A difícil temporada de Tre Flowers

Existe uma expressão conhecida como “sophomore slump”, que em tradução livre, seria uma queda de desempenho no segundo ano do jogador. Muitos jogadores sofrem disso, seja por questão de adaptação, seja por questão dos outros times terem mais tapes dele e dessa forma explorar mais suas fraquezas. No nosso time já tivemos recentemente Griffin sofrendo essa queda de desempenho no ano passado.

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Qual o motivo do declínio de Griffin?

2020 OFFSEASON TRACKER

O time melhorou pós offseason para 2020?

Flowers terá que papel em Seattle?

Bom, o “infectado” da vez com essa “doença” é claramente Tre Flowers. Os sintomas ficam bem a vista. Em 2018 ele foi alvo em 74 passes, cedendo 46 recepções e o segundo menor rating para rotas curtas. Já em 2019, ele teve 87 alvos, cedeu 56 recepções. Nos playoffs de 8 alvos, cedeu 7 passes completos. Teve sua “nota” do PFF colocando ele como 53º da posição (no geral). Partindo do pressuposto que cada time tem 2 CBs titulares, numa liga de 32 times, temos 64. Ficar em 53, é péssimo.

Playbook 04 – Tre Flowers, o aluno aplicado das técnicas da secundária de Seattle

Mais um case de sucesso: A conversão SS>CB de Tre Flowers

Em números ele teve um ótimo 2018. Em 15 jogos ele teve 6 passes defendidos, 3 fumbles forçados, 2º em eficiência de tackles com 67 tackles combinados, se tornando o terceiro do time.

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Para você que começou a ver o esporte recentemente, temos alguns posts que podem ajudar na compreensão:

Playbook 15: Caiu na área é penâlti! Conheça as faltas do jogo

Playbook 16: Entenda as posições do futebol americano

Vamos para análise!!

Playbook 17: Pontuações na NFL

Playbook 18: Dicionário de termos do Futebol Americano

Tudo que você precisa saber para o começo da offseason

Mudança de Direção

Velocidade e mudança de direção são fatores fundamentais para um CB. Flowers tem uma velocidade muito boa, mas algo que sempre digo, velocidade em linha reta, não é velocidade de jogo. Se não houver fluidez nos quadris ele irá permitir separação facilmente. Ele é totalmente vulnerável a double-moves.

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Ele foi destruído por Davante Adams na partida. Tem parcela de culpa de KNJ de não ter colocado ajuda de um safety especificamente, mas Flowers não conseguiu dar resposta aos cortes de Adams. Ele finge uma rota por dentro e faz um corte para a rota corner. Flowers se desespera e vai com tudo para cima dele, daí leva aquele belo olé e cede o TD.

Playbook 08 – A árvore de rotas dos recebedores

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Nesse lance Samuel faz o corte em direção ao QB, numa rota curl. Ele cede uma separação gigante ao recebedor e ainda tem muitos problemas para conter o jogador pós recepção.

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Aqui além da demora para mudar de direção ele foi pouco inteligente. Defendendo a redzone ele não deveria estar tão preocupado em ser batido em profundidade. O alinhamento dele dá total vantagem para o recebedor vencer nessa slant.

Red 2 (LA) – Defendendo na Redzone

Capacidade de Tackle

Para quem não conhece, Flowers era safety no college. Na conversão para CB ele se deu bem com essa capacidade de tackles. No entanto, nesse segundo ano surpreendentemente ele oscilou bastante nesse quesito.

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Ele confia demais na sua envergadura e perde o ângulo, permitindo um grande avanço pós recepção.

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Nessa flea flicker ele tem a chance de relembrar os velhos tempos de safety, como última linha de defesa. No entanto, ele toma um dos piores ângulos e é batido, cedendo o TD.

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Outro amostra de muita confiança nessa boa capacidade de tackle. Ele deixa seu peito exposto e Gurley destrói com um sensacional stiff arm.

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Mas quando ele toma bons ângulos, a paulada é certa. Andrews sofre aqui com essa pancada. Vale lembrar que na época de college eles se enfrentaram no clássico Oklahoma (Andrews) x Oklahoma State (Flowers)

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Blitz

Ano passado ele pouco foi usado para pressionar o QB.

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Nesse lance ele dispara e consegue chegar na corner blitz e consegue seu segundo sack no ano. [Teve mais sacks do que Collier e a mesma quantidade de Reed. Sim, aquele mesmo que quer um contrato igual ao da lenda Fletcher Cox].

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Ball Skills

Temporada passada ele tinha tido uma boa produção com 6 passes desviados, mas sem nenhuma interceptação. Apesar da temporada ruim em pontos fulcrais ele teve uma produção maior. Foram 8 passes desviados e 3 interceptações na temporada.

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Essa jogada aqui é puramente talento de Flowers. Consegue atacar a bola no momento certo e ainda tem agilidade suficiente para pegar a bola em tempo.

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Nesse lance ele é presenteado com uma interceptação uma vez que o WR para de correr a rota e a bola cai em seus braços.

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Nesse lance Seattle roda a Tampa 2. Nessa jogada o time permite que os CBs usem as técnicas que quiserem. Griffin usa a tradicional e fica em cloud. Já Flowers usa a técnica de trail. E assim ele consegue cortar a rota e fazer a interceptação.

Playbook 13 – Cover 2, um conceito que vem sendo usado cada vez mais em Seattle, na era pós LOB

Playbook 02 – Técnicas de Cobertura de passe

Flowers, Paciência e Concentração

Para quem não conhece o step-kick ele é técnica obrigatória para os DBs de Seattle. Essa técnica foi mais difundida a partir da legion of boom. É uma técnica que não é para qualquer um, exige muita paciência e concentração. A técnica se refere aos cornerbacks que estão pressionando na linha de scrimmage. Concentra-se em proteger o passe profundo e também as jogadas curtas. Forçar os ataques a apostarem em médio alcance. Se eles completarem essas bolas, os jogadores se concentram em atacar, limitando jardas depois da recepção e avançando para a próxima jogada.

passo (step) sempre vem com o pé externo quando o snap acontece. A paciência é necessária ao permitir que o recebedor faça o primeiro movimento. Os CBs são ensinadas a esperar até que o WR entre em sua esfera (comprimento do braço) antes de fazer o contato. Os olhos ficam nos números do recebedor e o corpo tem que ficar em pé. “Abrir o portão” ou virar os quadris cedo demais é péssimo. Quando eles batem com as mãos, dentro da janela de 5 jardas, eles atacam os músculos peitorais do recebedor. E isso acontece simultaneamente com o chute (kick), quando a “dança” do recebedor acaba ele faz o chute com o pé de trás para correr com o recebedor a rota real dele. Como DBs dos Seahawks colocam, passo para paciência, chute para posição.

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Seattle joga em cover 1 nesse lance. Flowers não tem paciência e se desespera indo demais no corpo do recebedor e dando jardas de graça ao time de Philly.

Playbook 14 – Cover 0 e Cover 1 – É hora da blitz e do caos

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Ele tem totais condições de fazer a jogada aqui e entra em pânico e comete a falta.

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Já nesse lance, ele poderia até ter feito a interceptação caso ele virasse para a bola. Ele não faz isso e comete a falta sem saber sequer de onde vem a bola.

Veredito para Flowers

Assim como seu companheiro, ele pode ter condições para se recuperar no terceiro ano. Apesar de todos os problemas que listamos aqui, ele demonstrou uma evolução em ball skills. Temos que lembrar que ele era safety e essas dores do crescimento eram esperadas. Ele tem altura e físico de CBs que Carroll lapidou muito bem e continuo confiando que possa ir bem. Em 33 partidas numa posição nova, num esquema totalmente novo, ele melhorou do ano 1 par ao 2 em jardas cedidas por alvo em 1.4 jardas, cedeu 1 TD, criou quatro turnovers, 6 passes desviados e porcentagem de passe completo de 58.9%.

Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada [2]

Go Hawks!

24 Replies to “A difícil temporada de Tre Flowers”

  1. […] – Tre Flowers – 6’3, […]

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