Raio-X: Caindo do topo

Posted on by Guilherme Goes

É clima de copa do mundo amigo! (Leia com a voz do Galvão) Em meio a festa do futebol mundial que acontece no Catar, o seu irmão norte-americano continua a todo vapor do outro lado do atlântico. Foi nesse contexto que o nosso amado Seattle Seahawks foi duramente derrotado pelo Las Vegas Raiders no Lumen Field por 40×34. Nessa terça-feira de ressaca pós jogo do Brasil, vamos para o nosso Raio-x!

Pós Jogo Las Vegas Raiders Raiders 40 x 34 Seattle Seahawks

O Queijo Suíço tem dois lados.

Pegando um pouco do emprestado o conceito do famoso queijo do último adversário do Brasil na copa. Vamos fazer um exercício de imaginação:

Imagine os muros formados pelas nossas linhas defensivas e ofensivas como um grandes pedaços de queijos. Em tese, deveria ser uma grande sólida peça de provolone, no pior dos casos uma seria um cheddar fatiado, fácil de atravessar, mas que ainda assim ofereceria alguma resistência. De todos os tipos de queijos possíveis, ambas as linhas de Seattle escolheram o suíço, todo esburacado.

A linha ofensiva teve provavelmente a pior atuação do ano inteiro, cedeu nada mais nada menos do que 19 pressões em cima de Geno Smith, os calouros Cross e Lucas foram os lideres disparados nesse quesito com 7 e 6 respectivamente. Os dois sofreram muito com dois Edge Rushers de muita qualidade, Chandler Jones e Maxx Crosby. Um oscilação normal para os calouros, mas que aprendam com seus erros e melhorem no futuro. Já do outro lado da bola, Derek Carr teve um dia tranquilo com apenas um sack causado por Poona Ford.

Uma grande menção honrosa para o MVP do camp, Darell Taylor, antes nossa maior esperança, hoje completamente nulo, seu melhor momento foi protagonizar um lance bizarro entrando em campo do nada depois da interceptação do Diggs. O jogo é decidido por onde a jogada começa, nas linhas, ou melhor, nos queijos, infelizmente o nosso queijo suíço estava completamente esburacado.

Velhos esquemas, mesmos problemas.

Pete Carroll um dia já foi uma grande gênio defensivo, sua capacidade de treinar a secundária alinhado as técnicas de cobertura em zona foram por muito tempo dignas de admiração por toda liga. Porém, existe um grande problema nesse esquema, os Conerbacks cobrem um lado fixo do campo e não acompanham os mesmos jogadores durante toda a partida.

Bom, como você com certeza pensou, isto tem um problema claro, é muito fácil para os coordenadores ofensivos adversário evitar o nosso melhor jogador, apenas é preciso desenhar as rotas longe dele.  Todos nós sabemos que Tariq Woolen vem sendo uma força incrível na sua temporada de novato, durante a semana o mesmo foi bastante elogiado por Davante Adams, discutivelmente o melhor recebedor da liga. Pois bem, voltando para o jogo de ontem, vimos diante dos nossos olhos a falha do sistema de Carroll ser bem exposta. como você leitor pode observar na imagem acima, todas as sete recepções de Adams foram do lado direito da defesa, lado de Mike Jackson, já que Woolen guarda o lado esquerdo, obviamente isso não é obra do acaso é uma falha no sistema, já passou muito da hora de uma atualização acontecer.

Quando a escada acaba não dá mais pra subir.

Eu sei que foi uma derrota pífia do Seattle Seahawks, foi revoltante, o próprio autor que vos fala ficou completamente revoltado depois de passar 3 horas sentado em frente a televisão vendo uma atuação medíocre, mas nessa parte da coluna convidado a todos os leitores a uma reflexão. O Seattle Seahawks de 2022 estava jogando no seu limite positivo, Geno virou um dos melhores QBs da liga apenas 10 anos depois de ser escolhido no draft, a classes de calouros teve um impacto absolutamente imediato quando se esperava um tempo para o desenvolvimento dos mesmos. Tudo estava dando muito certo, todos os jogadores estavam jogando o melhor não possível, e quando se chega a esse estágio, não há espaço para melhora. É a mesma situação de você estiver subindo uma escada, quando você chega no final dela não dá pra ir mais pra cima, apenas para baixo. A oscilação negativa pode surpreender, mas parando para pensar era o natural, o que sempre esperamos, fomos bastante competitivos em todas as partidas

Escolhi a jogada do segundo touchdown do Kenneth Walker porque em minha opinião ela ilustra bem o que é o nosso time, não somos os mais talentosos, os mais bem treinados ou até os mais explosivo, contudo, somos muitos esforçados, temos sangue e raça pra jogar futebol americano, isso já é um excelente sinal no futuro, afinal não dá pra chegar no topo Everest com uma escada domestica, do mesmo jeito que não dá pra ganhar o super bowl com um time como o nosso, é uma longa escalda até ter um time suficientemente competitivo para isso.

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