Qual o motivo do declínio de Griffin?

Talvez um dos jogadores que mais se colocou esperança antes da temporada passada, tenha sido o CB Shaquill Griffin. Ele foi colocado à prova na temporada passada, tentando preencher o espaço deixado pelo o All-Pro Richard Sherman que assinou com os 49ers. Em sua segunda temporada, Griffin registrou 62 tackles combinados, 8 passes defendidos e 2 interceptações.

Depois de ter uma excelente temporada de novato em 2017, Griffin deu um gigante passo para trás depois de se tornar o CB1 em Seattle. No seu primeiro ano, Griffin foi um dos cinco primeiros colocadas entre os cornerbacks novatos em termos de passer rating permitido, já que os quarterbacks adversários tinham apenas um rating de 75,2 quando o atacavam. Griffin terminou com um sólido nível de 77.2 no  Pro Football Focus.

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Como novato ele foi muito bem.

Ele começou o ano no susto. Teve que assumir a vaga de Lane, que foi ejetado do jogo e teria que marcar ninguém menos que a dupla Rodgers&Nelson. No geral, para um novato, fez um ótimo trabalho. Além da fisicalidade, ele tem uma excelente velocidade para cobrir rotas no fundo.

Ele logo entendeu o esquema de Seattle e sempre desempenhou muito bem a marcação pressão que é marca registrada da defesa de Seattle.

Ainda assim, houveram falhas no seu jogo, a principal: mudança de direção. Seja em cortes de rotas ou então sendo rotas comebacks, ele não consegue se recuperar a tempo de parar a jogada. Normalmente se tem mentalidade de defender a ameaça mais longa, então o erro de rotas que quebram em direção ao QB são perdoáveis, mas ser batido em quebras de rota, NÃO. Principalmente quando se quer ser o CB1 de um time.

Ele começou a temporada de 2018 muito bem. Jogando contra o WR Diggs, ele demostrou leitura, velocidade e fisicalidade.

Infelizmente ele não repetiu o desempenho na temporada regular do seu segundo ano e ainda teve um ENORME queda. Em 2018, Griffin terminou com uma classificação de 50,7 da PFF, depois de permitir um passer rating de 100,4. Griffin cedeu 780 jardas, 7 touchdowns contra apenas 2 interceptações e 8 desvios de passe. Além de encerrar o ano com um decepcionante desempenho nos playoffs contra os Cowboys, que incluiu ceder a Ezekiel Elliott, duas grandes corridas do lado de fora e cedeu um touchdown para o Dallas assumir a liderança no intervalo. Isso resultou em Griffin caindo para o 111º lugar do ranking de 112 classificados.

Avaliando-me da forma mais crítica possível eu daria para meu 2018, um D, um D+. Eles queriam mais de mim e eu sinto que fui apenas na média, e eu não posso ser esse cara médio neste time. Sendo o CB1 do time, eles precisam que eu faça jogadas e que possam contar comigo quando for mais importante, e eu preciso ser responsável porque essa é a pessoa que eu tenho que ser“, disse Griffin.

Griffin já se colocou num trabalho físico intenso para ficar mais magro durante a offseason, segundo ele, já perdeu 12 pounds, deixando ele com o mesmo peso de quando entrou na liga, 194 lbs. Era notório que ele estava “gordinho” no seu segundo ano, chegando a pesar 206 lbs e isso pode ser um dos fatores da queda dele. Ele também está se esforçando para ajustar sua mentalidade no futuro:

“Este ano, quando se trata de estabelecer metas, não é apenas sobre as estatísticas específicas que eu quero. É, em primeiro lugar, apenas me tornar um melhor companheiro de equipe, um melhor jogador e apenas me corrigir mais como pessoa, como homem. E ajudar esta equipe a ganhar jogos de bola, não importa o que seja ou o que eles precisam que eu faça. Se eu puder nos ajudar a ganhar a bola e fazer minha parte, todo o resto – os elogios e as estatísticas – virão naturalmente”, explicou Griffin.

Ele ainda teve um bom começo de temporada, deixando os torcedores com ainda mais esperança. Combatendo o jogo corrido, e fazendo em um jogo só, duas interceptações.

Ele começou a ceder grandes avanços aos WRs, seja por questões de explosão ou por questões de posicionamento.

Nessa jogada, ele baixa a cabeça e perde a visão totalmente da bola. Ele tinha totais condições de impedir a recepção sem fazer a falta, entretanto ele erra, faz a falta e permite ao ataque dos Rams a chance do TD (que posteriormente aconteceu).

Nos lances acima ele simplesmente parece “desistir” da jogada e deixa o WR fazer o TD. Não é falta de técnica, de física, é falta de atitude e isso é bem pior.

Quando a fase é ruim… na jogada de um para um ele escorrega ao acompanhar Samuels e cede o TD.

Ele perde o tackle e acaba cedendo o TD, naquele velho probleminha de mudança de direção.

No meio disso tudo ele ainda fez uma outra boa partida, contra os Vikings novamente. Dois passes defendidos e seis tackles incluindo um para perda de jardas.

Esses altos e baixos vieram até dentro da própria partida. Inclusive a maioria dos torcedores atribui seu desempenho na partida como um dos fatores da derrota nos playoffs. O início foi promissor desviando dois passes. O interessante é que mesmo tendo Flowers um novato, o time dos Cowboys preferiu explorar Griffin. Por que será?

Verdades inconvenientes que ninguém quer ler sobre o fim da temporada

Mais um case de sucesso: A conversão SS>CB de Tre Flowers

Problema de mudança de direção? Ainda temos.

Esse tipo de corrida executada, se chama duo, começa com bloqueios duplos. Griffin deveria ser o counter, ou seja, o responsável por “mover” a corrida para dentro e King pegar o edge. Nenhum deles faz o seu papel e eles atacam o centro do campo, onde a jogada nem de perto se desenvolve por aquele lado. Dessa forma ele cede um enorme avanço. Erro de posicionamento e diagnóstico.

Um dos erros mais preocupantes é esse. Falta de  noção de espaço e entendimento do jogo. Ele deixa um espaço enorme e permite mais um grande avanço.

Outro ponto importante é o aprendizado. Ele cedeu o TD nessa jogada, tendo o time chamado EXATAMENTE a mesma jogada, ele não fica atento e permite a conclusão da jogada. Esse tipo de erro para um novato já é ruim, imagine para quem não é…

A mudança de direção deixa ele vulnerável para ser derrubado por Eliott basicamente com os dedos.

Veredito

Substituir Sherman é um grande peso. A mudança de lado também não é tão simples como parece. Você se acostuma a fazer os movimentos para um lado e de repente faz a transição, existe algo conhecido como memória muscular que demora para entender essa mudança. Isso não foi o principal motivo, ele ficou mais pesado, o que lhe fez perder agilidade e mais do que isso, ele demonstrou uma falta de atitude e parecia estar desligado em várias jogadas. Pela entrevista dele, esperamos que ele corrija isso urgentemente, já que esse ano vai ser decisivo para sua carreira, já que teve um ano bom e um ano bem ruim, agora é a hora da verdade.

Go Hawks!

 

 

 

 

 

4 Replies to “Qual o motivo do declínio de Griffin?”

  1. […] É o jogador que está jogando seu segundo ano. É mais usado no college, na NFL se usa o termo “Sophomore slump”, para jogadores que vão bem no ano de novato e tem uma queda no segundo ano. Um exemplo em Seattle foi Griffin. […]

  2. […] Qual o motivo do declínio de Griffin? […]

  3. […] um jogador para a função de nickel. King não tem como ser a resposta para reserva de Flowers e Griffin. Taylor não é de longe a resposta para nickel e seu jogo ruim é um dos responsáveis por Seattle […]

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