COMEÇOOOOU!!! Ansiedade a mil para esse próximo domingo. Desde o dia 09 de janeiro não víamos Russell Wilson, Bobby Wagner e cia em ação. Naquela ocasião engolimos de maneira grosseira uma derrota para nosso rival de divisão Los Angeles Rams. Perder para os Rams em casa foi uma baita água no chopp e escancarou vários problemas que nosso time apresentou durante a última temporada e fato era depois daquilo que era necessário mudar e era urgente.
Roster Tracker – Elenco 2021
Analisando o Calendário 2021 de Seattle!
Se você que é daqueles “fãs ursos” da NFL que hibernam nos 9 meses sem NFL não se preocupe. Muita coisa aconteceu nessa offseason, mas em poucas palavras vou resumir tudo que precisa saber para esse começo de temporada: Russell Wilson ameaçou sair, chegou um coordenador ofensivo novo, vieram grandes reforços, outros nem tão reforço assim, um draft sem muito brilhantismo, renovação de estrelas, e até a melhor cobertura dos Seahawks no Brasil mudou de nome: Nós agora somos RAPINAS DO MAR!
Passado esses 9 meses, depois de vermos um Seahawks com uma cara diferente, porém a expectativa e a esperança de buscar mais um Super Bowl segue sendo a mesma e para o time chegar lá precisa passar por vários degraus. O primeiro degrau acontece no próximo domingo às 14:00 (horário de Brasília) lá em Indianapolis contra os Colts e será transmitido pela ESPN 2/Star+ e para os colaboradores do Rapinas do Mar no canal do Discord com comentários totalmente clubistas.
Colabore conosco e acompanhe o jogo com os melhores comentários e narração clubista!!!
Colts 2020 x Colts 2021
Os Colts vem para 2021 cheio de novidades.
Os Colts ano passado fizeram uma temporada sólida com Philip Rivers como quarterback, uma defesa confiável e uma linha ofensiva de elite. Esses fatores fizeram com que o time alcançasse o Wild Card onde vendeu uma derrota caríssima para o forte Buffalo Bills. Em 2021 porém, o time traz novidades.
Começando pelo quarterback. Philip Rivers se aposentou. Seguindo o companheiro de time, Antony Castonzo, um prolífico left tackle, também deixou o time. Justin Houston, o principal EDGE do time acabou deixando o elenco e foi jogar em Baltimore.
Para sanar essas perdas o time não fez feio na offseason e trouxe Kwity Paye no draft para ser o novo EDGE, Eric Fisher que era o left tackle dos Chiefs para assumir o posto de Castonzo e resolveram apostar em Carson Wentz, líder do Philadelphia Eagles na campanha do Super Bowl, para assumir a nova vaga de quarterback.
O sucesso dos Colts nesse ano passa muito por um resgate dos desempenhos passados de Carson Wentz e por ele manter-se saudável. Em 2020, Wentz teve um desempenho lastimável com o Philadelphia Eagles, liderando a liga em interceptações, empatado com Drew Lock, porém jogando um jogo a menos que o quarterback dos Broncos.
As lesões na carreira do quarterback tem sido um problema sério. Já nos camps ele teve uma lesão séria e quase o fez perder a abertura da temporada. Nessa semana o coach staff de Indianapolis confirmou Wentz para o jogo de domingo, porém ficam as questões: Carson Wentz vai jogar como em 2017 ou será a mesma versão de 2020? E mesmo que se apresente melhor que 2020 vai estar saudável suficiente para mostrar um bom desempenho nesse primeiro jogo? Somado ao “problema Wentz” ainda há o fato que um dos melhores guards da NFL, Quenton Nelson, também se machucou e deve ficar fora do jogo ou ao menos não estar 100%.
Do lado defensivo é um time muito completo. Grande parte do desempenho bom dos Colts da temporada passada deve-se a qualidade da defesa. A dupla de corners com Rock Ya-Sin e Xavier Rhodes são dois jogadores muito sólidos. A dupla de safeties possui Tavon Wilson e Julian Blackmon que foi um dos destaques entre os calouros da temporada. Entre os linebackers possui Darius Leonard e mesmo com a perda de Anthony Walker ainda é muito eficiente. Na linha ofensiva o time conta com DeForest Buckner, jogador que Seattle conhece muito bem da sua época de 49ers e esse deve ser o ponto de maior cautela já que como center, o time jogará com Kyle Fuller.
Seattle negligenciou demais a função de center…
Era Shane Waldron: um discípulo de McVay ou um novo Schottenheimer?
O novo coordenador dos Seahawks chega com a missão de replicar o trabalho de Sean McVay e trazer dinamismo ao ataque dos Seahawks.
Depois de muitas críticas ao uso exagerado do jogo corrido pelos Seahawks nos últimos anos e uma campanha movimentando milhões de pedidos para que o time deixasse Wilson cozinhar, Brian Schottenheimer, o ex-coordenador ofensivo de Seattle acatou ao #LetRussCook e abusou de jogadas verticais com Russell Wilson no começo da temporada. Essa fórmula deu muito certo e Russell Wilson teve o melhor começo de temporada da história da NFL em termos de touchdowns passados. Porém o sucesso parou de dar certo quando os times começaram a colocar 2 safeties no fundo do campo. Brian Schottenheimer não teve a capacidade de redesenhar o ataque, que logo parou de produzir. No final da temporada, Schottenheimer caiu, dando vaga ao ex-coordenador de jogo corrido dos Rams: Shane Waldron.
Waldron trabalha com Sean McVay desde 2016 enquanto ainda atuava no time dos então Washington Redskins e o treinador o levou junto para compor a comissão técnica dos Rams em 2017 quando ele assumiu a vaga de Head Coach. A escolha de um coordenador ofensivo com uma bagagem voltada para um jogo muito bem desenhado e criativo como o de Sean McVay agradou bastante os 12s que depositaram a esperança de trazer uma ataque dinâmico que potencialize as características de um dos melhores quarterbacks dos últimos anos na NFL.
Juntamente com Waldron, veio também dos Rams o tight end Gerald Everett que juntamente com Tyler Lockett, DK Metcalf e o novato Dee Eskridge serão os principais grandes alvos de Russell Wilson em 2021. Diferentemente de 2020, esse ano espera-se um jogo com uma maior porcentagem de passe rápidos e jogadas mais horizontais como era a característica do jogo aéreo dos Rams.
Outra característica do jogo dos Rams é o uso de play action, para isso, o time vai precisar usar muito bem os running backs. E sim, running backs no plural! Nos últimos anos tivemos uma dependência muito grande de Chris Carson que for responsável pela grande maioria das carregadas e das jardas conquistadas. Uma das causas disso era que o jogo corrido era mal feito e mal distribuído entre o comitê de running backs, fazendo com que Carson fosse o único eficiente nas corridas pelo meio da linha ofensiva, conseguindo boas jardas.
Para essa temporada o comitê é formado por Chris Carson, Rashaad Penny, DeeJay Dallas, Alex Collins e Travis Homer. Carson ainda deverá ser o RB com maior número de carregadas mas poderemos ver uma utilização inteligente de DeeJay Dallas que foi um dos grandes destaques da preseason e Travis Homer em jogadas aéreas, recebendo passes e mais corridas por fora. Alex Collins pode atuar dessa forma depois de ter ido muito bem na pré-temporada e ser uma boa surpresa na temporada. O questionamento fica se Rashaad Penny conseguirá se salvar de ser a pior escolha de primeira rodada da história do time. A grande chance de Penny mostrar alguma coisa é agora já que o esquema ofensivo que se espera de Seattle pode realçar as boas características de Penny e ele pode tentar mostrar que o erro da sua escolha fosse minimizado.
A Linha Ofensiva: O calo incurável?
Os Seahawks trouxeram o reforço de Gabe Jackson mas a linha segue sendo uma incógnita
Todo fã de Seattle que acompanhou o time nos últimos anos se contorce ao lembrar da linha ofensiva. Por mais que eu, Otávio Freitas, ache ainda que há um pouco exagero quando se fala da linha ofensiva de Seattle por causa de receio do passado recente, a linha ainda é um problema.
Gabe Jackson chegou para fortalecer o meio da linha, Duane Brown renovou, Damien Lewis vem para a sua segunda temporada depois de um primeiro ano bastante sólido, Brandon Shell vem do melhor ano de sua carreira, Ethan Pocic é um minimamente sólido.
O grande problema está nas profundidade do elenco. Os jogadores reservas não dão tranquilidade. Já no primeiro jogo por exemplo, Ethan Pocic se lesionou no início da temporada e Kyle Fuller assume a posição de titular. Fuller teve uma tenebrosa pré-temporada e no primeiro jogo terá que enfrentar DeForest Buckner. Buckner é um dos melhores jogadores de interior de linha defensiva da liga. Só em 2020, Buckner teve 9,5 sacks, liderando os Colts.
Defesa: Consistência é a chave para o Sucesso
Em 2020 a defesa comandada por Ken Norton Jr foi inconstante durante a temporada com momentos de altos e baixos
Ao contrário do ataque que começou bem e terminou mal, a defesa fez o caminho contrário. No início da última temporada a defesa sofreu muito para conseguir pressionar os QBs adversários, desempenho baixo dos jogadores de secundária, em especial de Tre Flowers, lesões que fizeram com que o time perdesse muitos jogadores importantes como Jamal Adams e além de planos de jogos mal montados por Ken Norton Jr fez com que o time batesse recordes de jardas aéreas cedidas. Com o decorrer da temporada o time foi melhorando: Carlos Dunlap trouxe segurança no pass rush e o time acabou terminando com desempenhos bons do lado defensivo.
Para essa temporada Pete Carroll buscou montar um pass rush que fosse bem do estilo clássico de Pete Carroll: nomes sólidos que em rotação conseguem produzir pressão. Além da renovação de Dunlap, o time trouxe Kerry Hyder Jr que se junta a Alton Robinson, calouro que teve um ótimo desempenho no ano passado, LJ Collier , Benson Mayowa, Rasheen Green e Darrell Taylor, que foi uma das grandes apostas do draft de 2020 mas que não teve a oportunidade de atuar. Considerando o uso inteligente de blitzes, em especial com Jamal Adams, Seattle tem potencial de ser uma unidade de pass rush interessante.
Pelo interior ainda faltam nomes para pressionar o quarterback. O time perdeu Jarran Reed que não fez uma temporada digna de dos 10M que recebia e foi cortado. Para essa função, a esperança fica nas mãos de jogadores que não são defensive tackles de origem mas podem atuar no interior como 3 tech. Jogadores como Rasheem Green e LJ Collier, que assim como Penny, tem nas mãos o peso de não se tornar uma grande decepção entre as escolhas de primeira rodada, podem executar essa função e buscar trazer essa pressão no meio. Os Seahawks ainda conta com o excelente Poona Ford e trouxe de volta o veterano Al Woods, para conter o jogo corrido.
Por falar em jogo corrido, essa será uma arma muito explorada com os bons running backs dos Colts. Jonathan Taylor, Marlon Mack, Nyheim Hynes e Jordan Wilkins não são tão lembrados entre os grandes running backs da liga mas esses jogadores formam um dos comitês mais fortes da NFL que somados com a excelente linha ofensiva certamente causarão muita dor de cabeça nos adversários.
Para conter esses nomes do ataque dos Colts e complementando o front seven temos Bobby Wagner, Jordyn Brooks e Cody Barton que serão os principais linebackers. A grande ausência aqui é K.J. Wright que havia feito uma excelente temporada no ano passado, mas não renovou e acabou indo parar nos Raiders. Pete Carroll tem demonstrado muita confiança em Jordyn Brooks que fez uma temporada de 2020 muito boa. Cody Barton foi também um dos destaques da pré-temporada, principalmente atuando como inside linebacker indo em blitzes.
A bagunça da posição de cornerback
Na posição de cornerback os Seahawks não possui basicamente ninguém que pode confiar
Mesmo com dois safeties nível Pro Bowl, a secundária não está nada segura. Isso porque não há basicamente nenhum cornerback que possa confiar. Logo no início da offseason Seattle trouxe Ahkello Witherspoon, mas o jogador acabou não adaptando ao esquema e foi trocado para os Steelers. O time trouxe então Sidney Jones vindo dos Jaguars. O jogador teve boas atuações mas as lesões sempre foram problemas durante a sua carreira.
D.J. Reed que havia sido o grande achado de Seattle na temporada passada também tem problemas com lesões. O calouro Tre Brown já foi colocado na IR além disso estaria muito cru para já estrear pelo time como titular. Por fim, restou Tre Flowers que nas últimas duas temporadas foi um dos nomes mais criticados do time.
Seattle já deveria estar pensando em alguém para assinar para assumir a posição, pois será difícil manter bons desempenhos com uma unidade tão fraca em profundidade de elenco.
Conclusões
Primeiro jogo da temporada nunca dá para cravar nada, ainda mais depois de tantas mudanças que ocorreram desde janeiro. Esse primeiro jogo certamente será um teste muito importante para sentimos principalmente as novidades trazidas por Shane Waldron e a nova identidade do ataque.
Os Colts fora de casa serão um desafio muito pesado! Ainda mais com Carson Wentz, reencontrando o treinador que o fez brigar pelo título de MVP da temporada de 2017. Frank Reich mostrou-se sempre um bom head coach e certamente pode montar um ataque com potencial de ser destruidor.
Pelo lado de Seattle seguimos com bons nomes no elenco e com a máquina Russell Wilson liderando esse time rumo a mais um título de divisão e um Super Bowl.
No que temer e no que ter esperança para os Seahawks em 2021?
Acima de tudo o primeiro jogo é um termômetro para enxergamos os pontos positivos e a evoluir para essa temporada.
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