Para quem não é acostumado com essa coluna, é sempre uma análise da temporada. Sempre me pergunto quando irei escrevê-la e no começo da temporada jamais imaginava que escreveria chegando aos playoffs. Durante a correria da temporada e com toda a emoção envolvida podemos não ver alguns pontos importantes. Então eis aqui uma resenha de um desabafo de um torcedor que faz as vezes de analista neste blog
Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada
Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada [2]
Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada [3]
Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada [4]
Vamos lá!
A offseason de 2023 pode ser o divisor de águas para a franquia
A offseason é o momento que todos os analistas do time, scouts, turma que cuida do cap, se junta e tenta montar o plano dessa fase tão crítica. Sendo assim, esse momento é importante para todo time. Mas para Seattle, essa offseason de 2023 pode devolver o time rapidamente a competitividade ou deixar o time mais anos no marasmo.
Fizemos um grande draft em 2022, depois de ANOS e mais ANOS de drafts terríveis. Com 9 escolhas no próximo draft, Seattle pode conseguir formar uma base para o futuro se tiver um sucesso semelhante. Principalmente se acertar na FA.
Abordagem diferente na free agency
Para que aconteça o que projetamos acima, Seattle precisa fazer algumas coisas diferentes que iremos elencar aqui.
Veteranos tem que ser cortados
Nenhum desses jogadores pode abrir a próxima temporada no roster de Seattle. Eu entendo você falar para reestruturar Harris ou Diggs. No entanto, não sei se ambos terão interesse. São veteranos e vão ganhar 12 e 18 milhões respectivamente. E vale lembrar que Harris pode ter sido sólido, mas sozinho não muda nenhum jogo. Diggs foi uma das maiores decepções da temporada, errando vários tackles e chegando atrasado.
Porém eu não espero que eles façam esse movimentos certos. Carroll ficou maluco de felicidade com a INT de Diggs no jogo final da temporada regular contra os Rams. Se esquecendo de comentar o fato de um veterano preferir mostrar a bola para o adversário do que retornar. E o caso dele é ainda mais urgente.
Spotrac tem uma observação sobre o contrato de Diggs: seu salário de 2023 fica totalmente garantido no quinto dia após o início do período de waivers(após o Super Bowl).
O que isso significa?
Duas coisas:
Os Seahawks terão que decidir sobre Diggs muito, muito rapidamente. Na verdade, nas próximas semanas.
Em segundo lugar, o corte de 1º de junho não é uma opção este ano. Não há nenhum benefício prático para 2023, porque seu salário está garantido.
Isso força uma decisão – e logo. Os Seahawks podem receber $ 9,9 milhões de espaço no cap se cortarem o Diggs antes de 17 de fevereiro. Ele também recebe seu dead money em 2023 e fica fora dos livros de 2024.
Uma troca não é uma grande possibilidade, a menos que os Seahawks consigam convencer um time louco o suficiente para trocar por um safety de 30 anos e pagar a ele $ 9,9 milhões garantidos. Uma renegociação é possível, mas difícil de visualizar com Diggs. Como dissemos anteriormente.
Seattle teve sucesso nisso com Carlos Dunlap. Um cara que mudou nosso pass rusher. Mas do lado negativo, o time manteve o inútil do Gabe Jackson.
Oremos.
A realidade da defesa de Pete Carroll e Clint Hurtt
Eu não vou entrar na discussão sobre quanto poder Carroll tem na defesa nos últimos anos. Mas sejamos justos. Se ele recebeu as honras de montar uma das melhores defesas da HISTÓRIA da liga, com a LOB, ele também merece as críticas dos fiascos de 2017 para cá. Hoje não temos nenhum remanescente da LOB, na verdade quase nenhum joga. O que joga, está com a camisa dos Rams, depois de um corte bem estranho de Seattle nessa temporada.
Seattle nunca esteve na briga por grandes nomes como DC. A maioria veio da árvore de Carroll. Caras que ele pode controlar. Kris Richard era assistente de DBs, Ken Norton Jr era assistente de LBs e Hurtt era técnico de DL. A mais absurda de todas foi Hurtt. KNJ ao menos treinou Wagner, Irvin, Wright, Malcom Smith, Hurtt foi líder de uma DL anêmica que sempre teve problemas para pressionar.
Carroll “deu poder” para ele mudar o esquema. As suas mudanças foram para pior. A secundária melhorou um pouco, ao preço da DL ser uma peneira contra o jogo corrido. Esse ano fomos amassados pelos Bucs que eram basicamente o pior jogo corrido da liga no momento. O pass rush seguiu inconstante, vivendo apenas de Uchenna Nwosu e dos lapsos de Darrell Taylor.
Esse ano poderíamos ter vencido ao menos quatro partidas, contra a NFC South, pior divisão da liga. Falcons, Bucs, Panthers e Saints foram jogos que perdemos por conta da defesa. Esse mesmo setor implodiu no segundo tempo do Wildcard. Seattle precisa mudar, mas mudar de verdade, mas confesso que não acredito em Carroll fazendo isso tão perto de se aposentar. Ele vai querer morrer segurando as rédeas dessa defesa mesmo ao seguinte preço:
- 2015: Venceu os Vikings num erro de FG de Blair Walsh e foram surrados pelos Panthers
- 2016: venceu os Lions que era um time extremamente fraco e foi amassado pelos Falcons;
- 2017: Sem ida aos playoffs;
- 2018: Eliminados pelos Cowboys no wildcard;
- 2019: Venceu os Eagles com o QB reserva de 40 anos e perdeu para os Packers;
- 2020: Perdeu no wildcard EM CASA, para os Rams que estava com um QB reserva e o titular com a mão quebrada;
- 2021: Fora dos playoffs;
- 2022: Amassados no wildcard pelos 49ers;
Draft de 2023
Eu não sei como você rezou ou orou no último ano. Mas faça novamente.
São 9 escolhas. 4 dentro do top 50, basicamente. Deveriam ser 4 titulares absolutos, incluindo na escolha 5 um QB ou um defensor de elite. Para falar a verdade, eu trocaria para baixo, perto do top-10, e pegaria um dos QBs que acho bem cru, para garantir para o futuro. Seja Will Levis, seja Anthony Richardson.
Mas independente disso, Seattle TEM que acertar.
Não podemos sair desse draft como em 2019, que tivemos apenas 1 jogador bom, DK Metcalf. Ou 2028, que nossa melhor escolha foi nosso punter da quinta rodada.
Seattle tem MUITOS buracos no elenco. Então errar a posição é difícil, o problema é errar o nome de quem vai jogar na posição.
2022 não foi nada do que a gente esperava
Eu vou ser sincero com você. Fiquei extremamente irritado com a derrota contra os 49ers. Acho que foi pelo jeito que foi. Alguns dos pontos já foram até levantados aqui em cima. Mas olhar para a temporada tem que ser diferente. Quando começou o ano, o meu SB era a semana 1 contra os Broncos. Vencemos e fizemos muito mais, inclusive, chegando a um playoff impensável, coisa que perdemos ano passado.
Ficou o gosto amargo de saber que poderíamos ainda assim, ter ido um pouquinho mais longe.
Ou será que isso é só ambição demais?
O que eu tenho certeza que me irrita é a repetição de erros. Esses erros custam caro na NFL. É uma liga que tudo pode mudar, e oportunidades não voltam. Vejam o exemplo dos Seahawks e dos Broncos. O time do Colorado parecia que iria decolar com a última peça faltante do baralho, o QB. Mas ficaram no top5 do draft, e ainda poderia ter sido pior.
Uma homenagem a meu grande amigo!
No último texto referente a temporada de 2022, não poderia deixar de mencionar a maior perda que os Seahawks tiveram. No final de Dezembro do ano passado, de forma trágica, perdi um dos grandes amigos que a vida me deu. Wagner Souza. Ele também foi responsável pela criação desse site. Não sei quantos de vocês interagem conosco nas redes sociais, mas a cordialidade que é um mantra aqui, foi sempre liderada por Wagner.
Passei por alguns momentos complicados logo após a criação do site, lá em 2018. Wagner esteve do meu lado, me ajudando a sair da situação difícil. Conversar com ele era sempre certeza de risadas e sair alegre mesmo em momentos difíceis. Confesso que pensei em encerrar o site após sua perda. Mas depois de pensar e refletir bastante, decidi dedicar todo meu esforço aqui como homenagem para meu amigo.
Não sou coach, nem um experiente cheio de conselhos. Mas se posso dizer algo a vocês, é que aproveitem a vida, os amigos, os amores e a família. Infelizmente a vida é como o vento levando um barco no mar, a gente quase nunca sabe para onde vai.
Forever a 12s