técnica de tackle e seu biotipo, meio franzino, seriam as fraquezas do jogador.

Indo para o nível NFL, não fez bons jogos na preseason e sempre foi colocado em cheque sua permanência no roster inclusive estava atrás de Delano Hill em questão de preferência. Ele se manteve no time jogando nos times especiais, onde recuperou dois fumbles.

Veio 2018 e com a greve de Thomas a titularidade caiu em seu colo. Nos treinos da pré-temporada teve bons resultados, inclusive interceptando Wilson em algumas oportunidades. Mas na semana 1 Thomas decidiu voltar a jogar, e Thompson dividiu os snaps com ele. Em mais uma reviravolta Thomas se lesiona contra os Cardinals, e agora Thompson seria titular 100% do tempo.

Seu primeiro jogo, foi justamente contra os Rams (veja análise completa aqui), de Goff e Gurley. Apesar da sua fraqueza nos tackles (um problema de toda equipe nesse jogo), ele me surpreendeu bastante no combate ao jogo corrido, mostrando força e velocidade, (na verdade desde que vinha dividindo snaps com Thomas vinha se destacando nesse quesito), inclusive parando Gurley em situações importantes e registrando sua primeira interceptação na carreira, numa Hail Mary no final do primeiro tempo. É um jogador muito inteligente, que consegue fazer o diagnóstico da jogada antes mesmo do snap, chamo atenção para uma jogada em que ele percebeu que viria uma corrida de Gurley na redzone e rearrumou a defesa para conseguir pará-lo.

Ainda sinto ele meio receoso em seguir seus instintos, um pouco nervoso, mas é de se compreender a missão duríssima que ele tem de substituir o melhor FS da liga. Mas se ele não se “soltar” não poderemos ver suas principais forças, a marcação, leitura de jogo e ball hawk que podem se encaixar perfeitamente em Seatte. Se ele melhorar sua capacidade de tackle (não adianta só fazer o diagnóstico correto) vejo um jogador com bastante potencial e que custou apenas uma quarta rodada.

Na temporada 2018 tem 1 INT, 1 passe defendido e 17 tackles e como está descrito na imagem desse post, foi o 4º melhor safety da rodada 6.

Delano Hill

Escolhido na terceira rodada no draft de 2017 apenas cinco escolhas depois de Shaquill Griffin. Veio de Michigan onde teve 84 tackles solo, 7 para perda de jardas, 3 interceptações, 5 passes defendidos, 1 fumble forçado e 1 recuperado.

Existia uma certa esperança nele para ser o sucessor de Chancellor, só que ele não correspondeu. Acredito que foi draftado para fazer o papel que McDougald acabou desempenhando, o de jogar como um terceiro safety em campo, dentro de alguns pacotes, surgindo até a possibilidade dele ser movido para jogar de nickel.

Muito bom parando o jogo corrido, uma máquina de tackles em Michigan e com um bom potencial para marcação em zona. Só que o potencial de cobertura não foi desenvolvido, nos jogos de pré-temporada desse ano, demonstrou um péssimo ângulo para tackles e um posicionamento na cobertura terrível.

Claro que não dá para crucificar com apenas uma temporada, e jogando poucos snaps, mas por pouco não foi cortado. O corte de Darboh (outra escolha de terceira rodada) acabou ajudando a deixá-lo no roster, já que cortar duas escolhas de terceira rodada apenas um ano depois, iria demonstrar certa incompetência no draft.

Esse ano vem jogando na cobertura quando McDougald vai para o box, formando o terceiro safety nessas situações, nem comprometeu, mas também não fez nenhuma jogada que chamasse atenção. Com a partida de Thomas e Chancellor, tem que se agarrar a essa oportunidade ou então pode acabar sendo cortado próximo ano.

Maurice Alexander, T.J. Green e Shalom Luani

Shalom Luani, jogador segundo anista, veio de uma troca com os Raiders por uma sétima rodada. Foi para o pratice squad mas depois foi ativado novamente, e vem jogando somente nos times especiais. Ken Norton, coordenador defensivo, que esteve com Luani nos Raiders, destacou seu trabalho nesse setor, e foi ele que pediu sua contratação. Não teve nenhuma jogada em que apareceu ou se destacou, com a chegada da semana 8 e tendo jogadores vindo da IR que podem ser ativados, a posição de Luani no roster está em risco, mesmo tendo sido gasto apenas uma sétima rodada nele, não é bom jogar fora “balas” no draft.

Maurice Alexander veio no começo da temporada para o Seattle depois de ter sido cortado pelos Rams onde teve 2 interceptações, 5 passes defendidos, 1 fumble recuperado, 3 sacks e 108 tackles. Nos Rams jogou de FS e SS, versatilidade essa que Seattle sempre procura nos seus jogadores, e no último jogo da pré-temporada, alinhou como LB. Sofreu com algumas lesões no começo do ano e acabou sendo cortado. Com a lesão de Thomas foi trazido de volta. Eu acreditava que ele fosse jogar os snaps defensivos que estão indo para Hill, por ser mais físico e já ter jogado algumas vezes como FS, que lhe dá repertório maior de cobertura. Até então só está alinhando nos times especiais.

T.J. Green, que teve um ótimo draft (melhor nas 40 jardas e salto em distância) em 2016 vindo de Clemson, foi jogador dos Colts por duas temporadas, alternando entre FS e SS, tendo por lá 88 tackles e 3 passes defendidos. Também foi levantado a possibilidade, devido sua grande velocidade, dele servir como reserva para a posição de CB, a sua grande fraqueza é a capacidade de tackle em campo aberto, teve mais de 15 perdidos na época de faculdade. Com tanta velocidade, e a marcação individual como destaque, achava que estaria pelo menos jogando os snaps dos times especiais, mas esteve inativo nos jogos contra Rams e Raiders.

 

Go Hawks!

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