Seattle vai para o draft com 10picks no geral e ao menos 4 dentro do top-50. Isso seria o sonho para qualquer franquia. Mas como diz o nosso querido Tio Ben: “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”. Sendo assim, o draft de 2023 pode trazer alguns perigos para Seattle.
Vejamos se o Front Office de Seattle será capaz de lidar com isso.
Para quem acredita em “tabus”
Basta você assistir um jogo de NFL que você verá alguma estatística esdrúxula. “O QB ‘X’ quando joga de vermelho, em dia de chuva, e Júpiter está alinhado com o sol, ele nunca perdeu”.
A NFL é uma máquina de achar estatísticas. Algumas são interessantes e outras não. Vamos ver alguma dessas a seguir e você decide no que acreditar.
O que aconteceu nos draft seguinte ao melhor draft da história do time?
O draft de 2022 foi bastante sólido. A última vez que havíamos draftado bem foi somente em 2012. Tem eclipses que acontecem em menos tempo que isso. Então, após o grande draft, veio o desastre em 2013.
Eis as escolhas:
- Primeira escolha foi enviada para os Vikings numa troca por Percy Harvin, que foi uma das mais caras que o time fez. Sem grande retorno no futuro;
- Segunda escolha, foi o RB Christine Michael, um RB que logo foi cortado e nunca convenceu. Ele foi escolhido na 62 uma pick antes de ninguém menos que Travis Kelce;
- DT Jordan Hill sem grande destaque foi cortado depois de um tempo na IR;
- WR Chris Harper que nunca recebeu um passe na NFL;
- DT Jesse Williams, o australiano que nunca jogou um snap na NFL por várias lesões;
- CB Tharold Simon que entrou no lugar de Jeremy Lane e cedeu 2 TDs no SB contra os Patriots;
- TE Luke Willson, jogador folclórico, amado pela torcida, mas só;
- RB Spencer Ware conseguiu algum destaque na liga, mas só depois de ser cortado pelos Seahawks e ser aproveitado pelos Chiefs. Até as lesões chegarem;
- OG Ryan Seymour nunca jogou um down, passou de time de treino em time de treino até se aposentar em 2017;
- LB Ty Powell, o que foi dito para Seymour, se aplica para ele;
- DT Jared Smith, Seattle tentou converter o jogador em OL, assim como havia feito com J.R. Sweezy um ano antes, mas sem sucesso;
- OT Michael Bowie conseguiu jogar alguns snaps depois de várias lesões, mas em 2017 foi acusado de roubo e cortado pelos Giants.
Das 11 escolhas do draft, apenas Luke Willson terminou seu contrato de calouro pelo time. Isso foi um desastre total, mesmo para os parâmetros de Seattle.
Como Seattle se saiu nas últimas vezes que escolheu no top 10?
John Schneider escolheu na sua única chance (antes do ano passado) Russell Okung. Foi um LT sólido, mas que sofreu muito com lesões. Ao menos, ao que se dizia na época ele esperava escolher Trent Williams, mas ele foi escolhido duas posições antes, na 4. O engraçado é que o time escolheu novamente na 14, pegando ninguém menos que Earl Thomas (também se dizia que Seattle queria pegar o Eric Berry, mas ele saiu para os Chiefs antes.
Em 2009, Seattle escolheu na quarta geral o maior bust de sua história, o LB Aaron Curry. Hoje ele é técnico posicional dos Steelers. Curry se tornou o linebacker titular dos Seahawks imediatamente. Em seu primeiro jogo na carreira contra o St. Louis Rams, ele registrou quatro tackles. Ele registrou seu primeiro sack na carreira contra o quarterback do Chicago Bears, Jay Cutler, na semana 3. Em 2009, Curry registrou 61 tackles e 2 sacks, e em 2010, ele compilou 73 tackles e 3,5 sacks. Em 2011, ele perdeu sua posição de titular para o novato K. J. Wright após apenas duas partidas. Como ele falhou em atender às expectativas de uma escolha de draft alto, Curry é amplamente considerado um bust. Na época o dinheiro garantido do seu contrato foi o maior da história para um jogador que não era QB. Curry foi trocado com o Oakland Raiders em 12 de outubro de 2011
Em 2001, Seattle escolheu na nona geral o WR Koren Robinson. O time escolheu novamente na 17, pegando o melhor OG da história da franquia, Steve Hutchinson, que hoje é scout de OL.
Em 1997, Seattle escolheu na terceira geral o CB Shawn Springs. Mas brilhou quando escolheu na 6 o melhor LT que já pisou em solo terrestre, Walter Jones. Springs foi escolhido em terceiro geral pelo Seattle Seahawks no Draft da NFL de 1997, tornando-o o cornerback escolhido mais alto na história da NFL. (Agora empatado com Derek Stingley Jr.) Ele começou 10 jogos em sua temporada de calouro, registrando uma interceptação. Springs foi selecionado para o Pro Bowl de 1999 em sua segunda temporada na NFL, depois de começar todos os dezesseis jogos, e registrou 76 tackles, sete interceptações e dois touchdowns defensivos. Ele começou todos os jogos de suas próximas duas temporadas em Seattle, registrando cinco interceptações na temporada de 1999 e duas na temporada de 2000.
Walter Jones, o maior da história!
Em 1995, Seattle escolheu o WR Joey Galloway na oitava geral. Veja mais sobre ele no texto abaixo.
Joey Galloway – A velocidade da Luz
Em 1994, Seattle escolheu o DT Sam Adams na oitava geral. Adams foi selecionado na primeira rodada (oitava no geral) pelo Seattle Seahawks no Draft da NFL de 1994, e jogou pelos Seahawks de 1994 a 1999. Ele fez várias partidas durante seu ano de calouro, dividindo o tempo entre o DT e o DE. Em sua segunda temporada, ele sacou Mark Brunell do Jacksonville Jaguars para um safety, marcando seus primeiros pontos em sua carreira profissional. Ele também bloqueou um field goal na prorrogação contra o Arizona Cardinals. Ele jogou vários anos mais pelo Seattle, tornando-se o time AFC Pro Bowl como suplente em 1997.
Em 1993, na terceira geral Seattle escolhe o QB Rick Mirer. Ele estabeleceu recordes de novato na NFL para tentativas, conclusões e jardas. Em 1993, Rick se tornou apenas o terceiro QB novato desde 1970 a iniciar todos os jogos de seu time. Ele terminou sua temporada de estreia em quinto lugar na AFC com 274 finalizações e 2.833 jardas. Ele também dividiu o estreante ofensivo do ano com seu ex-companheiro de Notre Dame, Jerome Bettis. Esses recordes de novato acabaram sendo quebrados por Andrew Luck.
Em 1992, na décima geral, Seattle escolheu Ray Roberts, um OT. Depois de quatro temporadas em Seattle, ele encerrou sua carreira no Detroit Lions.
Em 1990, na terceira geral, Seattle pegou o melhor DT de sua história, Cortez Kennedy.
Cortez Kennedy, um gigante de coração
Em 1983, Seattle conseguiu o primeiro dos seus grandes RBs, Curt Warner na terceira geral.
Curt Warner, um dos precursores da dinastia do jogo corrido em Seattle
Em 1982, na sexta geral, Seattle escolheu o DE Jeff Bryant. Ele jogou toda a sua carreira de doze temporadas pelo Seattle Seahawks e teve 63 sacks.
Em 1981, Seattle acha o líder da sua primeira Legion of Boom, Kenny Easley na quarta geral.
Kenny Easley, o líder da primeira LOB
Em 1980, na décima geral, veio o DT Jacob Green. Ele jogou 12 temporadas pelo Seattle Seahawks, como número 79, e uma temporada pelo San Francisco 49ers. Green registrou 97,5 sacks na carreira para os Seahawks (não oficialmente 116; os sacks se tornaram uma estatística oficial da NFL em 1982, a terceira temporada de Green), um recorde da equipe e, na época de sua aposentadoria, o número três de todos os tempos, atrás apenas de Reggie White e Lawrence Taylor.
Em 1978, na nona geral, veio o CB Keith Simpson que ajudou muito a defesa dos anos seguintes. Ele jogou toda a sua carreira de oito temporadas pelo Seattle Seahawks e terminou com 19 INTs.
Em 1976, seu primeiro ano na liga, Seattle teve a escolha mais alta de sua história, a segunda geral e pegou o DT Steve Niehaus. Foi o Novato Defensivo do Ano da NFC em 1976 e detém o recorde de novato do Seahawk para sacks em uma temporada com 9,5. Ele sofreu várias lesões no joelho que encerraram sua carreira.
Um draft com pouco talento de top-10, sempre vai ter alguém que irá reclamar da escolha
Draft sempre é considerado uma loteria. Mas talvez esse ano, a coisa ainda esteja mais aleatória. Duvido muito que Seattle agrade a todos os torcedor e analistas, independente do que façam em Abril. Todos os prospectos de “top-10”, tem um porém.
Will Anderson teve um 2021 fantástico e é um talento absurdo. PORÉM, caiu de produção em 2022 e é visto como pouco leve para NFL com 243lbs, diferente de caras como Nick Bosa, Myles Garrett. Deve ser um cara para esquema de 3-4, mas precisa evoluir muito na cobertura, para tal.
Jalen Carter é uma bola de demolição passando por OLs. Mas sofreu um pouco por lesões e em produção no começo da temporada passada. Ele também pareceu meio exausto em alguns jogos. Levantaram algumas questões sobre seu caráter. Não sabemos a veracidade disso, mas será que estaria relacionado a sua discplina para condicionamento?
Sobre os QBs, Will Levis tem um teto incrível com um canhão no braço, mas problemas de acurácia e tomada de decisão.
Anthony Richardson é um dos QBs mais talentosos fisicamente que já vi, mas só uma temporada como titular e ainda precisa de refino.
CJ Stroud faz passes incríveis, mas as vezes parece preso em algumas leituras que com uma OL mais fraca na NFL pode ser fatal.
Bryce Young é visto como QB1 em muitos boards, foi um grande líder para Bama, mas é muito leve e pequeno para a NFL.
Muita pressão para acerto
Existe uma grande possibilidade de em 2024 Seattle ser vendido. Uma cláusula que Paul Allen tinha assinado, impedia o time de ser vendido até lá. Caso fosse, o estado de Washington teria que receber uma multa gigante. A irmã de Paul, Jody Allen, não parece se importar muito com a franquia. Então, a venda é iminente, é torcer para termos um bom dono e que a franquia fique em Seattle.
Some isso ao fato de que Pete Carroll está cada dia mais perto da aposentadoria. A gestão do clube pode estar uma bagunça, então é importante que dentro de campo tenhamos talento suficiente para “sobreviver” a essa possível tempestade. Isso acaba colocando uma pressão maior para aproveitar as escolhas vindas da troca de Russell Wilson.
Forever a 12s
Melhor coisa é fortalecer a OL , talvez um WR… é um patrimônio que pode ser importante pro futuro da franquia nesse momento de transição. Talvez melhor que tentar um QB que pode ou não dar certo.
fundamental o miolo da DL e da OL