Raio-X: Dissecando os erros de Shane Waldron na semana 2

Quase toda a NFL comemorou em polvorosa, a primeira partida de Shane Waldron, novo coordenador ofensivo de Seattle, na semana 1 contra os Colts. Obviamente, a empolgação entre os torcedores e aqui no site, foi ainda maior. Eu não tiro uma vírgula da “empolgação” criada na semana 1, o que se esperava de Waldron, vimos em campo.

[Video] Tapes Don’t Lie S01E01: Waldronalizou o ataque do Seahawks!

Seattle Seahawks 28 x 16 Indianapolis Colts

Entretanto, na segunda partida vimos um ataque muito semelhante as críticas recebidas pelo antigo coordenador, Brian Schottenheimer. É impactante ler algo desse parâmetro, mas infelizmente foi a verdade.

Análise Tennessee Titans 33 x 30 Seattle Seahawks

Peguem seus bisturis, e vamos dissecar esse ataque!

Jogo Corrido

Tivemos apenas 14 corridas, das quais TREZE, isso mesmo, TREZE foram de Carson. Óbvio, quando você tem um RB1 estabelecido, ele vai liderar as carregadas, mas essa diferença é absurda. No jogo passado isso já havia sido um problema e ainda tivemos duas corridas do finado Penny e uma de Dallas.

No tweet acima, tentei fazer um levantamento das corridas de Carson. Eis o que podemos concluir:

  • Mid Zone: 1, 2yd;
  • Inside Zone: 4, 9yds, 2 TDs;
  • Outside Zone 3, 1yd;
  • Draw: 2, 12yd;
  • Toss: 2, 5yd;
  • Split Zone (Inside Zone): 1, 2yd

A outside zone que funcionou muito bem na week 1, não entrou aqui. Time insistiu na inside zone que também não funcionou, apesar dos 2 TDs terem vindo dela, mas vale lembrar que foram na linha de 2 e 1 jardas. O trabalho da linha foi bem ruim, mas as corridas diferentes entraram mais.

O único ponto positivo foi que o time “não abandonou” o jogo corrido que era fundamental para o play action, que dá tempo para Wilson lançar em profundidade. Mas faltou criatividade, nas corridas mais diferentes, como Toss e Draw foi como o time conseguiu encontrar mais sucesso. Não é todo jogo que um determinado tipo de corrida vai funcionar, por isso que você tem vários corredores e tem que treinar situações diferentes. Mesmo com a insistência de apenas Carson ele poderia ter corrido com sucesso qualquer um desses tipos.

Escolhas em Primeiras descidas

Outro problema foi as escolhas em primeiras descidas. O time se colocou por vezes em situações de terceiras descidas longas, por não ter começado as séries de forma satisfatória.

Resumo das 22 jogadas:
  • Run: 8
  • Pass: 11 (2 Incompletos)
  • Sack: 1
  • Screen: 1
  • Jet Motion: 1

Ainda muitas corridas em primeira descidas ou passes longos. Faltou variação. 11 carregadas para 29yds, com média 2.6yds. Em passes, 7/9 – 119 yds com 12.2yds por tentativa.

O resultado foi que Seattle só conseguiu 4-12 em conversões de 3ª descidas (33%) em comparação com as 44% da semana passada. Uma diferença considerável.

Falta de variedade de alvos

Na primeira partida o time teve 8 recebedores diferentes, 6 corredores diferentes. Nessa semana foi apenas Carson, Swain e Collins como corredores. Em alvos foram apenas 5, e isso contando dois alvos apenas para Everett e dois para Homer. Apenas 3 WRs e 1 TE envolvido, pouquíssima variação, fica fácil para se adaptar e marcar.

Se você tirar da equação o TD em profundidade de Swain, o jogo só passou pelas mãos de Lockett. Num dia que você tem seu WR2 tão mal como DK nessa partida, você teria que ter espalhado os alvos. Carson que foi bem no último jogo, não recebeu um alvo sequer. Durante toda offseason, DeeJay Dallas recebeu elogios recebendo o passe e aqui também não foi usado. Hart foi elevado para o time e “hypado” por Carroll na offseason, pela sua velocidade e versatilidade, não teve alvo, não correu com a bola. E, obviamente, os TEs que foram tão efetivos na primeira partida, foram esquecidos aqui. Dizer que variou pouco por conta da lesão de Eskridge é uma desculpa sem fundamento.

Falta de Play Action/Jogo Rápido

Jogar rápido não significa sair rápido do campo. TRÊS das últimas QUATRO posses dos Seahawks foram 3 and outs rápidos. O time tinha chamado na primeira semana 41% de play actions, na semana 2, os números não chegaram nem perto e sempre foram buscando o fundo do campo.

Wilson não lançou nenhum passe para mais de 10 jardas no meio do campo. Quanto mais prende a bola, quanto menos play action, mais pressão na OL e por consequência no QB.

Parcela de Wilson

Isso aqui só fica o spolier do que virá nos próximos vídeos da semana, fica ligado lá no canal!

Pra quem gosta de “teoria da conspiração”

Não importa o esporte, quando você não se sabe o que se passa lá dentro, sempre tem aquele torcedor que imagina mil teorias do que se passa lá. Não vamos alimentar isso, mas que parece o Pete Carroll meteu o dedo nesse ataque, pareceu…

Veredito/Réstia de Esperança

Particularmente acho que os “Seahawks” de verdade vai ser algo mais próximo do que tivemos na semana 1, do que o desempenho contra os Titans, enquanto as jogadas forem chamadas por Shane Waldron. Um motivo de esperança foi o drive de two-minute drill que terminou com TD Carson, um dos melhores que vi dos Seahawks nos últimos tempos, em todos os sentidos.

  • Passe para Homer para 11 jardas, saindo do campo.
  • Passe para Lockett para 8 jardas, saindo do campo.
  • Passe à esquerda para Freddie Swain para 12 jardas, saindo do campo.
  • Timeout dos Titans.
  • Passe para Metcalf para 8 jardas, saindo do campo.
  • Corrida de Alex Collins para 25 jardas;
  • Passe incompleto para Metcalf na esquerda.
  • Corrida Carson para TD de 1 jarda.

Nessas quatro jogadas, o Seahawks encontrou quatro recebedores diferentes para 39 jardas e forçou os Titans pedirem um timeout. Que Waldron aprenda com os erros e traga mais desse drive e da semana 1, do que todo resto do jogo contra os Titans.

Go Hawks!

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