“Cara, esse é o time que eu quero jogar” – A história de Russell Wilson (Parte 5)

Depois de levar Wisconsin a ser campeã da Big 10, sendo Wilson o melhor QB da conferência, o time de Wisconsin foi convidado a jogar o Bowl mais emblemático da América: o Rose Bowl. O adversário seria a fortíssima universidade de Oregon, que tinha como Head Coach o inovador Chip Kelly. Apesar da passagem na NFL pelos Eagles e 49ers ter sido fracassada, nos seus tempos de College Football, Kelly era uma mente ofensiva genial, ajudando a difundir os conceitos de Spread offense e da hurry-up offense (um conceito ofensivo de jogadas sendo executadas muito rápidas, sem muito tempo de huddle para pegar as defesas mais despreparadas). O time de Oregon ainda contava com uma ótima defesa com nomes como Dion Jordan (3ª escolha geral em 2013) e Kiko Alonso (LB atualmente nos Saints). O confronto tinha tudo para ser um grande jogo.

Se ainda não leu as outras partes:

Nasce uma estrela – A história de Russell Wilson (Parte 1)

A Saga Continua – A história de Russell Wilson (Parte 2)

Você nunca jogará na NFL” – A História de Russell Wilson (Parte 3)

“From a Whole Pack of Badgers”; – A História de Russell Wilson (Parte 4)

O jogo começa muito baseado no jogo corrido, com Montee Ball e James White conseguindo bons avanços até que numa jogada em que a defesa cai no play action, Wilson faz o bootleg e lança perfeitamente um belíssimo TD para Jared Abbrederis, abrindo o placar para os Badgers.

Os Ducks na campanha seguinte, após várias jogadas de read options, com o móvel Darron Thomas consegue bons avanços até levar Oregon ao empate com uma corrida de LaMichael James.

Na jogada seguinte mais um drive de sucesso com bons avanços, Wisconsin chega a mais um TD. Dessa vez com Russell Wilson correndo, virando o jogo para os Badgers.

Os Ducks empatam novamente depois de uma corrida sensacional de De’Anthony Thomas de 95 jardas para empatar o jogo novamente para os Ducks.

Wisconsin de novo com a bola e touchdown. Montee Ball correndo com a bola vira o jogo.

Primeira jogada do drive seguinte, passe de Darron Thomas para Kenjon Barner e mais um Touchdown.

Wisconsin depois de recuperar um fumble consegue mais um TD.

Com pouco mais de 3 minutos no relógio Oregon tenta uma reação e empata o jogo.

Fim da primeira metade. Sim, é isso mesmo. Primeira metade do Rose Bowl 98 tivemos 8 touchdowns na primeira metade! 28 – 28 em um jogo muito pegado. De um lado mente ofensiva de Chip Kelly dava um nó na defesa de Wisconsin, do outro, Russell Wilson e Montee Ball fazia estrago contra os Ducks.

A segunda metade do jogo, o time de Oregon chegou pressionando e numa jogada de jet sweep, conseguem mais uma vez chegar ao TD.

Mas em duas campanhas, Wisconsin consegue de novo se colocar a frente no placar, primeiro com um field goal, depois com mais um TD passando de Wilson.

No último quarto, Wilson é interceptado e Oregon consegue novamente virar o jogo.

A defesa de Oregon cresce no final do jogo e ainda consegue forçar um fumble recuperado travando o ataque que poderia ser a reação dos Badgers. Com a bola na mão faltando pouco mais de quatro minutos, só bastava gastar relógio. Wilson ainda consegue receber a bola faltando 20 segundos no relógio e consegue levar até a linha de 25 jardas, mas sem timeouts não foi possível fazer nada e o jogo acabou 45 – 38 para os Ducks de Oregon. Até então esse tinha sido o maior número de pontos nos 98 anos de Rose Bowl. Os Badgers sofreram a segunda derrota seguida no Rose Bowl e os Ducks saem de um saíram de uma seca de 95 desde que ganharam o 3º Rose Bowl da história em 1917.

Wilson ficou decepcionado no fim do jogo porque os árbitros terminaram o jogo antes de ele conseguir fazer o spike para parar o relógio e tentar mais uma vez com 1 segundo faltando. Segundo ele, ele era capaz de capitalizar com esse segundo (disso a gente não duvida).

Esse seria foi o último jogo de uma carreira belíssima no college. Nos seus 4 anos em que esteve no futebol americano universitário, Wilson passou para 11720 jardas e 109 TDs e correu 1481 jardas e para 24 Tds. Sendo emblemático, tanto em Wisconsin, quanto em NC State.

Apesar de não ter sido aceito no seu último ano em North Carolina, Wilson sempre teve um carinho gigante pela universidade. Segundo ele, NC State deu a ele seu maior presente, que foi a graduação em comunicação. Na temporada passada, depois da vitória contra os Panthers ele diz o quanto está feliz por estar de volta ao estado da Carolina do Norte.

Em Wisconsin ele é uma lenda. Tido como um dos melhores quarterbacks que já jogou pelos Badgers. Seus 33 TDs lançados é um recorde até hoje em Wisconsin e seus números de 72,8% de passes completados com apenas 4 interceptações, foram recorde na primeira divisão do college football, uma marca surpreendente para qualquer QB.

Senior Bowl

Depois dessa temporada incrível no college football, era impossível que os scoutings e técnicos da NFL não tivessem Wilson como um bom prospecto. Claro que a questão da sua altura ainda era um grande problema para muita gente, mas sua capacidade de jogar era uma das melhores da NFL sem dúvida alguma.

O Senior Bowl e sua importância para Seattle.

Wilson foi convidado então para jogar o Senior Bowl. O Senior Bowl é um evento pós temporada do college e pré-draft em que os jogadores seniores que mais se destacam, são convidados a jogar. Esses jogadores são divididos em dois times: Norte e Sul. Envolve uma semana de testes e treinamentos com os atletas, que são conduzidos por head coaches da NFL e vigiados por scoutings de todos os times da NFL.

Em 2012, o técnico da NFL convidado a dirigir o time do North (time que Russell Wilson jogou) foi Leslie Frazier, que na época era head coach dos Vikings. Frazier se impressionou com a capacidade de liderança. Segundo o próprio Frazier, Wilson chegou na sala dos QBs e assumiu o controle, mas não de uma forma autoritária, todos lá brincavam com ele e o relacionamento deles era ótimo. Sem falar que a forma que ele assimilou o playbook, foi impressionante até para quarterbacks experientes. Outro que se impressionou com isso todas essas características e elevou colocou Wilson alto na board foi Pete Carroll. Na primeira noite do Senior Bowl, os jogadores recebem uma nota com o número das salas que eles devem ir para encontrar com os times, sem saber qual era. Na primeira sala que ele entrou encontrou uma sala cheia, e lá estava Pete Carroll, John Schneider, Darrell Bevell. Carroll o cumprimentou e disse: “Você é um dos meus favoritos!”. Depois de uma hora e meia conversando com eles, Wilson só pensava: “Cara, esse é o time que eu quero jogar”

Não sabia ele que iria no dia 27 de abril, seu desejo seria realizado.

No final, o time do norte, venceu o sul por 23 – 13, com Wilson sendo um dos grandes destaques do jogo.

Russell Wilson set stage for stardom with ‘take charge’ Senior Bowl performance

https://www.espn.com/blog/nflnation/post/_/id/159086/russell-wilson-set-stage-for-stardom-with-take-charge-senior-bowl-performance

Carroll has been a fan of his QB since the 2012 Senior Bowl

https://www.nbcsports.com/northwest/video/coach-carroll-has-been-fan-russell-wilson-2012-senior-bowl

 

 

4 Replies to ““Cara, esse é o time que eu quero jogar” – A história de Russell Wilson (Parte 5)”

  1. […] NC State, a sua saída não esperada de NC State, a sua ida à Wisconsin para seu ano senior e o primeiro contato com o Seattle Seahawks no Senior […]

  2. […] “Cara, esse é o time que eu quero jogar” – A história de Russell Wil… […]

  3. […] “Cara, esse é o time que eu quero jogar”: A história de Russell Wilson (Parte 5) […]

  4. […] “Cara, esse é o time que eu quero jogar”: A história de Russell Wilson (Parte 5) […]

Deixe um comentário