Conseguimos uma vitória contra os Niners FUNDAMENTAL. Mas o trabalho não acaba por aí. O time segue precisando se provar, está em terceiro na divisão e vai enfrentar o segundo, em caso de vitória passa a frente, já em derrota, se complica muito. O ataque mostrou certa evolução, mas quem realmente chamou atenção foi a defesa contra os 49ers, será que eles conseguem repetir o desempenho e isso é o “novo normal” ou foi apenas um golpe de sorte?
Análise Seattle Seahawks 28 x 21 San Francisco 49ers
Vamos acompanhar os principais pontos do jogo!
Ken Norton Jr consegue ser “criativo” duas vezes na mesma década?
Segundo Carroll, a ideia de usar dime contra os Niners veio de KNJ. Porém essa “grande descoberta” do DC, não vai funcionar contra os Rams. Pelo menos não da forma que foi usado contra os Niners. Contra o time de Santa Clara, Seattle pôde isolar um defensor na marcação de Kittle, a principal arma do ataque dos adversários e foi nessa que Ryan Neal brilhou.
Os Rams tem até um TE produtivo em Tyler Higbee, mas não é a peça central do ataque. O time ataca o meio do campo muito forte, principalmente com Cooper Kupp, o fato de Neal ter ido bem contra um TE, não é indicativo algum que ele possa ir bem contra um dos melhores slots da liga.
Ou seja, para combater a maior força dos Rams ele vai precisar sair da caixa de novo. Dime não vai ajudar, pelo menos não nesse ponto, maas… sem spoliers.
O discípulo vence o mestre?
Esse jogo vai marcar o primeiro encontro entre Shane Waldron e seu tutor Sean McVay. Um dos poucos ataques da liga que bateria de frente com a defesa dos Rams, seria: o ataque dos Rams. Se Waldron chamar nesse jogo seguindo a filosofia o jogo pode ser um pouco mais parelho do que imaginamos.
Fugir da pressão da DL, não atacar em profundidade e sair do Ramsey foram coisas que os Cardinals fizeram e deram certo. Todos esses passos estão na cartilha McVay, será que Waldron leu? Será que ele vai executar? Um ataque inerte como foi na primeira parte do jogo contra os Niners pode ser fatal.
Algo que ele tentou bastante durante o ano, mas que ainda não vem entrando bem [talvez por falta de treino, talvez pelo fato da OL estar jogando mal] são os screens. A defesa dos Rams foi vulnerável contra isso e você mata dois coelhos com uma só cajadada. Foge do pass rush, tirando AD do jogo e foge de Ramsey. Esse é um caminho.
O mesmo golpe não funciona duas vezes contra o mesmo cavaleiro…
Primeiramente, se você reconheceu a frase, assistiu o melhor desenho de todos os tempos. Se não reconheceu, ou você não teve infância ou estou velho demais.
Indo para o que interessa, nem na “era Goff” McVay repetia erros de uma partida para outra, que dirá agora quando ele tem ao seu dispor Matthew Stafford?! O ex-QB dos Lions exagerou em overthrows buscando principalmente Kupp e forçando bolas. Duvido muito que McVay deixe isso acontecer novamente. Depois da sacola que levaram dos Cardinals devem vir mordidos.
Outra arma prejudicada
Os Cardinals dominaram os Rams pelo chão. Foram 216 jardas para Arizona. Na derrota no playoff do ano passado, Chris Carson fez um jogo excelente, correndo para 4,81 jardas por carregada. Ele tinha sete carregadas de seis ou mais jardas, uma taxa de sucesso fantástica.
Mas os Seahawks deram a bola para ele apenas 16 vezes. Isso precisa acabar. Faz o ataque perder o ritmo e deixa a linha ofensiva frágil ainda mais exposta a excelente linha defensiva dos Rams. Além de correr, Waldron precisa ser criativo e preparar o play action, onde Wilson lidera a liga.
A má notícia é que Carson sentiu uma lesão crônica que ele tem no pescoço. Mal treinou durante a semana e está questionável. Parece que essa lesão o incomodou no jogo passado, onde ele correu com bem menos agressividade e atitude que em jogos passados. O lado bom é que Alex Collins fez um bom jogo e agora pode ter a chance de “fazer seu nome”, sem Penny (na IR) e Carson (sem estar 100%).
Metcalf e Lockett estarão 100% contra Ramsey?
Metcalf e principalmente Lockett estavam claramente longe do seu 100%, fisicamente falando, contra os 49ers. Imagina enfrentar um dos melhores, se não o melhor, da posição vindo de lesão e numa semana curta? Algo curioso do jogo contra os Cardinals foi que vi várias vezes Ramsey alinhando no slot contra Kirk e não marcando Hopkins ou Green o tempo todo.
Raheem Morris, DC dos Rams, teve esse brilhante ideia e só mudou a abordagem depois que o jogo estava basicamente perdido. Não sabemos se voltaram para estratégia anterior de colar Ramsey em DK ou não. Mas aí que entra o fato de usar todas as armas que você tem em campo.
Lockett teve um começo de ano incrível e contra os 49ers foi mais abaixo, muito por conta da sua lesão. Swain se mostrou um WR mais sólido do que alguns imaginam também pode ser mais acionado. E agora, o principal, PASSEM A BOLA PARA OS TIGHT ENDS. Não sabemos ainda se Everett vai realmente ou não para o jogo, mas mesmo com ele em campo o time não distribuiu passes nessas zonas intermediárias como fez contra os Colts por exemplo. TE é um passe de segurança e que talvez ataque o ponto dessa defesa que seja mais abaixo em comparação aos outros, já que em quesito linha defensiva e DBs eles tem dois monstros em Ramsey e AD.
Jalen Ramsey e um plano de jogo ofensivo bizarro deixaram DK apagado na Semana 10 do ano passado, com apenas duas recepções em 28 jardas. Ele teve seis recepções para 59 jardas na Semana 16. No jogo do playoff, ele teve cinco recepções para 96 jardas e dois touchdowns, mas teve um drop em um momento crucial.
Metcalf ainda não teve um desempenho realmente marcante em 2021. Os drops tem que parar. Russell Wilson, por melhor que seja, não consegue colocar a bola no lugar perfeito em cada lance. Haverá alguns lances contestados neste jogo.
Pass Rush machucado contra OL dos Rams
A linha ofensiva dos Rams cedeu apenas 3 sacks em 4 jogos, o menor número da liga. Vamos para esse jogo com Mayowa tendo perdido duas partidas com um problema no pescoço, Dunlap com lesão no pé, Taylor com lesão no tornozelo e Robinson que foi um dos nomes do report na semana passada.
Sem seus maiores nomes de destaque, a carga ficaria muito nas costas de Hyder, que teve uma concussão contra os Vikings e que tem ajudado mais internamente e no combate ao jogo corrido. Uma maneira de resolver isso, tal qual os Cardinals fizeram para pressionar Stafford foi o uso de disfarces na pressão.
Lembra quando falamos sobre o dime lá em cima? Várias vezes Seattle alinhou Neal e Wagner junto a DL e os fizeram dropar na marcação. Que tal usar blitzes mais criativas? Os Cardinals usaram Isaiah Simmons várias vezes nesse papel e foi apelando para esse fator “confusão” que conseguiu pressionar e deixar Stafford desconfortável no pocket.
O jogo deve ser MUITO duro, antes do jogo contra os Niners, para mim era inimaginável uma vitória, por conta do desempenho lastimável da defesa. Agora, se conseguir repetir o trabalho e o ataque seguir suas raízes podemos ter um jogo bem disputado que deve ser decidido no detalhe.
Go Hawks!