Coby Bryant vai reviver os momentos dos seus ídolos?

Jogador com nome de peso, homenageando um dos maiores jogadores de basquete da história, inclusive deixando a sua camisa #7 para usar a camisa #8 (que também será sua camisa na NFL) e homenagear Kobe nos playoffs. Mas a relação com os ídolos de Coby Bryant, escolha de quarta rodada de Seattle não termina por aí. O jogador falou em entrevistas sobre como ele era fã da Legion Of Boom, uma das melhores defesas da história do esporte.

“Meu pai costumava falar comigo sobre Richard Sherman, Earl Thomas e Kam Chancellor jogando… eles eram na verdade meu grupo favorito enquanto crescia assistindo o esporte.”

Agora ele tem a chance de jogar e talvez liderar o setor de seus ídolos.

Será que ele dará conta?

Análises da Classe dos Seahawks 2022:

Charles Cross será o pilar do futuro da OL de Seattle?

Boye Mafe conseguirá elevar o pass rush de Seattle?

Kenneth Walker vai quebrar a sina de RBs escolhidos cedo em Seattle?

Abraham Lucas foi a escolha preferida dos torcedores?

Vamos lá!

Quem é Coby Bryant?

Coby Bryant, CB, #7

Vencedor do prêmio de melhor DB da nação. pic.twitter.com/C2FSyBFsL9

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Um recruta de três estrelas vindo da região de Cleveland, Bryant foi o cornerback nº 170 na classe de recrutamento de 2017 e o recruta nº 66 de Ohio. Ele pareceu que ia para a MAC com ofertas de Buffalo, Kent State e Western Michigan, mas quando Luke Fickell foi contratado por Cincinnati em dezembro de 2016, ele entrou em contato com um oferta pouco antes do dia da assinatura. Fickell treinou o irmão mais velho de Bryant e vários outros ex-jogadores de Glenville em Ohio State, então esse relacionamento levou Bryant a comprometer-se com Cincinnati. Seu irmão mais velho (Christian) era um defensive back em Glenville e Ohio State e foi escolhido na sétima rodada do Draft da NFL de 2014 pelo, na época, St. Louis Rams, jogando quatro temporadas na NFL.

Bryant foi titular por quatro anos em Cincinnati com 50 partidas no currículo, Bryant jogou num esquema de cobertura individual pesado do coordenador defensivo Mike Tressel. Com os ataques tentando fugir de Ahmad Gardner em 2021, Bryant viu o dobro de alvos em relação a seu companheiro de time e respondeu em grande estilo, ganhando o Prêmio Jim Thorpe (apenas o segundo jogador na história da escola a ganhar um grande prêmio nacional).

Características para além da secundária

Ele aproveitou o ano extra de elegibilidade da NCAA por causa da pandemia de COVID-19 e voltou para uma quinta temporada de “Super Senior” em 2021. Ele aceitou seu convite para o Senior Bowl de 2022. Bryant foi eleito o melhor cornerback da equipe nacional durante a semana de treinos do Senior Bowl.

Destaques e decepções do Senior Bowl 2022

Senior Bowl e East-West Shrine Game na história de Seattle

Os Seahawks sempre valorizaram a liderança como parte de sua avaliação preliminar. Isso não poderia ter sido mais evidente com o draft deste ano. Abraham Lucas, Boye Mafe, Coby Bryant e Bo Melton foram todos capitães de seus respectivos programas. Bryant foi titular por dois anos.

Coby Bryant, LCB, #7

Ativo no run support pic.twitter.com/BRj35B3LbD

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Um defensor bom no geral, Bryant também é um tackler disposto, defendendo a corrida, além de fazer tackles rápidos nos recebedores após a recepção. Ele recebeu uma nota de 81,1 nesse quesito.

Capacidade Atlética

The #Seahawks bet on talent over tools with Jim Thorpe Award winner CB Coby Bryant.

5.61 RAS over Tariq Woolen (9.71) and Zyon McCollum (10!) https://t.co/LtqhAt1Y21 pic.twitter.com/8Osb1lEAIX

— SeaFlock Blog (@SeaFlockBlog) April 30, 2022

Do ponto de vista das fraquezas, Bryant entra na liga como um talento polido e alto com características atléticas questionáveis. Embora ele tenha melhorado seu tempo de 40 jardas depois de correr um 4,54 no Combine, correndo em 4,47 segundos no Pro Day de Cincinnati, ele correu um 3-cone de 7,31, que cai no oitavo percentil para os cornerbacks. Ele também postou um salto vertical de 33 polegadas e um short shuttle de 4,33 segundos, que caiu abaixo do trigésimo percentil.

Esses fracos números de testes de agilidade apareceram de vez em quando com Bryant mostrando dificuldades para mover os quadris e mudar de direção. Recebedores mais rápidos podem ser um problema para ele no próximo nível, principalmente em esquemas de jogo rápido.

Com isso dito, Bryant joga mais rápido do que seus tempos de teste e seus instintos e noção de jogo o ajudam a compensar as limitações atléticas.

Man Coverage

Graças em parte à presença de Gardner, Bryant foi o 17º CB que mais recebeu alvos de acordo com o Pro Football Focus. Ele foi alvo uma vez a cada 6,3 snaps de passe, mas limitou os oponentes a uma taxa de passes certos de 44%, apesar do alto volume. Nenhum outro CB com uma quantidade comparável de alvos obteve uma taxa menor do que essa.

Do total de 42 passes incompletos contra ele na última temporada, 12 foram considerados forçados por Bryant. Isso o colocou em um nono lugar no país, com sua taxa de 16% ocupando o 33º lugar. Ao mesmo tempo em que jogava com a 12ª maior taxa de snaps de cobertura individual no futebol universitário (47,1%), ele manteve os QBs adversários à distância com um QBR de 61,0, que ficou em 23º.

Ele e Gardner enfrentaram críticas pela falta de competição que enfrentaram no AAC, mas contra o Alabama, eles conseguiram silenciar parte dessas críticas.

Cincinnati perdeu, vendo sua temporada mágica chegar ao fim por um placar de 27-6. No entanto, Bryant manteve um bom trabalho contra jogadores de nível, como Jameson Williams, escolha de primeira rodada do Lions, e permitindo apenas duas recepções em cinco alvos para 18 jardas. Williams, especificamente, pegou dois dos três passes contra Bryant, mas o terceiro foi interceptado pelo safety de Cincinnati, Bryan Cook.

De acordo com o SIS: ele cedeu 4,1 pontos totais por jogo ficando em 8º, 1,8 PBU por jogo em 5º, 33% de porcentagem de press em 11º.

Coby Bryant, RCB, #8

Acompanha bem os cortes do recebedor, mas precisa tomar cuidado com essa mão em cima do adversário. Juízes na NFL podem acabar marcando falta. pic.twitter.com/ZQMwPtmlr4

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Ele usa uma das mãos para ajudar a perceber para onde o WR vai. Ele precisa dosar bem isso para manter sua carreira limpa de faltas. Foi penalizado apenas uma vez em 2021 (interferência de passe contra South Florida).

Coby Bryant, LCB, #7

Em alguns momentos ele fica vulnerável ao deixar o WR demais no seu ponto cego. pic.twitter.com/8rD6KorBSx

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Normalmente ele já teria virado para procurar a bola. Ele marca passo a passo aqui, mas o que faltou foi achar a bola, de um belo trabalho do QB e WR.

Coby Bryant, RCB, #7

Passo a passo com o recebedor pic.twitter.com/phoeIXmrAs

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Atleta de bom tamanho com pés controlados para espelhar corredores de rota parece atrapalhar a cadência da rota e não permite que os recebedores se sintam confortáveis. Volta os olhos para a linha de scrimmage para encontrar a bola mesmo em man. Joga com excelente tempo de reação e habilidade com a bola no campo.

Coby Bryant, RCB, #8

Boa técnica de press ele atrapalha o timing da rota e o QB tem que improvisar. pic.twitter.com/nHAcuw6i63

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Seu trabalho no press é muito bom. Ele não é agressivo demais para se perder na rota, mas efetivo o suficiente para tirar o timing. Perceba que o QB Bryce Young olha para o recebedor, mas ele não estava onde se esperava e daí é forçado a ir para suas leituras secundárias e terciárias. Alabama se saiu bem aqui, mas o trabalho de Bryant foi formidável, mesmo sem gerar stats.

Playbook 54 – Como um CB deve jogar em Press?

Zone Coverage

Playbook 47: Dicionário para se tornar um bom Defensive back!

Playbook 02 – Técnicas de Cobertura de passe

Coby Bryant, LCB, #7

Excelente trabalho em cover 2 com pattern match. Reage bem e pega o recebedor no flat. pic.twitter.com/qnlDvRIR6j

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Excelente trabalho aqui. O time estava em cover 2 com regras de pattern match. Ele vai fazendo seu drop na marcação, mas de olho na movimentação do wide-receiver. Ele se mantém disciplinado e dispara para fazer o tackle imediato.

Playbook 39: A famosa Palms Coverage

Playbook 13 – Cover 2, um conceito que vem sendo usado cada vez mais em Seattle, na era pós LOB

Coby Bryant, RCB, #7

Cover 2 e boa capacidade de reação no pattern match. pic.twitter.com/n8TkGl4193

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Basicamente a mesma marcação da jogada anterior, mas dessa vem se a ameaça do slot. Dessa forma ele se mantém com seu primeiro recebedor e ataca a bola para fazer o desvio de passe.

Coby Bryant, LCB, #7

Ele até reage bem, mas o WR manipula ele no ponto cego do CB, pic.twitter.com/1cTvz1jKh4

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Ele faz um bom drop, mas o WR faz um trabalho ainda melhor. Ele fica nas costas de Bryant e faz o corte quando fica no ponto cego e sai da visão do CB.

Ball Skills/Processamento de Jogo

Suas ball skills não podem ser ensinadas e depois que Seattle terminou perto do fundo da liga em turnovers, sua propensão por rastrear a bola será bem-vinda.

Coby Bryant, RCB, #7

Boa marcação e quando o WR olha para bola, ele olha também e faz a INT. pic.twitter.com/nArmTestEc

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Com sua capacidade natural de espelhar rotas, Bryant joga de forma física para se posicionar e mostra um excelente tempo de reação para fazer jogadas, terminado em 2º lugar na história da escola com 45 passes defendidos e responsável por 15 turnovers forçados em sua carreira (10 interceptações, cinco fumbles forçados). Um jogador instintivo que corre a rota como um recebedor na cobertura e se destaca cortando as rotas e desviando passes,.

Coby Bryant, NCB, #7

Percebe o conceito smash e antecipa a rota para fazer a INT. pic.twitter.com/4kLMZt6xUd

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Evitando penalidades no processo, Bryant exibe controle de corpo sólido em torno dos recebedores sem criar contato excessivo no momento de disputar a bola. Ele percebe o momento que tem que olhar para a bola e corta o passe.

Fluidez/Mudança de Direção

Coby Bryant, LCB, #7

Bom diagnóstico da slant. Ele dá alguns false steps e apesar de fazer o tackle, poderia ter chegado em melhor condição. pic.twitter.com/ehWuI895Q8

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

O caminho que ele faz para evitar o congestionamento do outro defensor e wide-receiver é bom. Mas perceba que ele reage para atacar a bola. Com esse raciocínio e com mais capacidade atlética, provavelmente conseguiria o desvio.

Transição off coverage não é das melhores. pic.twitter.com/kON6aU8SV7

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Ele dá um false steps (passos desnecessários) antes de mudar de direção no primeiro clipe. O processamento é bom novamente, falta as ferramentas físicas e seu ângulo de tackles foi ruim.

Coby Bryant, LCB, #7

Se atrasa um pouco na transição e erra o tackle. pic.twitter.com/SvytubZVCB

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Ele tem os olhos no QB, mas demora par achegar no WR. Normalmente essas suas “falhas”, vem de snaps em off-coverage, mostrando que ele precisa refinar sua técnica.

Coby Bryant, RCB, #7

Com dificuldade de mudança de direção. pic.twitter.com/s27oAuLnsJ

— Rapinas do Mar (Cortes) (@cortesrapinas) May 11, 2022

Novamente expondo o ponto cego e dificuldade para mudar de direção e atacar quem está com a bola. Chegando um pouco atrasado.

Resumo

Pontos Fortes: Processamento/Ball Skills

Pontos Fracos: Velocidade/Fluidez

Projeção: Potencial LCB titular

Veredito

Dada sua experiência anterior em jogar no lado direito e esquerdo do lado de fora e sua propensão a turnovers, Bryant terá a oportunidade de entrar na competição contra a escolha da quarta rodada de 2021, Tre Brown, Sidney Jones e Artie Burns, para ganhar a titularidade nos Seahawks. Jones vem de uma boa temporada, mas o Brown vem de lesão grave no joelho. Burns corre por fora, mas acredito que será o que ficará de fora quando chegarmos aos 53. Ele também estará no mix para jogar em equipes de cobertura nos times especiais, apesar de ter trabalho pouco em Cincinnati nessa área com apenas 2 tackles e que foram em 2019.

O que Artie Burns pode oferecer a Seattle?

Go Hawks!