Pete Carroll deu a entender perto do final do ano passado que Damien Lewis poderia jogar no center em Seattle no futuro. Lewis aparentemente causou uma boa impressão ao começar o jogo contra o Arizona Cardinals com nenhuma experiência na posição em toda a sua carreira, em qualquer nível. O fato do time ter tirado ele da sua posição original em que vinha jogado de forma sólida, mesmo ele sendo novato e não ter usado Jamarco Jones que tinha treinado durante a semana para a função, mostra essa perspectiva que o time teve de colocá-lo como center no futuro.
Ethan Pocic fez por merecer uma renovação?
Kyle Fuller foi a primeira movimentação de Seattle para 2021
Mas eles realmente querem interromper o progresso de Lewis, eleito All-Rookie right guard em 2021?
Ethan Pocic havia deixado uma boa impressão, mas preocupou em alguns 1v1, em que Lewis tirou vantagem em comparação a esse jogada contra os Cards citado anteriormente, e contra Kyle Fuller que também foi titular contra os Rams e não deixou muita saudade. Por esse motivo, pensei em trazer se essa possibilidade pode ser viável.
Vamos lá!
Sim, Não, Irrelevante
Você já deve ter ouvido falar nessa brincadeira. Alguém conta a história e os outros participantes fazem perguntas e as respostas são apenas, Sim, Não ou Irrelevante. Parti desse princípio para classificar as jogadas de Lewis como Center. Seria Bom, Ruim ou irrelevante. Bom e Ruim são jogadas em que o desempenho dele gerou uma jogada boa ou ruim. Irrelevante ficam os snaps em que Lewis indo bem ou mal, não influenciou na jogada.
Ele jogou 66 snaps ofensivos, na conta vocês verão que o somatório dará 69. Isso se deu por conta de 3 snaps que foram faltas do próprio Damien Lewis e classifiquei como Ruim. Na análise do Departamento de Inteligência do BSBR tivemos 23 snaps bons, 12 ruins e 34 irrelevantes. 49.3% dos snaps foram irrelevantes, 33.3% foram bons e basicamente metade, 17.4% foram ruins.
Vale lembrar que 17.4% dos snaps classificados como ruins, podem causar desastres. Sacks cedidos, que podem virar fumbles, snap ruim, faltas que matam campanha e etc.
Hora do Tape
Apesar do começo de Lewis como center não ser muito animador, podemos dar uma chance de análise mais profunda.
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O Papel de Center
As funções de guard e center até se assemelham, então apesar de ser um pouco mais fácil, certos pontos requerem a atenção maior do jogador.
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QB e Center precisam ter bastante sincronia. A falta dela, resultou também no fracasso de B.J. Finney. Os gritos (hard counts) do QB, ajustes na linha, audibles, precisam ser entendidos e executados de forma correta. Nesse lance, todos estavam na mesma página, menos Lewis.
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Um dos principais atributos é fazer o snap, que o guard não faz. Isso requer treinamento e sinergia com o QB, que vem com o tempo e treino, não dá para massacrar nesse ponto.
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Uma das qualidades dele como guard que pode maximizar como center é que por vezes, o C fica sem ninguém a sua frente e lhe permite ser o cara da sobra. Lewis tem imposição física e explosão em espaço curto para ajudar em double teams. Além disso, ele sempre mantém sua cabeça levantada, mas quando joga como guard ele depende muito do RT, inclusive nesse ano, muitos sacks aconteceram por esse problema de comunicação. Como center ele fica mais independente e podendo “ditar” as regras por ser “o da sobra”.
Jogo Corrido
Aqui, muitas das forças e fraquezas do jogo de Lewis como guard, se repetem para o bom ou ruim como center.
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Ele domina totalmente os jogadores quando consegue fazer o contato correto. Percebam como rapidamente um alley se abre quando ele começa a movimentar as pernas.
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No esquema de Seattle muitas vezes o LG é usado para fazer traps e pulls. O center vai precisar assumir o jogador que estaria naquele espaço e Lewis sela o espaço para o RB passar.
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Em corridas de inside zone, o center normalmente vai precisar avançar e bloquear o LB denominado como Mike. Ele precisaria evoluir seus ângulos e explosão para chegar bem nesses jogadores, que são rápidos. Nessa jogada ele mira, consegue empurrar, mas chegou um pouco atrasado e justamente o Mike para a jogada.
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No entanto, quando ele consegue chegar no segundo nível e fazer o contato, se desvencilhar dele é uma tarefa bem difícil. LBs e DBs acabam sendo presas fáceis para Lewis.
Mobilidade Lateral
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Ele precisa ser mais móvel. Aqui o RB iria correr para o lado esquerdo da linha e Lewis não se preocupou muito. Com tudo fechado por aquele lado, o RB faz a segunda leitura e o cutback para o lado direito. Lewis não consegue reagir rápido e acaba cometendo uma segurada que invalida um bom avanço.
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Como center ele talvez precisa executar mais reach blocks, que é uma de suas deficiências. Isso é coisa de treino e trabalho com as mãos, mas precisa evoluir. Esse ano teremos Landon Dickerson chegando para ajudar. Meu sonho é que ele e Mike Solari consigam evoluir esse menino.
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Veredito
Seattle conseguiu um bom achado em Lewis como Guard. Eu vejo boas ferramentas nele para conseguir ser um center bom para os próximos anos. Mas isso tudo é questão de como ele vai se sair nos treinos, se realmente for pedido para que ele faça essa transição. Eu vejo como positivo a capacidade de ver blitz e stunts que ele tem para ajudar no lugar correto da linha, capacidade de ganhar 1v1 fisicamente.
Do lado negativo, são justamente as fraquezas que ele já tem como guard, sua mobilidade lateral e um segundo nível mais longo que podem ser colocadas em xeque nessa transição. Sendo assim, se ele melhora como guard, sua posição original, fatalmente ele irá melhorar também como center.
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Seattle ter essa dúvida pode ser confirmada com o fato de Seattle não ter estado na briga por center como Corey Linsley e David Andrews, mesmo com as reclamações de Wilson. Ter a opção de Lewis no futuro, você em tese, tem dois jogadores num só. Mas como disse antes, eu quero é que Lewis se desenvolva, seja em qual posição que o time definir.
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