O fim de uma era…

Um dos textos mais tristes da história desse blog. Na verdade, o mais difícil de todos. A gente sabe que na NFL é complicado ficar em alta por muitos anos seguidos. Mas o que aconteceu na última terça-feira pode levar o time para anos de ostracismo e irrelevância.

O primeiro QB a vencer um SB pelos Seahawks nos deixou. Talvez como eu, você tenha atualizado várias vezes para ver se era verdade, ou depois de acordar e confirmar se aquilo aconteceu ou se não passara de um pesadelo.

Jody Allen tem sua offseason mais difícil a sua frente!

Vamos lá!

Termos da troca

Seahawks recebem:

  • 1º round de 2022 (9º geral);
  • 1º round de 2023;
  • 2º round de 2022 (41º geral);
  • 2º round de 2023;
  • 5º round de 2022;
  • QB Drew Lock;
  • DE Shelby Harris;
  • TE Noah Fant;

Broncos recebem:

  • QB Russell Wilson;
  • 4º round de 2022;

Fant, de 24 anos, uma escolha de primeira rodada no draft de 2019. Com os tight ends Gerald Everett e Will Dissly indo para a free agency, Fant entra em cena e preenche uma lacuna na posição. Desde 2019, Fant ocupa o oitavo lugar entre os tight ends em jardas recebidas (1.905), recepções (170) e alvos (249), enquanto ocupa o 12º lugar em jardas por rota corrida (1,56) e 21º em touchdowns recebidos (10), de acordo com a TruMedia. Em 2021, Fant recebeu 68 passes para 670 jardas e quatro touchdowns, ocupando o 13º lugar entre os tight ends em jardas por rota.

Harris, com 31 anos no início da temporada de 2022, teve seis sacks em 2021 e ficou em 114º entre os defensores qualificados em porcentagem de pressão (8,8%), de acordo com a TruMedia. Listado em 6’2, 290 libras, Harris se encaixa no molde de um big defensive end que Seattle pode jogar como um defensive tackle de 3-tech, semelhante ao uso de Rasheem Green (que é um free agent), Robert Nkemdiche (também um free agent) e a escolha de primeira rodada de 2019 LJ Collier, que perdeu espaço no ano 3. Muito parecido com Fant, porém, a presença de Harris na rotação faz muito para as esperanças de Seattle de consertar o que tem sido um abismal pass rush nas últimas temporadas. Harris deve receber US$ 16 milhões em salário-base nas próximas duas temporadas (apenas US$ 5 milhões de sua base de 2022 estão garantidos).

O Começo do fim

Ano passado já havíamos reportado que a relação vinha se deteriorando. Houve tensão quando o agente de Wilson, Mark Rodgers, ligou para o GM dos Seahawks, John Schneider, um ano atrás, para abordar possíveis destinos de troca para seu cliente. Rodgers ajudou a criar a narrativa em torno do descontentamento de Wilson com os Seahawks. Durante esta ligação com Schneider, ele retransmitiu as equipes para as quais Wilson aceitaria uma troca – se uma troca fosse o que Seattle queria.

Avenida Brasil: Onde Wilson vai parar?

Durante anos, Rodgers procurou os repórteres que cobriam a equipe com duras críticas à administração do Seahawks, especialmente ao técnico Pete Carroll. Nos últimos anos, o próprio Wilson deixou claro em entrevistas que não estava feliz com sua linha ofensiva e sua falta de participação nas decisões do elenco. Ele também pressionou Carroll a mudar para um ataque mais orientado ao passe.

Fontes disseram que os Seahawks ficaram frustrados com o fluxo de vazamentos que consistentemente apareciam sugerindo o descontentamento de Wilson ou questionando seu futuro em Seattle, mesmo quando a produção de Wilson começou a declinar. Alguns companheiros de equipe disseram que sentiram este ano que Wilson havia desistido.

Várias fontes descreveram o fim do relacionamento entre Wilson e os Seahawks como um divórcio em que ambos os lados contribuíram para a dissolução. Wilson sentiu que as faltas da equipe e a devoção à filosofia ofensiva da mentalidade retrograda de Carroll o estavam impedindo e prejudicando seu legado. Carroll não abandonaria a fórmula que Wilson e os Seahawks usaram para conquistar o único título do Super Bowl na história da franquia.

Carroll evitou criticar Wilson na frente da mídia e dos jogadores, o que incomodou alguns dos companheiros de equipe de Wilson. Os treinadores assistentes criticavam Wilson nas reuniões de treinadores e Carroll os impedia: “Não, não, não. Temos que mudar isso para ele. Temos que ter certeza de que é certo para ele.”

“Pete era seu maior fã”, disse o ex-técnico de running backs Sherm Smith.

Sem confiança, os dois lados não conseguiam encontrar uma maneira de coexistir nos bastidores, o que tornava seus comentários públicos sem sentido. Não importava que Carroll desmentisse publicamente os rumores comerciais porque eles não se alinhavam com as conversas privadas que ele e Wilson estavam tendo. Não importava que, antes da final da equipe em casa, Wilson disse que esperava que este não fosse seu último jogo com o uniforme de Seattle.

O que importava era que ambos os lados sabiam que a parceria estava terminando – tanto que depois de uma derrota na semana 12 em Washington derrubar Seattle para 3-8, uma fonte próxima a Wilson entregou uma mensagem profética a um repórter que cobria a equipe:

“Fim de uma era.”

Como Wilson queria sair, Schneider e Carroll tinham apenas algumas opções. Eles poderiam ter se mantido firmes, construídos em torno de Wilson para a temporada de 2022, tentado disputar um campeonato e revisitado a situação na próxima offseason. Supondo que Wilson permanecesse saudável e jogasse bem, ele teria uma extensão de US $ 50 milhões por ano, provavelmente tornando-o o jogador mais bem pago da liga – novamente.

Então basicamente durante a entrevista no Combine, eles já sabiam da saída de Wilson. Foi veiculado uma proposta dos Commanders por Wilson, que incluía três primeiras rodadas. Segundo algumas fontes, os Seahawks vazaram essa informação com o intuito de aumentar o preço de Wilson.

O Corte de Bobby Wagner

Isso fazia de Bobby Wagner o último jogador restante do título de 2013. Não durou mais que 8h isso, e o LB veterano foi cortado. Custando 20M, realmente não fazia sentido mantê-lo, mas foi um golpe duro ser no mesmo dia. O movimento libera par aos Seahawks 16.6M no cap, deixando o time com cerca de 50M no cap.

Juntos a dupla somou:

  • 17 Pro Bowls;
  • 6 All Pro;
  • Super Bowl XLVII;

O futuro é tenebroso

Passar por um rebuild é tenebroso. É uma certeza que nos próximos anos não teremos vitórias e conquistas. A grande questão é que se espera que depois de alguns anos o time possa voltar a figurar entre os melhores.

Qual fé você tem nisso, se o futuro está nas mãos de um cara que parou nos 50 e um GM que errou TODOS os moves arriscados que já fez?

Sem o draft de 2012, com Wagner e Wilson, ambos não teriam emprego durante todo esse tempo. Agora temos a pick 9 nesse draft e a probabilidade de fazermos besteira é grande. Seattle teria demonstrado interesse nos 3 melhores QBs da classe, Malik Willis, Sam Howell e Matt Corral. Se um desses fosse escolhido na 41, tudo bem. O grande medo que dá é que algum desses seja escolhido na 9.

Outro nome possível é o do center Tyler Linderbaum. Grande jogador de Iowa, baita atleta, mas também não vale uma 9. Ou Seattle troca para baixo para acumular mais picks ou pegar o melhor jogador disponível aqui, o FS Kyle Hamilton, EDGEs Kayvon Thiboudeaux e Aidan Hutchinson, OTs Evan Neal e Charlie Cross.

Teoria da Conspiração

O culpado maior de toda história é Jody Allen. Os Seahawks tem sido mal gerido há anos. Estamos perdendo talento ano depois de ano e não fazendo uma reposição por conta de drafts ruins e free agency piores ainda. Ela não fez nenhum movimento, talvez uma demissão do HC que já está para se aposentar e o GM que vem fazendo besteiras, talvez Wilson tivesse renovado suas esperanças.

O fracasso de 2021 tem raízes antigas

Mesmo sem ter nenhum pulso, surgiu uma teoria e como o texto é informativo vou passar, mas não acredito nenhum pouco nela. Alguns afirmam que ela “liberou” a trade e o corte e vai demiti-los ao fim do ano, para não deixar na conta do novo front-office o peso de ter cortado dois dos maiores jogadores da história da franquia.

Isso seria até uma boa estratégia, mas Jody nunca fez nada para que possamos ter fé de algum movimento bom dela.

Go Hawks!